Em São Paulo, a cidade mais rica do país e com o mais robusto sistema de saúde, hospitais privados vivem uma “situação de guerra”, operando no limite das internações em leitos de Unidade de Terapia Intensiva. O setor —que já tinha dificuldades para expandir leitos— enfrenta a escassez de medicamentos para a intubação de pacientes com covid-19, um problema que também põe em alerta o SUS em todo o país. A repórter Beatriz Jucá conta que só há estoques suficientes para os próximos 20 dias. "Há medicamentos para intubar que aumentaram [o preço] em 400%. E tem outros para o bloqueio neuromuscular que aumentaram quase 900%. A reposição é complicada”, diz o presidente do Sindicato de Hospitais, Clínicas e Laboratórios (Sindihosp), Francisco Balestrin. "Se o ritmo de contágio continuar, nem que a gente abra milhares de leitos todos os dias... Não há outra solução que não a conscientização da população”, diz o superintendente-executivo da Associação Brasileira de Planos de Saúde, Marcos Novais. Diante da situação, a capital paulista, que confirmou a primeira morte por falta de vaga em uma UTI, anunciou a antecipação de cinco feriados para tentar conter a disseminação do novo coronavírus, mas descartou a imposição de um lockdown, por dificuldades na fiscalização. Em Brasília, a morte do senador Sérgio Olímpio Gomes, o Major Olímpio, gerou uma onda de indignação e consternação entre os parlamentares. Afonso Benites conta que, longe dos holofotes, a doença avança e afeta servidores na capital federal. Só na Câmara, 21 morreram. Enquanto o Congresso ainda ensaia pressionar Bolsonaro, o negacionismo da pandemia incentivado pelo presidente tem passado das redes à vida real e provoca danos. Em Olímpia, no interior de São Paulo, os negacionistas promoveram uma caçada ao jornal local, que havia feito a cobertura dos protestos contra o isolamento social na cidade. O repórter Diogo Magri escreve sobre o ataque à redação da Folha da Região que ocorreram na madrugada da última quarta-feira e também conta o episódio de agressão a um fotógrafo em Belo Horizonte. Também nesta edição, uma reflexão sobre a misoginia nos anos 2000. Britney Spears, Paris Hilton e Lindsay Lohan são algumas das celebridades que se sobressaíram em uma década de transição entre as ondas feministas. As três hoje seriam consideradas vítimas de uma imprensa nebulosa e generalista, um verdadeiro escândalo retrospectivo. Begoña Gómez Urzaiz escreve sobre alguns documentários e clipes que circulam nos dias atuais que evidenciam a mudança dos tempos da primeira década deste século até agora. | ||||||||||
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