terça-feira, 16 de março de 2021

Mulheres denunciam pastor evangélico por abuso sexual no Recife

 


 “Não se preocupe, tudo faz parte da técnica.” Assim o pastor evangélico Francisco Dias da Silva Filho, ex-líder da Igreja Batista em Campo Grande, no Recife, assediou, estuprou e violentou mulheres dentro do gabinete pastoral da igreja, de acordo com onze vítimas que o denunciaram. Mestre em psicologia, Silva Filho recebia as fiéis dizendo que pretendia aconselhá-las. O que ocorria, no entanto, não ficava somente nas orientações. Por anos, Silva Filho abusou de mulheres, de acordo com inquérito da Polícia Civil, que começou a investigar o caso depois que as vítimas decidiram romper o silêncio e prestaram queixa contra o líder evangélico. Silva Filho chegou a ser indiciado pela Polícia Civil por assédio sexual, estupro, violação sexual mediante fraude, injúria racial, difamação e violação de segredo profissional, mas morreu no último dia 7 na capital pernambucana, após ser internado com coronavírus. A repórter Marina Rossi conta os detalhes da história em primeira mão nesta newsletter.

Pela quarta vez desde o início da pandemia, o presidente Jair Bolsonaro anunciou a troca da direção do Ministério da Saúde. O médico cardiologista Marcelo Queiroga assumirá a pasta no pior momento da crise sanitária. O repórter Afonso Benites explica que o substituto do general Eduardo Pazuello — caracterizado pelo alinhamento incondicional ao Planalto — é próximo ao clã Bolsonaro e tem o desafio de melhorar a gestão da crise emergencial sem contrariar o novo chefe. Queiroga, que já se disse contra a cloroquina e pró-isolamento social contra a covid-19, agora tenta equilibrar as palavras. Seu maior desafio será enfrentar o colapso simultâneo de sistemas de saúde de vários Estados enquanto tenta acelerar a vacinação. A principal aposta do programa de imunização brasileiro, a vacina da AstraZeneca, sofreu um revés. Espanha, França, Alemanha, Itália e Holanda decidiram suspender a aplicação do fármaco para investigar se ele pode estar relacionado com episódios de coágulos sanguíneos detectados em vacinados na Europa, dias após a Dinamarca apontar a suspeita. No Brasil, a Anvisa informou que busca informações junto às autoridades internacionais sobre possíveis eventos adversos. “Nas bases nacionais que reúnem os eventos ocorridos com vacinas não há registros de embolismo e trombose associados às vacinas contra a covid-19″, informou a agência.

Em São Paulo, a segunda-feira começou com a imposição das restrições da fase emergencial. No entanto, como relata o repórter Diogo Magri, a capital paulista amanheceu com os transportes públicos lotados, comércios driblando a fiscalização e trabalhadores considerados não essenciais saindo às ruas para pagar as contas. Na maior cidade do país, as novas regras esbarram na falta de um auxílio financeiro eficaz para garantir a sobrevivência dos trabalhadores. “Seria importante obedecer, se é para acabar com o vírus. Mas não dão nada em troca, nem uma cesta básica. Vão dar 250 reais, que é uma merreca”, desabafa o segurança Edilson Silva.

A crise também atingiu em cheio um dos patrimônios culturais de São Paulo. No coração da Vila Madalena, o bar de samba e choro Ó do Borogodó vive uma corrida contra o tempo para arrecadar fundos e quitar as dívidas acumuladas pelos meses de não funcionamento ante às sucessivas ordens de isolamento social para conter os contágios do coronavírus. A repórter Joana Oliveira rememora a história do local, que hoje depende de uma campanha de arrecadação financeira para evitar a ação de despejo.


Marcelo Queiroga assume Ministério da Saúde no pior momento da pandemia
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Fase emergencial em SP esbarra em falta de auxílio: “Preciso trabalhar”
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