“Transformei meu luto em força para impedir que outras pessoas passem por isso”, diz a assistente social Paola Falcetta, fundadora da Associação de Vítimas e Familiares de Vítimas da Covid-19 (Avico), que luta na Justiça pela responsabilização do poder público pelo descontrole da pandemia. Quando o Brasil supera os 400.000 mortos pela doença no Brasil, Beatriz Jucá conta as movimentações para organizar a mobilização. Paola perdeu a mãe de 81 anos no Rio Grande do Sul, quando os médicos lhe informaram que não haveria estrutura para atendê-la. “Minha mãe foi submetida quase a uma eutanásia. Só estavam dando morfina para ela no final”, diz. Por um grupo no WhatsApp, cerca de 100 pessoas que compartilham a dor da perda de um ente querido debatem que caminho tomar para buscar compensação ou oferecer um apoio coletivo. Já são 13 meses de pandemia e durante este período o presidente Jair Bolsonaro adotou por diversas vezes um discurso negacionista e promoveu remédios comprovadamente ineficazes contra a covid-19. No entanto, pela primeira vez desde o início da crise, o mandatário sente a pressão de uma investigação que poderá desgastar sua imagem, atrelando a ele o maior morticínio enfrentado no país: a CPI da Covid-19. De Brasília, Afonso Benites conta que o Senado aprovou 310 requerimentos que pretendem esmiuçar a ação do Governo durante a crise sanitária. Uma artilharia pesada contra Bolsonaro, que também terá que explicar a escassez de vacinas no país. Nos Estados Unidos, Joe Biden segue em sua guinada na Casa Branca. De Washington, Amanda Mars analisa os passos do democrata para enterrar de vez o reaganismo e seu menosprezo pelo papel do Governo. Com a pandemia praticamente sob controle, a economia em franca recuperação e um otimismo generalizado no país, o presidente —que acaba de completar 100 dias de mandato— foi categórico ao afirmar: o Governo não só não é problema, como é solução. E a assertiva vem embasada nos bons resultados obtidos por Biden, que impulsionou a agenda mais progressista das últimas quatro décadas. Uma revolução política que quase ninguém esperava (e tudo isso num ambiente de surpreendente calma depois dos anos do trumpismo). Na Itália, o Governo declara guerra aos altares da máfia. O correspondente Daniel Verdú conta a ofensiva promovida pela cidade de Nápoles contra estes locais espalhados pela cidade e que se tornaram um lugar de peregrinação, como o caso da capela com as cinzas de Emanuele Sibillo, uma espécie de Robin Hood da delinquência. A intenção das autoridades é eliminar lugares de culto à delinquência. Ainda nesta edição, uma análise da quarta temporada de O conto da aia, a série inspirada no romance de Margaret Atwood que se tornou um catalisador do feminismo mundial. Laura Fernández traz nuances dos novos episódios que estreiam dia 2 de maio no Brasil pelo Paramount+. "Na luta quase corpo a corpo ―com o inimigo, todos esses homens pérfidos― na qual embarcam as aias nesta temporada, pode haver uma mensagem: tudo o que nos espera depende de cada uma de nós”, escreve. | ||||||||||
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sexta-feira, 30 de abril de 2021
Luta depois do luto no Brasil que supera os 400.000 mortos por covid-19
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