quinta-feira, 11 de março de 2021

Lula, Ciro e Mandetta bateriam Bolsonaro no segundo turno em 2022

 


Se as eleições presidenciais fossem nesta semana, Jair Bolsonaro estaria em maus lençóis no segundo turno. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os ex-ministros Ciro Gomes (PDT) e Luiz Henrique Mandetta (DEM) bateriam o presidente com ao menos 16 pontos percentuais de diferença na disputa eleitoral decisiva, mostra a pesquisa da consultoria Atlas. O levantamento da empresa, encerrado nesta quarta-feira, quando Lula fez, sem explicitá-lo, um discurso de lançamento extraoficial de sua candidatura a 2022, mostra que o petista melhorou sua imagem em vários dos indicadores e que Bolsonaro é afetado pela crescente rejeição à sua figura e ao Governo no auge da pandemia no país. Leia a pesquisa em primeira mão nesta newsletter em reportagem de Flávia Marreiro.

Na primeira entrevista coletiva depois da decisão que devolveu seus direitos políticos, Lula se apresentou como uma antítese de Bolsonaro, mirando a artilharia contra o atual Governo, ponto a ponto. Da gestão da pandemia à economia, não faltaram críticas contundentes numa aparição de mais de duas horas que mobilizou emissoras de tevê e redes sociais. Regiane Oliveira conta os bastidores da movimentação do ex-presidente no PT. O partido, em linha com o discurso de Lula, de aceno ao centro, prepara uma agenda de encontros com líderes políticos e religiosos enquanto discute o novo plano para o país —tudo, no entanto, em marcha lenta por causa da covid-19. "Ficou claro que a partir de hoje Lula já está em campanha eleitoral e começa a aparecer um Lula ressuscitado e com a intenção de vestir mais a figura do estadista conciliador do que a do sindicalista enfurecido", analisa o colunista Juan Arias.

Enquanto o país dava mais um passo em direção à disputa eleitoral de 2022, a pandemia seguia avançando. Com 32 cidades em colapso, São Paulo enfrenta —pela primeira vez desde o início da crise sanitária— espera por leitos de UTI em vários municípios. Ao menos 30 pessoas já morreram na fila paulista. A situação do Estado mais rico do Brasil —que tem uma demanda diária de 130 internações em leitos intensivos— espelha a crise simultânea do país, que nesta quarta-feira ultrapassou a marca de 2.000 mortes registradas em um único dia. Apesar da situação crítica, como conta a repórter Beatriz Jucá, o governador João Doria ainda reluta em aumentar mais uma vez as restrições da quarentena para conter a crise, apesar dos incessantes alertas dos especialistas desde janeiro.

Entre os vários impactos da crise sanitária na dinâmica social brasileira está também o reforço de práticas ancestrais. Da tataravó para a mãe. Desta para a filha. As mulheres da família Carvalho estão unidas por um dom: trazer crianças ao mundo por meio de saberes herdados e carregando nos braços o legado de perpetuar a naturalidade de nascer. Do Recife, Alice de Souza explica a influência da pandemia no fortalecimento do movimento do parto humanizado e como parteiras tradicionais são uma importante assistência para mulheres em todo o país. "Ser parteira é uma doação. É uma mulher ajudando outra mulher, muitas vezes onde não tem transporte, em lugares esquecidos”, diz Marcelo Carvalho.

Para ler com calma, o especial do EL PAÍS com as mulheres esquecidas pela história nas Américas conta quem foram Prudencia Ayala e Soledad Acosta de Samper. Duas mulheres pioneiras em seu tempo, mas desvalorizadas por uma sociedade que as julgava como transgressoras do papel que lhes era reservado —o doméstico. Ayala foi mulher indígena, mãe solo e com pouca educação formal. Chamada de louca e analfabeta, foi a primeira mulher a concorrer à presidência na América Latina e abriu caminho para que outras mulheres de El Salvador participassem da política. Na Colômbia, a jornalista e historiadora Soledad Acosta de Samper abriu caminho para escritoras que vieram depois dela, mas “foi silenciada, invisibilizada, ignorada, por ser mulher”, conta a biógrafa Corpas de Posada.


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