“Chega de frescura, de mimimi. Vão ficar chorando até quando?”, indagou o presidente Jair Bolsonaro (vídeo no Twitter) durante evento em São Simão (GO). “ Vocês não ficaram em casa. Não se acovardaram”, seguiu, elogiando o público que o assistia. Mais tarde, falou com eleitores. “Tem idiota que a gente vê nas redes sociais, na imprensa, [dizendo] ‘vai comprar vacina’. Só se for na casa da tua mãe. Não tem para vender no mundo.” (G1)
O ‘mimimi’: Na quinta-feira, o Brasil atingiu 261.118 mortos por Covid-19, com 1.786 óbitos, segundo dados do consórcio de veículos de comunicação apurados junto aos estados. A média móvel de 1.361 mortes em sete dias foi o quinto recorde consecutivo. Apenas Amazonas e Amapá tiveram indicação de queda no número de mortes. A alta se faz presente do Distrito Federal e em 16 estados: PR, RS, SC, SP, DF, GO, MS, AC, TO, AL, BA, CE, MA, PB, PI, RN e SE. (G1)
A situação pode ficar ainda pior. Muito pior. O Ministério da Saúde, de acordo com apuração do repórter Fabio Murakawa, considera a possibilidade de o número de mortes por dia ultrapassar as três mil daqui a duas semanas. (Valor)
Os Estados Unidos continuam liderando o triste ranking de casos e mortes, mas o Brasil parece disposto a assumir a ponta. De acordo com o Our World in Data, ligado à Universidade de Oxford, nosso país registrou na quarta-feira uma média móvel diária em sete dias de 6,3 mortos por milhão de habitantes, enquanto o mesmo índice nos EUA ficou em 5,5 óbitos. (Globo)
Vários dentre os governadores responderam ao presidente com uma carta sóbria: “Ninguém discorda de que a pandemia seguirá ceifando vidas. Nesse contexto, a vacinação em massa a única capaz de deter a pandemia. Se não tivermos pressa, o futuro não nos julgará com benevolência. Por isso, pedimos ao Governo Federal esforço ainda maior para obter, em curto prazo, número consideravelmente superior de doses. Caso seja possível, sugerimos também o requerimento de apoio e intermediação da Organização Mundial da Saúde. Neste momento, há novas, reais e importantes justificativas para que o Brasil obtenha, com celeridade, novas remessas de imunizantes, a principal delas é a chegada e a rápida disseminação da nova variante P1, que tem se revelado ainda mais letal, prejudicando os esforços para proteger a vida. O mundo acompanha com preocupação o rápido avanço do contágio por essa variante no Brasil, o que torna o bloqueio da disseminação desse tipo de vírus matéria de interesse de diversas nações, inclusive porque outras variantes podem dela advir.” (G1)
Da “gripezinha” ao “país de maricas”, veja o que Bolsonaro já disse sobre a pandemia. (Folha)
O Ministério da Saúde tem um cronograma para vacinar toda a população até o fim deste ano. O problema é que o planejamento do mesmo ministério prevê a disponibilidade de somente 2/3 das vacinas para atingir a meta. (Poder360)
A estimativa de recebimento de 12,9 milhões de doses da vacina de Oxford/AstraZenenca envasadas pela Fiocruz, previsto para março, encolheu para 3,8 milhões. A fundação alega que só pode fazer nova previsão de entrega após a Anvisa aprovar os lotes que estão sendo produzidos. (Folha)
Tão preocupante quanto o fornecimento de vacinas é o comportamento das variantes do Sars-Cov-2. Segundo a Fiocruz, as piores mutações – do Amazonas, do Reino Unido e da África do Sul – já são predominantes em pelo menos seis estados: Alagoas, Ceará, Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. (Estadão)
O governador João Doria (PSDB) cedeu à pressão da bancada evangélica e de seu secretário de Educação, mantendo igrejas e escolas abertas mesmo na maior restrição imposta pela pandemia. Com isso, o coordenador-executivo do Centro de Contingência do Coronavírus, João Gabbardo, fez um apelo direto a esse público. “Se possível, façam as orações em casa”, pediu ele. (UOL)
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