terça-feira, 23 de março de 2021

Ministério da Saúde está acéfalo no pico da pandemia

 O Palácio do Planalto não sabe o que fazer com o general Eduardo Pazuello. Ele já está informalmente destituído de poder mas ainda formalmente ministro da Saúde. O presidente Jair Bolsonaro não quer exonerar o militar sem lhe garantir foro privilegiado — o receio é de uma onda de processos por inépcia na gestão da pandemia. Ao menos um inquérito já existe no STF. Uma das ideias é criar um Ministério da Amazônia para deixá-lo a salvo da Justiça comum. Vai fazer uma semana que o país tem dois ministros da Saúde — e é o sem poder que tem a caneta. (O ECO)

Pois é... A indefinição sobre o destino de Pazuello torna indefinida também a posse do cardiologista Marcelo Queiroga, adiada informalmente já duas vezes. A previsão agora é de que a cerimônia ocorra na quinta-feira, mas o governador e os parlamentares da Paraíba, estado-natal do ministro, ainda não foram convidados, contrariando o protocolo. (Folha)

Segundo Lauro Jardim, a posse de Queiroga pode acontecer hoje mesmo, mas ela não consta de agenda oficial da Presidência. (Globo)

Então... A Organização Mundial da Saúde (OMS) não esperou a posse e já mandou um recado para Queiroga. A instituição fez um apelo para que o (futuro) ministro “ouça a ciência” e crie uma resposta “coerente e coesa” para frear a pandemia no Brasil, conta Jamil Chade. (UOL)

Assim, neste vácuo deixado pelo governo federal, os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), vêm assumindo o diálogo com o empresariado no combate à pandemia de Covid-19, embora neguem estar em desalinho com o Planalto. Segundo o Painel, os dois se encontraram com representantes de hospitais e planos de saúde, empresários e banqueiros. Deles, ouviram que abril será um mês trágico. (Folha)

Não é de surpreender que já passe de 1.500 o número de signatários da carta aberta de banqueiros, economistas e ex-presidentes do BC e do BNDES cobrando mudança de rumo no combate à Covid-19. Um dos signatários, o ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega, disse que a carta, que não menciona o nome do presidente Jair Bolsonaro, pretende chamar a atenção da sociedade para a grave crise sanitária causada pela pandemia. (Folha)

A carta foi recebida no Congresso como um fortalecimento para a reunião convocada por Bolsonaro com as cúpulas do Legislativo e do Judiciário amanhã para tratar da pandemia de Covid-19. A avaliação é que o mercado financeiro, assim como o Centrão, perdeu a paciência com o presidente. (Valor)

Já o Executivo viu o documento, assinado por boa parte do PIB, como um “movimento político” contra o presidente. Os signatários seriam “os críticos de sempre” tentando fortalecer uma candidatura de centro. Bolsonaro espera que outros setores da economia o apoiem contra medidas de restrição. (Estadão)

Legislativo e Judiciário vêem com ceticismo a reunião de amanhã. Bolsonaro quer anunciar medidas de saúde que envolvam todo o poder público, como a criação de um gabinete de emergência, adotando uma retórica moderada, o que não convence integrantes do Congresso e do STF. (Folha)

Mesmo que mude a retórica, como aconselham assessores, não se espera que o presidente vá reconhecer erros. Deve dizer que a doença mudou, com novas cepas e mortes de pessoas mais jovens, o que justificaria novas estratégias. O problema é que a adoção de medidas de restrição em estados e municípios, ainda não o convenceu. “Se ficar em lockdown por 30 dias e acabar com vírus”, sugeriu em discurso, toparia. Mas, logo emendou, isto não acontecerá. (Poder360)




Como recuperar uma parcela imensa do eleitorado que hoje está fechada com o adversário? Esse é o dilema que o PT enfrenta em relação aos evangélicos. Eles apoiaram o governo Lula, mas se afastaram durante a gestão de Dilma Rousseff, considerada “progressista demais” nos costumes, e hoje estão firmemente instalados no bolsonarismo. Há quem defenda que, a exemplo dos que fez com os empresários em 2002, Lula divulgue uma carta aberta acalmando os temores da comunidade evangélica. (Época)

Outra ponte até então pouco imaginada estaria sendo construída entre o PT e o PSDB, por intermédio do governador do Piauí, Wellington Dias, escalado por Lula como emissário junto aos demais governos estaduais. (Estadão)




Meio em vídeo. PT e PSDB travaram uma trégua, um pacto de não agressão. Seus governadores têm um problema grande nas mãos, e ficar discutindo o passado só atrapalha. Custa vidas. Enquanto isso, nas redes, a violenta guerra entre militâncias continua. Precisaremos ter paz, um acordo para o futuro. Porque, na pancadaria, com metade do país odiando a outra metade, nenhum governo futuro será viável. Confira o Ponto de Partida, no YouTube.




Pelo menos dez pessoas, incluindo um policial, morreram quando um homem abriu fogo dentro de um supermercado em Boulder, no estado americano do Colorado. Um suspeito foi preso, mas a polícia ainda não divulgou seu nome ou a motivação do crime. (G1)

Esse foi o sétimo ataque grave a tiros no país em sete dias. (CNN)

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