Muitas das pessoas que receberam a CoronaVac no Brasil apontavam como vantagem o intervalo relativamente curto entre as duas doses, três semanas, antecipando a imunização. Mas pode ser o contrário. Estudo feito pelo próprio Instituto Butantan, que fabrica a vacina no Brasil, indica que a eficácia do imunizante cresce conforme o intervalo entre as doses. A eficácia geral, por exemplo, salta de 50,7% para 62.3%. (UOL)
Já a China, onde a CoronaVac foi desenvolvida, estuda misturar vacinas para aumentar a eficácia. O diretor dos Centros de Controle de Doenças da China, Gao Fu, admitiu que os imunizantes produzidos no país não têm eficácia alta. A ideia não é nova ou estapafúrdia. Pesquisadores britânicos estudam combinar as vacinas da Pfizer/BioNTech, que usa a nova tecnologia de RNA mensageiro, com a de Oxford/AstraZeneca, feita com o tradicional sistema de vírus inerte. (G1)
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, admite dificuldades para cumprir o cronograma de vacinas no segundo semestre, atribuindo o problema à carência mundial de imunizantes. Queiroga acredita que, conforme os EUA completem seu próprio programa de vacinação, mais doses se tornem disponíveis. Sobre as posturas negacionistas do presidente Jair Bolsonaro, o ministro nega atritos, mas diz que uma de suas funções é “persuadir o chefe”. (Folha)
E neste domingo o Brasil registrou a segunda maior média móvel de morte em sete dias desde o início da pandemia: 3.109, com alta de 17% em relação ao período anterior. Foram 1.824 óbitos em 24 horas, elevando o total a 353.293, segundo dados apurados pelo consórcio de veículos de comunicação junto aos estados. (Globo)
Painel: “Gestores de ao menos 1.604 cidades do Brasil disseram que há possibilidade de faltar luvas para os profissionais de saúde nos próximos dez dias caso a curva de internação por Covid-19 continue alta. O número pode ser maior porque menos da metade dos municípios do país, 2.411, responderam à pesquisa do conselho de secretarias. Em São Paulo, estado mais rico brasileiro, 160 das 302 cidades ouvidas até a terça afirmam ter problemas para adquirir o item —a capital é uma delas.” (Folha)
E virou piada a “campanha de conscientização” feita pelo governo do Estado do Rio. Ao custo de R$ 13 milhões, a campanha tem como um dos carros chefes um cartaz em que um médico aparece usando uma máscara... de cabeça para baixo. O governo reconheceu a gafe e recolheu os cartazes. (UOL)
Mas os problemas não param por aí. Segundo o repórter Ruben Berta, há suspeita de direcionamento na escolha da agência Propeg, responsável pela campanha. Ela foi a única a responder no prazo de apenas dois dias dado pelo governo, o que indicaria conhecimento prévios das regras da licitação. Ah, e nas peças originais, os modelos sequer usavam máscaras. (Blog do Berta)
O Papa Francisco provocou esgares nos conservadores ao dizer ontem, durante a missa do Domingo de Misericórdia, que os primeiros cristãos não tinham o conceito de propriedade privada, e que partilhar os bens não era “comunismo, mas puro cristianismo”. (G1)
Em defesa do Papa, há que se dizer que ele não está inovando, de acordo com o Evangelho segundo Mateus 19:16-24.
Mas Francisco está pregando no deserto quando o assunto é o dinheiro das próprias igrejas. Pelo menos no Brasil. Líderes religiosos, em particular das seitas neopentecostais, reclamam que o pagamento de dízimos caiu até 40% com as restrições impostas pela pandemia. Estima-se que o dinheiro em espécie que o rebanho entrega em templos anualmente chegue a R$ 15 bilhões. (Estadão)
Por essas e outras, grupos religiosos fizeram uma manifestação ontem em Brasília exigindo a reabertura dos templos no auge da pandemia. (Poder360)
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