Desde que Lula recuperou os direitos políticos e especialmente após seu discurso na quarta-feira, a palavra que pesa sobre o presidente Jair Bolsonaro é pressão – não raro em sentidos contrários. Em primeiro lugar, ele busca consolidar os apoios que já tem. Demitiu Fabio Wajngarten da Secretaria de Comunicação após este entrar em choque com militares, manteve a promoção de servidores (leia-se policiais) na PEC Emergencial e confirmou em live as negociações para voltar ao PSL, que lhe ofereceria uma melhor estrutura para tentar a reeleição. (Globo)
Em outra frente, largou a máscara que usara em solenidade na quarta-feira, já que apoiadores consideraram o uso um gesto de temor diante das críticas de Lula. Em reunião virtual com microempresários já apareceu, como sempre, com o rosto descoberto e criticou novamente medidas de isolamento. (Estadão)
Mas o súbito apoio às vacinas deve continuar. Ele já vinha sendo sugerido desde antes da fala de Lula como forma de apaziguar empresários. O setor produtivo, que continua apoiando o presidente, teme que o atraso na vacinação prejudique ainda mais a economia. (Folha)
Os dois filhos mais velhos de Bolsonaro, o senador Flávio (Republicanos-RJ) e o vereador carioca Carlos (Republicanos), coordenam o disparo em massa de mensagens contra Lula nas redes sociais, com ajuda do deputado Hélio Lopes (PSL-SP). (UOL)
A volta de Lula ao cenário eleitoral está fazendo o centro correr para definir um nome de baixa rejeição avesso aos extremos e evitar o fracasso dos esforços por uma frente ampla. Sem essa frente, diz uma fonte na direção do DEM, o centro ficará de fora do segundo turno. (Folha)
O ex-ministro Luiz Henrique Mandeta, possível candidato do DEM, diz que o partido pode abrir mão da cabeça de chapa em nome de uma aliança mais ampla. (Estadão)
Thomas Traumann: “O discurso de Lula ressuscitou o petismo, assustou os bolsonaristas, acordou a Faria Lima e fez abrir um sorriso nos deputados do Centrão. Os 300 deputados sempre dispostos a apoiar o governo, qualquer governo, ganharam com a volta de Lula um cenário de sonhos: um presidente que precisa de apoio para não perder a reeleição. Com Lula podendo se candidatar, o jogo eleitoral mudou. Só não mudou o fato que quanto mais instável é a política, maior é o preço do Centrão.” (Poder360)
O ministro do STF Gilmar Mendes pode se tornar relator de todas as ações pedindo a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro na Lava-Jato, hoje sob o guarda-chuva de Edson Fachin. Se Nunes Marques, que pediu vista, apoiar a suspeição, Cármen Lúcia mudar voto que deu em 2018, Gilmar passa a ser o autor do acórdão e julgador natural dos próximos pedidos semelhantes, podendo até decidi-los monocraticamente. (Globo)
Bela Megale: “A defesa do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha solicitou ao STF que seja declarada a suspeição de Moro. O pedido foi baseado nas mensagens hackeadas da operação Lava-Jato. Cunha foi sentenciado pelo ex-juiz a 15 anos de prisão no caso conhecido como petrolão e cumpre em casa uma ordem de prisão preventiva decretada há quatro anos e cinco meses.” (Globo)
Meio em vídeo. Esqueça o que você sente pelo ex-presidente Lula — sim, no Brasil de hoje, é difícil. Mas o ministro do STF Edson Fachin, acaba de anular por uma questão técnica todos os processos que corriam contra Lula na Lava-Jato em Curitiba. Se está certo, a decisão vem com atraso demais e impactou a última eleição de forma irreversível. Se está errado, impactará a próxima. É brincar com a democracia. Confira o Ponto de Partida no Youtube.
O decano do STF, ministro Marco Aurélio não gostou de ser contrariado na sessão sobre a libertação ou não do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ). Após o relator Alexandre Moraes adiar a decisão para dar mais prazo à defesa, Marco Aurélio sugeriu que o plenário decidisse, o que Moraes considerou um desrespeito. O ministro insistiu e pediu que o presidente Luiz Fux submetesse o caso ao colegiado, o que foi rejeitado. Furioso, Marco Aurélio chamou Moraes de “xerife” e Fux de “autoritário”. (Folha)
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