O Brasil, de novo, aguarda o desfecho de mais uma crise no Ministério da Saúde. Assim como seus dois antecessores —Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich — o general Eduardo Pazuello vive um processo de fritura no Governo e, embora tenha desmentido nas redes sociais sua demissão, ele mesmo admite que entregará o comando da pasta assim que o presidente Jair Bolsonaro pedir. A troca de comando na Saúde foi intensamente discutida ao longo do fim de semana pelo Palácio do Planalto. No domingo, Bolsonaro esteve reunido por três horas com a médica Ludhmila Abrahão Hajjar. Entretanto, uma notícia publicada nesta segunda-feira pelo jornal Folha de S.Paulo indica que ela não deve aceitar o convite. Nos bastidores, fala-se que Pazuello fica enquanto não houver a confirmação de quem deve substituí-lo. “Não estou doente, não entreguei o meu cargo e o presidente não o pediu, mas o entregarei assim que o presidente solicitar”, afirmou. A troca de comando na Saúde seria uma resposta à crescente pressão de parlamentares do Centrão como parte da mudança de postura que é exigida de Bolsonaro diante da gravidade da pandemia e da consequente crise econômica gerada por ela. O militar, que costuma seguir as bravatas e imposições do mandatário, deve deixar o ministério no momento mais crítico da pandemia no país, com vários Estados em colapso hospitalar e seguidos dias de recordes de mortes, como mostra a reportagem de Afonso Benites e Beatriz Jucá. Até este domingo, o Brasil somava 278.229 mortes causadas pela covid-19. Também destacamos uma entrevista com Yanis Varoufakis, ex-ministro das Finanças grego, que ocupou o cargo durante o mais dramático período da crise na Grécia, em 2015. Ministro, ativista, político, economista, professor, ensaísta de sucesso e romancista, Varoufakis conversou com a repórter Berna González Harbour por videoconferência de Atenas, onde é um dos nove deputados de seu pequeno partido, MeRA25. Ele comenta sobre seus esforços para fomentar um movimento internacional de esquerda, a crise do euro (que considera com os dias contados), as tensas relações democráticas entre os países da Europa e a pandemia de coronavírus. "O verdadeiro começo foi a crise financeira de 2008, que foi o 1929 da nossa geração. E agora veio o covid-19. E o que os Governos fizeram? Mais do mesmo: mais dinheiro do Banco Central para o setor financeiro e um pouco de ajuda à população para se manter, não para empoderar os que não têm poder. Portanto, a pandemia vai ser uma extensão e um aprofundamento do que aconteceu nos últimos 12 anos." E ainda, o que faz com que muitas mulheres competentes neguem suas capacidades e digam não quando recebem a oferta de espaços de representação? A psicoterapeuta Anne de Montarlo e a jornalista Elisabeth Cadoche lançam um olhar sobre A síndrome da impostora (em livro que leva esse nome), e comentam como, mais de 40 anos depois desse termo ser cunhado pela primeira vez ele continua mais atual que nunca. As autoras incluem em seu livro citações da ex-ministra da Saúde e filósofa francesa Simone Veil, Michelle Obama e Sheryl Sandberg (número dois do Facebook e autora de Faça acontecer, considerado o manifesto fundacional do ramo mais corporativo e liberal do feminismo na década passada. A ex-chanceler alemã Angela Merkel, a atriz Meryl Streep e a escritora Margaret Atwood também confessam ter se sentido impostoras. Para as pesquisadoras, esse foi um ponto de partida: se até elas algumas vezes haviam se sentido uma fraude, o que as outras não pensariam. | |||||
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário