Rafael, Endryw, Ana Clara, Alice, Kaio. São cinco das 100 crianças baleadas nos últimos cinco anos na região metropolitana da cidade nem tão maravilhosa assim, o Rio de Janeiro. Cecília Olliveira escreve sobre os pequenos que tiveram as vidas ceifadas de forma abrupta e endossam uma terrível estatística na capital fluminense. Kaio, de 8 anos, foi atingido por uma bala perdida no dia 16 deste mês. Estava numa festa num centro de reforço escolar na Vila Aliança, Bangu, na Zona Oeste carioca, e esperava para ter o rosto pintado quando foi atingido na cabeça por um artefato, provavelmente vindo de um tiroteio perto dali. Foi internado, mas não resistiu. Um terço destas crianças morreram durante operações policiais, muitas delas em casa, na escola ou a caminho da escola. A maioria dos casos fica sem solução e o Estado resiste a pagar indenizações. “Uma sociedade que não se mobiliza para evitar mortes de crianças não tem futuro”, assevera Daniel Lozoya, defensor público no Rio de Janeiro. Nos EUA, Joe Biden fez um discurso ante o Congresso para marcar os 100 dias de seu Governo. Falou por mais de uma hora e confirmou as diretrizes progressistas de sua gestão. Celebrou o avanço da vacinação no país e defendeu a taxação da alta renda para patrocinar novos programas sociais. "A todos os estadounidenses transgênero que nos veem em casa, especialmente aos jovens que são tão valentes, quero que saibam que seu presidente os respalda", disse. Leia o relato da correspondente em Washington, Amanda Mars. Já em Brasília, outros ventos. Em sintonia com o Planalto ultradireitista, a bancada ruralista tenta emplacar projetos que fragilizam a vigilância ambiental ou estimulam a grilagem de terras públicas. Afonso Benites explica o que está na pauta para as próximas semanas, que acende o alerta de ativistas pelo temor de uma "boiada antiambiental". Um desses projetos, apelidado de PL da Grilagem, estava prestes a ser votado no Senado, não fosse a pressão contrária, que empurrou a análise para a próxima semana. Ainda nesta edição, os contrastes globais na pandemia. Na Índia, 320.000 novos contágios pelo novo coronavírus nesta terça-feira. Foi um recorde mundial. Nunca um só país tinha produzido tantos casos diários. E o boom de casos preocupa a comunidade internacional, que teme a propagação de novas variantes, mais contagiosas e resistentes, e concorda que a vacinação dos países em desenvolvimento é imperativa para conter a pandemia. Já Juan Carlos Sanz, correspondente do EL PAÍS em Israel, vem do futuro e nos conta como é saborear a vida em um país vacinado contra a covid-19. Com mais da metade da população imunizada, Israel já se aproxima da velha normalidade, onde os vacinados podem se encontrar livres de máscaras, desde que apresentem o certificado de vacinação contra a covid-19. "Não teríamos reunido tantos milhares se não fosse pela vacinação.” Ao pé do Muro das Lamentações, Itay Peuli celebra com estas palavras, como se fossem de uma oração, um novo começo. No entanto, Sanz alerta: enquanto Israel já vive o dia seguinte, os seus vizinhos, como a faixa de Gaza, registram a disparada das infecções. | |||||
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