quarta-feira, 1 de julho de 2020

Mais de metade dos brasileiros não têm trabalho


Pela primeira vez, mais da metade dos brasileiros não têm trabalho. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, PNAD, apenas 49,5% das pessoas com idade de trabalhar estavam ocupadas no trimestre encerrado em maio: 85,9 milhões de pessoas — perda de 7,8 milhões em apenas três meses, sendo a maioria informal. É o menor nível de ocupação desde 2012, quando o levantamento passou a ser feito pelo IBGE. A taxa de desemprego, que mede a ocupação daqueles que buscam trabalho, subiu para 12,9% no trimestre encerrado em maio, ante 11,6% nos três meses anteriores. O número de desalentados, aqueles que desistiram de procurar um emprego, saltou 15,3% no trimestre, e agora está em 5,4 milhões, mais um recorde na série. E as pessoas que não estavam trabalhando nem procurando cresceram em nove milhões de um trimestre para o outro, chegando a 75 milhões. Todos recordes. (CNN Brasil)

Míriam Leitão: “Quando a pandemia tiver passado, e a economia começar a voltar ao normal, o número de desempregados vai aumentar muito. O país estará com mais confiança, empresas que sobreviverem pensarão em investir e é nesse momento que mais pessoas responderão sim à pergunta: ‘você procurou emprego e não encontrou?’ Dessa resposta sai o índice do desemprego. E hoje muita gente não procura. Por causa da pandemia, da crise, da certeza de que não será contratado. E, se não procura, não entra na estatística de desocupados. Quando setembro vier, pensa o economista Bruno Ottoni, o número subirá. Ele acha que no terceiro trimestre é que será o fundo do poço. Há números que parecem bons, mas não são: caiu a informalidade para o menor percentual da série, 37,6%. Já foi mais de 40%. E aumentou o rendimento real habitual em 3,6%. Em outro momento, isso seria sinal de que informais passaram a ter emprego com carteira assinada e que estavam ganhando mais. Infelizmente, contudo, eles são sinais de que o desemprego bateu mais fortemente nos mais vulneráveis. O Brasil já estava mal quando veio a pandemia. É isso que precisa ficar claro. Estava mal porque não tinha se recuperado da recessão iniciada no governo Dilma, e que consumiu 7% do PIB entre 2015 e 2016. E estava mal porque a recuperação estava perdendo o pouco de força que tinha quando veio a pandemia. O Brasil tem vários trabalhos a fazer depois de vencer o vírus para superar os desequilíbrios do mercado de trabalho. A situação já era ruim antes e ficou muito mais grave com a queda brusca da economia nesta nova recessão. O remédio terá que ter a grandeza da crise.” (Globo)
O governo confirmou que vai prorrogar por mais dois meses o auxílio emergencial no valor de R$ 600 cada. Mas o pagamento deve ser dividido em quatro parcelas. Paulo Guedes não quer ir além desta extensão. (G1)
A dívida pública, aliás, atingiu o seu maior nível desde 2006: chegou a R$ 5,9 trilhões em maio, 81,9% do PIB. (Globo)



Sem ter jamais tomado posse, Carlos Alberto Decotelli entregou ontem, pessoalmente, seu pedido de demissão ao presidente Jair Bolsonaro. O grande número de pontos questionados em seu currículo tornaram inviável que assumisse o MEC. A demissão foi necessária porque sua nomeação havia sido publicada no Diário Oficial. (Poder 360)



Por 44 votos a 32, o Senado aprovou o projeto de lei contra fake news, em sua versão escrita por Angelo Coronel. O texto determina que, em casos de denúncia, as plataformas com mais de 2 milhões de usuários devem cobrar dos membros que apresentem seus documentos para comprovar identidade. Haverá um limite do número de contas que cada usuário pode controlar. Todas as contas movidas por robôs devem ser identificadas. E as empresas têm de ter sede no Brasil. Ainda é necessária aprovação da Câmara. (G1)



Julio Vellozo, da Universidade Mackenzie: “Não voltaremos ao normal. Não há retorno possível porque uma nova realidade nascerá. 1. Crise de hegemonia no sistema internacional entre China e EUA, ou entre Oriente e Ocidente, de acordo com o gosto do freguês; 2. Crise econômica estrutural que já vinha de antes da covid; 3. Crise ecológica, com o aquecimento global; 4. Crise demográfica,; 5. Crise de saúde pública, provocada pela(s) pandemia(s). O que virá não será a somatória simples dessas crises: a resultante será algo diferente e superior, uma síntese complexa delas. O mundo configurado no século 19, resultado das revoluções Industrial e Francesa, está condenado a se transformar profundamente e, talvez, a perecer. O que virá?” (Twitter)

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