A chegada da terceira onda da pandemia de covid-19 no Brasil não é uma questão de “se”, mas de “quando”. É isso que avaliam os especialistas ouvidos pelo EL PAÍS ante a suavização das medidas de restrição pelos Estados e a baixa vacinação contra a doença, justo no mês mais mortal da pandemia no país. O repórter Gil Alessi explica o prognóstico vislumbrado para o Brasil nos próximos meses e alerta: o feriado do Dia das Mães, no segundo domingo de maio, pode causar uma nova alta de mortes e contágios. “Abril, que ainda nem acabou, já é o mês mais letal de toda pandemia. E independentemente disso nós estamos reabrindo as atividades novamente”, afirma Rafael Lopes Paixão da Silva, membro do Observatório Covid-19 BR. Em Brasília foi inaugurada nesta terça-feira a CPI da Pandemia. O relator Renan Calheiros mandou recados ao Planalto, criticando o negacionismo e constrangendo o primogênito do presidente, Flávio Bolsonaro. O alagoano deixou claro que se cacifa como segundo principal adversário político do Governo pelos próximos meses. Não é o principal, pois, como usualmente se diz em Brasília, o papel de maior opositor da Administração bolsonarista cabe ao próprio presidente e a seus ministros, com as crises autoinfligidas e declarações que provocam conflito com outros poderes e países ―nesta terça, foi a vez de Paulo Guedes (Economia) irritar Pequim dizendo que o “chinês inventou o vírus”, sem saber que estava sendo gravado. A China é a maior parceira comercial brasileira e a maior fornecedora de insumos e vacinas no combate à covid-19. Na Hungria, o Governo de Viktor Orbán, admirado pelo bolsonarismo, aprovou nesta terça um projeto de lei que reforçará o domínio da ultradireita no país. Pela nova regra, centros de educação superior, conservatórios de música, parques, teatros e hospitais, serão geridos por organizações privadas que compartilham das ideias do premiê húngaro e controlarão ativos imobiliários públicos, beneficiando-se de bilhões de euros dos fundos da União Europeia. O Governo justifica a reforma afirmando a necessidade de uma gestão independente desses centros, mas analistas avaliam que Orbán quer mesmo é reforçar seu controle sobre a vida pública húngara. Ainda nesta edição, um exercício de “futurologia” com a mirada voltada ao passado. Em reportagem especial, Berna González Harbour traça os paralelismos da atual pandemia com o cenário após a Primeira Guerra e a gripe espanhola e questiona: caminhamos para novos anos loucos de hedonismo tal qual os louquíssimos anos 20 do último século? Especialistas alertam que a explosão que viveremos na ciência, arquitetura e consumo poderão agravar as desigualdades econômicas, sanitárias e digitais. | |||||
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