A Lava Jato está sob ataque de todos os lados, puxada pelo procurador-geral da República, Augusto Aras. No caso de Aras, suas críticas partem das ações contra os gabinetes do senador tucano José Serra e da deputada petista, Rejane Dias. “Agora é a hora de corrigir os rumos para que o lavajatismo não perdure. Mas a correção de rumos não significa redução do empenho no combate à corrupção”, afirmou em live. “Estamos falando da transparência. Todo o MPF, no seu sistema único, tem 40 terabytes. Curitiba tem 350 terabytes e 38 mil pessoas com seus dados depositados. Ninguém sabe como foram escolhidos, quais os critérios, e não se pode imaginar que uma unidade institucional se faça com segredos.” (G1)
Pois é... O relator de um dos casos que envolve o procurador Deltan Dallagnol, no Conselho Nacional do Ministério Público, deve pedir abertura de processo para removê-lo da força-tarefa, de acordo com o Painel. (Folha)
Enquanto isso... O presidente do Supremo, Dias Toffoli, deferiu liminar na quarta suspendendo toda a investigação que envolve Serra. Ele e sua filha, Verônica, estavam para se tornar réus ontem mesmo. A decisão atinge a denúncia, pela Operação Revoada, de que o senador é responsável por lavagem de dinheiro. (Estadão)
Thaís Oyama: “Em live feita para seletíssima plateia, o procurador-geral da República esculhambou a Lava Jato. A operação que levou 293 pessoas à prisão e resultou em 253 condenações, a maior parte delas por corrupção, é, para Aras, uma ‘caixa de segredos’ com ‘50 mil documentos sob opacidade’. O procurador também vituperou contra o fato de a força-tarefa de Curitiba ter reunido 350 terabytes de informações ‘que ninguém sabe como foram colhidos’. Nada disso deveria provocar tanta inquietação no procurador. Ele não explicou direito o que entende por ‘opacidade’ (seriam documentos clandestinos? Secretos? Obtidos ao arrepio da lei? Ou apenas arquivos cuja existência ele desconhecia?). Mesmo assim, se o caso é de preocupação, bastava deixá-lo entregue à Corregedoria-Geral da Procuradoria-Geral da República, que está lá para isso mesmo: apurar eventuais irregularidades de procedimentos por parte de procuradores. Aras certamente sabe que não cabe ao procurador-geral sair por aí levantando suspeitas sobre o órgão que chefia. A plateia de Aras era formada pela fina flor dos advogados criminalistas do país, daqueles que só topam se sentar para conversar a partir de sete dígitos. Para os causídicos das bancas de ouro, a fala do procurador-geral caiu como um som mavioso, quase tão agradável quanto o tilintar de moedas, dado que quase todos eles têm clientes pendurados na Lava Jato — além de estarem em guerra aberta com Sergio Moro.” (UOL)
Míriam Leitão: “Quando se divulgou a gravação na qual o então senador Romero Jucá falava em “estancar a sangria”, foi um escândalo. Mas hoje o que o procurador-geral da República faz é o que Jucá tinha em mente. De um lado, Augusto Aras realiza a sua explícita ofensiva contra Curitiba e a Lava-Jato, de outro, enfraquece a Polícia Federal. Aras estimula o temor da existência de um Estado policial montado no MP, quando o perigo real está sendo instalado no Ministério da Justiça com sua lista de monitorados. Aras aproveita uma preocupação da sociedade brasileira de que a Lava-Jato teria ultrapassado os seus limites. É um sentimento legítimo. Na democracia não se pode admitir a quebra de regras nem para o mais justo dos propósitos. Mas essa supervisão tem que ser feita pelo sistema judiciário, sem se subverter a natureza do Ministério Público. O MP não convive com a centralização que Aras tenta impor, porque ele não é órgão da burocracia que tenha hierarquia explícita. O procurador-geral é chefe do MP, mas não pode tirar a autonomia dos procuradores. Não é o comandante de uma tropa. Mas é o que está tentando ser.” (Globo)
O Banco Central anunciou que fará circular uma nota de R$ 200. É a primeira cédula nova de real em 18 anos e terá, na face, a imagem de um lobo-guará. (G1)
Para quem tem memória dos tempos da hiperinflação, a notícia não bateu bem. Ainda mais em um cenário de ampla desvalorização da moeda. “O próximo passo será cortar zeros e chamar de ‘Real Novo’”, brincou alguém nas redes. (UOL)
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