terça-feira, 30 de março de 2021

Troca na Defesa denuncia crise militar no Governo Bolsonaro

 


A segunda-feira parecia agitada pela notícia da saída do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Mas foi a carta de demissão do ministro da Defesa, Fernando Azevedo, que revelou o tamanho do caos no Governo Bolsonaro. O pfresidente resolveu trocar, de uma tacada só, seis de seus ministros. Num momento de turbulências em Brasília com a pressão pela gestão pífia da pandemia de covid-19, a saída de Azevedo, amigo de longa data do presidente Jair Bolsonaro, evidenciou uma crise na relação com as Forças Armadas, escreve Carla Jiménez. “Esta é uma crise militar séria”, disse João Roberto Martins Filho, estudioso do tema no Brasil, comentando a possibilidade de haver renúncia conjunta dos chefes das três armas —o que especula-se que pode ocorrer ainda nesta terça-feira. “Se confirmado, será a primeira vez desde a redemocratização que acontece isso. O que falta desvendar é o que Bolsonaro vai fazer”, diz ele.

De Brasília, Afonso Benites explica que a mexida no gabinete, que ainda não terminou e pode derrubar Ricardo Salles (Meio Ambiente) ainda nesta semana, tem o objetivo de acomodar o Centrão, do qual o Governo é cada vez mais dependente, e tentar evitar a criação de uma CPI contra o Planalto ou uma eventual abertura de processo de impeachment. Já Sérgio Leo analisa a margem de manobra do novo chanceler que substituirá Araújo, Carlos França, e o custo ambiental que o Planalto paga com a permanência de Salles. "Discreto, o posto mais alto que já ocupou na diplomacia foi o de segundo no comando da embaixada do Brasil na Bolívia. De temperamento cordial, caiu na simpatia também do filho 03, Eduardo Bolsonaro, e do assessor internacional do Presidente, Filipe Martins, ambos os principais influenciadores das ações do presidente no campo das relações internacionais", escreve ele.

Uma prisão sem armas nem policiais, onde os próprios condenados administram o local. Não é uma utopia, mas uma realidade onde mais de 50.000 criminosos saldaram suas contas com a Justiça nas últimas décadas. A repórter Naiara Galarraga Gortázar foi até Paço do Lumiar, no Maranhão, de onde conta sobre a realidade desse ambiente onde a fé tem um peso enorme, e a máxima é “matar o criminoso, salvar o homem”. Um sistema idealizado nos anos setenta e recomendado pelo Ministério da Justiça por ser visto como muito eficaz. "É mais barato. E a taxa de reincidência, menor”, diz a antropóloga Karina Biondi.

No Chile, o sucesso da vacinação não foi suficiente para conter a alta na onda de contágios pela covid-19, e o recrudescimento da pandemia ameaça afetar o calendário político do país. Nesta segunda, o Governo de Sebastián Piñera anunciou que apresentará uma proposta para adiar a votação da Constituinte, agendada para os dias 10 e 11 de abril. De Santiago, a correspondente Rocío Montes explica que o adiamento vai botar à prova as instituições chilenas e a própria democracia representativa no país, já que o pleito é destinado a eleger os representantes que redigirão a nova Constituição após a população decidir pela mudança na Carta herdada da ditadura de Pinochet.

A pandemia não alterou apenas datas de eleições, rotinas ou dinâmicas familiares. A crise sanitária também nos obrigou a repensar o mito da “solidão escolhida”. Raquel Peláez conta como a experiência de passar um confinamento em solidão serviu para que muitos recalibrassem sua relação com a falta de companhia.“Na vida pré-pandemia, para os que moram sozinhos era relativamente fácil evitar a sensação de solidão com vida social, trabalho, vida familiar, lazer. Todas essas saídas para não lidar com a solidão foram bloqueadas pela nova realidade. Apesar das adaptações esse sentimento claramente continuou estando ali”, diz o psicólogo e psicoterapeuta Rafael García.

Fique em casa se puder. Ajude os mais vulneráveis se tiver chance. Se cuide!


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