O Exército abriu no dia 29 de junho uma consulta pública para recolher sugestões da sociedade sobre como deve ser regulado o rastreamento de armas e munições pelo Governo. Disponibilizada somente até 5 de julho, a audiência pública serve, em tese, para auxiliar a Força na elaboração das novas normas de controle, necessárias após conflito com o Ministério Público Federal oriundo da flexibilização da norma antiga. Para Bruno Langeani, gerente de projetos do Instituto Sou da Paz, a consulta “de fachada” e de prazo “ridículo” não deve impedir o avanço da política de facilitar o acesso às armas pela população, um dos pilares da gestão de Bolsonaro. A divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, em que Bolsonaro falou que desejava armar a população para impedir uma “ditadura” deixa evidente essa política.
Uma pesquisa de opinião do Atlas Político aponta que o apoio a Bolsonaro ganhou uma sobrevida após a sangria de popularidade que o abateu durante crise política e sanitária, enquanto a imagem de Sergio Moro e Paulo Guedes se desgastaram. O levantamento também avaliou a opinião dos brasileiros sobre a hipótese de instauração de uma ditadura militar no país, ventilada com frequência por parte dos apoiadores do Governo. Segundo o Atlas Político, 87% da população é contra o retorno de um regime de exceção e 7% é a favor. Em novembro de 2019, o apoio à ditadura militar era de 14%, contra 75% dos que se opunham à ideia.
Nesta quarta-feira, trabalhadores que fazem entregas de encomendas feitas via aplicativos realizaram uma paralisação nacional para exigir uma maior remuneração por quilômetro rodado, além de melhores condições de trabalho e garantias mínimas de segurança. Um estudo realizado no Brasil mostra que a maioria dos entregadores via app recebe menos de dois salários mínimos, apesar de encarar jornadas de trabalho entre nove a 14 horas diárias, todos os dias da semana. A repórter Joana Oliveira conta os detalhes do protesto que ganha forma em um Brasil onde o serviço de entregas tornou-se uma alternativa ao desemprego em meio à crise provocada pela covid-19, que até esta terça havia causado 60.632 mortes. O país já tem 1,44 milhão casos confirmados.
Ainda nesta edição, uma reportagem especial dos correspondentes do EL PAÍS na América Latina conta como os caixões de papelão se tornaram uma alternativa para os enterros em diversos países da região durante a pandemia. Eles são até três vezes mais baratos do que os de madeira e não poluem, mas colidem com as imposições do ritual da morte e enfrentam barreiras culturais.
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quinta-feira, 2 de julho de 2020
Exército faz consulta de 6 dias de ação que pode flexibilizar controle de arma
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