quarta-feira, 10 de março de 2021

Agravamento da pandemia fecha cerco sobre Bolsonaro

 


Com 1.972 óbitos registrados em 24 horas, o Brasil vive seu momento mais crítico da pandemia de covid-19. O novo recorde de mortes diárias se soma à ocupação de mais de 90% das UTI’s do SUS em 15 das 27 capitais do país. Enquanto isso, o Ministério da Saúde admite a possibilidade de que venham a faltar vacinas, em meio a um cronograma de entregas repleto de atrasos. Para contornar a falta do imunizante, Bolsonaro —que sofre críticas de empresários e aliados no Congresso— ensaia uma mudança de retórica e tenta modular o discurso para adotar uma estratégia pró-vacina e escapar da perda de popularidade. A repórter Beatriz Jucá também conta que a escassez no estoque tem dificultado o acesso de idosos à segunda dose da imunização em São Paulo, o que pode afetar a eficácia das vacinas já aplicadas e colocar esse grupo novamente em risco.

No outro flanco de atrito em Brasília, a guerra tática entre as alas do Supremo Tribunal Federal sobre destino da Operação Lava Jato teve mais um capítulo, ainda que inconclusivo, nesta terça-feira. Um dia após o ministro Edson Fachin ter tornado nulas as condenações do ex-presidente Lula —em uma estratégia considerada a última boia salva-vidas da desacreditada operação— a Segunda Turma da Corte retomou a análise do pedido de suspeição do ex-juiz Sergio Moro feito pelo petista. A repórter Regiane Oliveira relata a sessão que terminou com o placar empatado em 2x2 após um pedido de mais tempo de análise feito pelo novato ministro Kassio Nunes Marques. Gil Alessi conversou com especialistas e explica o impacto do possível reconhecimento da suspeição de Moro pelo STF.

Em Milão, a Justiça italiana confirmou nesta terça a pena de nove anos de prisão para o atacante brasileiro Robinho . O jogador foi considerado culpado por um estupro coletivo cometido em uma boate de Milão, em 2013, quando atuava pelo Milan, mas não deve ter pedido de extradição feito até que se encerre o caso — a defesa de Robinho deve recorrer à terceira e última instância de apelação. O repórter Diogo Magri conta que após análise das mensagens enviadas pelo jogador, a Corte da Itália decidiu manter a pena com base no “particular desprezo em relação à vítima, que foi brutalmente humilhada”.

Ainda nesta edição, a história de Claudette Colvin e María Izquierdo, parte da série especial Mulheres esquecidas pela história da América. A primeira desafiou as leis de segregação racial nos Estados Unidos muito antes de Rosa Parks, quando tinha apenas 15 anos. Considerada muito escura e de personalidade muito "emocional", não foi escolhida por ativistas de direitos civis como símbolo por acreditarem que ela não atendia ao perfil da sociedade da época. Já Izquierdo foi a artista que transformou as cores das feiras mexicanas em uma obra pictórica e as espalhou por todo o mundo. No entanto, em seu país, consideraram que sua obra ficaria melhor em uma escola ou em um mercado, lugares onde as mulheres deveriam pintar. Desvalorizadas por causa de seu gênero, foram esquecidas por anos e agora suas histórias passam a ressoar em toda a América.

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