João Pessoa (PB), Rio Branco (AC) e Salvador (BA) suspenderam ontem a vacinação contra Covid-19 por falta de doses, sendo que a capital paraibana não tem imunizantes sequer para aplicar a segunda dose nos que já receberam a primeira. (Poder360)
Não são só vacinas que estão em falta. Os estados de São Paulo, Rio e Minas enfrentam escassez do “kit intubação”, necessário para manter os pacientes sedados. O governo paulista disse ter mandado nove ofícios sobre a situação ao Ministério da Saúde nos últimos 40 dias, sem obter resposta. O ministério diz que o material deve estar disponível em dez dias. (Jornal Nacional)
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, informou que a Pfizer vai antecipar a entrega de dois milhões de doses de sua vacina, com a metade chegando ainda em abril. A expectativa é que 15,5 milhões de doses do imunizante estejam disponíveis até julho. (Poder360)
E o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse que há muita resistência na Casa ao projeto aprovado pela Câmara flexibilizando as regras para compra de vacinas por empresas para imunizar funcionários. (Globo)
Nesta quarta-feira foram registradas 3.462 mortes por Covid no país, elevando o total a 362.180. Pelo quinto dia consecutivo a média móvel diária de óbitos em uma semana ficou acima de 3 mil, 3.012. Esses números não incluem o Ceará, que não divulgou seus dados. (UOL)
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alertou em seu boletim que a pandemia deve continuar em “níveis preocupantes” até o final de abril, pelo menos. Segundo os pesquisadores, medidas restritivas começam a mostrar “êxitos localizados” e não devem ser flexibilizadas, pois o número de mortos e a demanda hospitalar seguem em níveis altos. (Estadão)
A despeito das recomendações da Fiocruz, pelo menos 18 estados estão flexibilizando as regras de isolamento. No Mato Grosso do Sul, por exemplo, todas as atividades econômicas foram liberadas. O Ceará estabeleceu, no máximo, restrição no horário de funcionamento do comércio. Especialistas condenam as medidas, dizendo que o país está indo “de uma crise sanitária para uma crise funerária.” (UOL)
Tanto Mato Grosso do Sul quanto o Ceará estão entre os 12 estados brasileiros com média de mortos por 100 mil habitantes acima do índice nacional, 168,7. (Veja)
Para o público externo, um empresário-modelo, um sobrevivente do nazismo que recomeçou do zero no Brasil e construiu um império no setor de varejo, as Casas Bahia. Para dezenas de mulheres, um predador sexual que usava de seu poder econômico para praticar abusos contra meninas e mulheres jovens. Esse é o retrato de Samuel Klein, que morreu em 2014, que emerge de uma longa e detalhada reportagem elaborada por seis repórteres da Agência Pública. Karina Carvalhal, uma das dez mulheres ouvidas, conta que começou a sofrer os abusos aos 9 anos de idade quando seu nome foi recomendado por uma irmã de 12. “Ká, não se assuste porque ele vai te dar um beijinho”, mas Klein, segundo ela, acariciou seu corpo em troca de dinheiro e um par de tênis. “A segunda vez, ele já me levou pro quartinho”, completa Karina, hoje aos 40, referindo-se a um anexo do escritório onde havia uma cama hospitalar e aconteciam os abusos sexuais mais sérios. Segundo funcionários da rede, era comum meninas e jovens chegarem às lojas com bilhetes assinados por Klein autorizando-as a pegar produtos, geralmente eletrônicos, como “agrado”. As vítimas tinham sempre o mesmo perfil: meninas de famílias pobres entre 9 e 17 anos – pelo menos uma maior de idade disse aos jornalistas que fingia ser mais nova. Segundo a reportagem, auxiliares próximos do empresário organizavam festas que reuniam dezenas das “samuquetes”, como as garotas eram chamadas. Algumas das denúncias chegaram à Justiça, mas terminaram em acordos ou na prescrição pela idade de Klein, que morreu sem jamais ter ido a julgamento. (Agência Pública)
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