Nesta terça-feira, o Brasil registrou 3.251 óbitos em decorrência da covid-19 em um só dia. O novo marco trágico sustenta o país como o único a registrar, atualmente, média superior a 1.000 mortes diárias no mundo —o Brasil é a segunda nação em número absoluto de mortes, atrás apenas dos EUA. Felipe Betim conta que, apesar da gravidade da situação, seguimos na direção contrária do que recomendam os especialistas, enquanto os governadores tentam levar a cabo medidas restritivas sob oposição ativa de Jair Bolsonaro. O presidente, acuado pela escalada na crise, foi à TV mentir sobre seu papel e o de seu Governo na pandemia e prometer vacinação depois de desdenhar dos imunizantes. A falta de controle da crise sanitária levou o mandatário a convocar, para esta quarta-feira, uma reunião com representantes de todos os poderes e de governos estaduais em Brasília, uma ação para acalmar os ânimos de empresários e aliados que pressionam o Planalto. Da capital federal, Afonso Benites escreve que o encontro a portas fechadas é uma clara tentativa de dar um verniz de liderança e fingir um novo rumo na condução da emergência. A terça-feira também foi dia de marco histórico no Supremo Tribunal Federal. Por 3 votos a 2, a Segunda Turma da corte decidiu que o ex-juiz Sergio Moro foi parcial ao condenar Luiz Inácio Lula da Silva à prisão. O voto decisivo veio da ministra Cármen Lúcia, por anos defensora da Lava Jato, e a sentença terá impactos tanto para o futuro da operação como para o de Lula, que teve vitória estratégica contra o ex-ministro de Jair Bolsonaro. O repórter Gil Alessi analisa que, com a decisão, além do trunfo do ex-presidente contra seu algoz, o petista ganha tempo, porque a principal acusação contra ele volta à estaca zero. A edição desta quarta-feira traz também uma história bem distante dos holofotes. “Achava que eu era o único homem que tinha sido vítima de violência sexual. Só procurei ajuda com 30 e poucos anos." O relato é de Ângelo Fernandes, fundador da Quebrar o Silêncio, uma associação portuguesa de acolhimento a adolescentes e adultos do sexo masculino que sofreram abusos sexuais. No Brasil, ainda não há instituição de acolhimento específica para homens vítimas destes crimes, e casos de repercussão midiática têm sido expostos a conta-gotas. Breiller Pires conta que milhares de meninos e homens que sofreram este tipo de violência costumam demorar décadas para procurar ajuda, o que dificulta o levantamento de denúncias e a intervenção especializada para ajudá-los. “Por causa de nossa cultura patriarcal e machista, há uma estigmatização de garotos que sofrem abuso sexual. É como se o abuso retirasse a masculinidade do menino”, diz Flávio Debique, da ONG Plan International Brasil. Na sessão nostalgia, a abertura da “caixa de Pandora” da adolescência de Soleil Moon Frye. Mundialmente conhecida por seu papel como Punky Brewster na série Punky, a levada da breca, Frye estreou o documentário Kid 90, que mostra como Hollywood tratou os jovens daquela década. As gravações foram feitas pela atriz, que, acostumada a crescer cercada por câmeras, decidiu empunhar a sua própria e começou a documentar tudo. De uma ida ao parque de diversões com amigos famosos a conversas íntimas, amores e reflexões sobre a vida. “Eu não acredito que vivi uma mentira todo esse tempo, mas certamente não acredito que tenha prestado atenção ao meu redor”, diz em Kid 90. Fique em casa se puder. Ajude os mais vulneráveis se tiver chance. O Brasil do futuro agradece. | |||||||||||||||
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quarta-feira, 24 de março de 2021
Bolsonaro mente na TV quando Brasil chora 3.251 mortes em um só dia na pandemia
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