O Brasil conseguiu se tornar um “pária internacional” por causa da covid-19. O termo, utilizado meses atrás pelo chanceler Ernesto Araújo —agora pressionado pelo Centrão para renunciar ao Ministério de Relações Exteriores, como parte da crescente pressão sobre Jair Bolsonaro—, serve para descrever um país que se tornou o epicentro da pandemia no mundo. A variante brasileira e o descontrole da crise sanitária levantam temores entre organizações internacionais e governos nacionais, que recrudesceram medidas para evitar a disseminação do vírus em seus territórios. Naiara Galarraga Gortázar e a rede de correspondentes do EL PAÍS na América Latina explicam que, apesar de as mutações poderem ocorrer em qualquer lugar, o Brasil apresenta condições favoráveis para sua proliferação, com baixos índices de uso de máscaras, de isolamento social e também devido à lenta vacinação. Por isso, Colômbia e Peru já suspenderam os voos com o país, e a Argentina acaba de limitar as conexões aéreas. Enquanto isso, a campanha de desinformação contra as vacinas no Brasil ganha complicadores. Para muitos brasileiros, é risível a ideia de que uma vacina poderia transformar alguém em jacaré. Para outros, no entanto, esse receio faz sentido. Mentiras como a de que as vacinas possuem o “chip do diabo” ou que poderiam alterar o DNA foram espalhadas em peso por grupos de WhatsApp e por religiosos. A repórter Joana Oliveira descreve como essas notícias falsas provocam a resistência contra a vacinação entre indígenas. “Quando chegamos com a vacina, mesmo algumas lideranças da aldeia gritavam ‘meu Deus, eu não quero morrer, não posso tomar essa vacina porque não posso morrer agora!’. Foi difícil explicar que a vacina é justamente para não morrer”, conta Paulo Kenampa Marubo, coordenador geral da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari. Em Cuba, o Governo deposita sua esperança na eficácia das vacinas nacionais Soberana 02 e Abdala, que passarão pela fase 3 dos testes clínicos nas próximas semanas. A ilha, que vive o pior momento da pandemia do coronavírus, registrou, só em janeiro, cinco vezes mais casos da doença do que durante todo o ano passado. De Havana, o correspondente Mauricio Vicent explica que o desenvolvimento de uma vacina própria para imunizar sua população se transformou para o Governo cubano numa questão política de primeira ordem, quase de segurança nacional. Para reflexão antes do fim de semana, uma análise sobre a tecnologia que nos conecta, mas também nos vicia. A solução para esse dilema não passa por eliminar os aparelhos, porque precisamos deles, e sim por uma pergunta: que alternativa temos às telas? Pilar Jericó escreve sobre o impacto do uso excessivo das telas em nossas vidas e sugere saídas para passar menos tempo em frente aos dispositivos. Fique em casa se puder. Ajude os mais vulneráveis se tiver chance. O Brasil do futuro agradece. | ||||||||||
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