Jair Bolsonaro,o líder mais negacionista da pandemia no mundo democrático, afirmou ter sido infectado pelo novo coronavírus e agora parece disposto a transformar o contágio em um veículo de propaganda para a suas ideias a respeito da covid-19. O mandatário, de 65 anos, diz ter começado a tomar hidroxicloroquina, um remédio sem eficácia comprovada que ele defende há meses, mesmo antes de confirmar a presença do vírus. Repetiu ainda que a doença não ameaça jovens saudáveis, ao contrário do que mostram casos relatados em todo mundo. Além de minimizar a doença, o presidente sempre circulou sem qualquer respeito às medidas de isolamento social. Por isso, cerca de 76 pessoas podem ter sido contaminadas pelo contato com Bolsonaro, mostra reportagem de Afonso Benites. Empresários, assessores e ministros e até o embaixador dos EUA no Brasil anunciaram que fizeram ou farão testes para detectar a doença após se encontrarem com o presidente nos últimos dias.
"Ao dar a notícia, nunca fora visto rindo com tanto gosto. Parecia até feliz. E manifestou sua felicidade ao afirmar que, no fim das contas, o coronavírus era 'uma chuva' que iria molhar todo mundo", escreve o colunista Juan Arias. Ángeles Lucas, de Madri, analisa a situação de Brasil e EUA na pandemia, liderados por dois presidentes caóticos e que menosprezaram a magnitude do problema. "O enfoque da economia primeiro é uma visão de muito curto prazo. Não colocar a saúde pública no centro dos planos de ação governamentais não salva a economia”, afirma Juan Pablo Bohoslavsky, coautor de um relatório da ONU sobre a crise sanitária. Nesta terça, a covid-19 alcançou a marca de 45.000 novos registrados no Brasil, onde quase 67.000 pessoas já morreram.
O Brasil que sofre com o coronavírus também tem o que comemorar. Pesquisadores brasileiros da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) afirmam ter conseguido, pela primeira vez por meio de medicamentos, eliminar o HIV do organismo de um paciente soropositivo, um brasileiro de 34 anos. O experimento inédito será apresentado nesta semana no maior congresso sobre AIDS do mundo. A equipe liderada pelo infectologista Ricardo Sobhie Diaz celebra os resultados promissores, mas também pondera. “Ainda não sabemos se ele está curado”, disse o pesquisador à repórter Marina Rossi.
Para colocar na agenda: nesta quarta-feira o EL PAÍS conversa ao vivo com o ex-presidente Michel Temer (MDB), parte de uma séria de programas multiplataforma do jornal. A transmissão, a partir das 15h, será realizada pelo site, pela página do YouTube e pelo Facebook do EL PAÍS. Na sexta, às 17h, será a vez da cantora Teresa Cristina, a artista-sensação das lives durante a pandemia.
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quarta-feira, 8 de julho de 2020
Arias: 'Bolsonaro está doente da alma'
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