Na história da humanidade as crises econômicas vivem a diapasão da lei de Newton, onde uma ação traz uma reação. Foi assim depois da Grande Depressão, de 1929, quando veio o keynesianismo com o Estado num papel central. Pois depois de 40 anos de uma política neoliberal, que teve ícones como Margareth Thatcher, e quiçá um epílogo com o trumpismo, um ar de mudança de regime flutua na política global. Um quadro que começou a tomar forma em 2009, mas se acelerou com a covid-19. Essa metamorfose em 2021 é liderada no Ocidente por Joe Biden, o presidente dos Estados Unidos. Em todo o mundo governos aprovaram estímulos fiscais e monetários em uma escala que só havia sido vista em guerras mundiais. Os EUA, além de vacinarem a toda a velocidade, aprovaram um ambicioso pacote de estímulo de quase 2 trilhões de dólares, somados a um pacote estrutural, com mais 2 trilhões de dólares. Um arrojado plano, que segundo escreve Claudi Pérez em reportagem especial, poderá cimentar o fim do neoliberalismo, após quatro décadas de vigência. A visão de que é preciso superar crenças já vinha sendo debatido pela economista Mônica de Bolle em seus livros, em seus canais e nas colunas que escreve no EL PAÍS, como a que você pode ler nesta edição. É preciso soltar os corrimões, sugere ela. “O Brasil dos economistas e da imprensa tradicional permanece preso a seus dogmas – o do teto de gastos, o da responsabilidade fiscal, o do medo inflacionário", diz de Bolle. Há, de fato, um mundo em transformação quando as duas maiores potências, EUA e China, se dispõem a conversar pelo sucesso da Cúpula do Clima, que exigirão compromissos com um mundo mais fragilizado pelo capitalismo desenfreados. Mas o Brasil que escancara suas desigualdades segue navegando em prumo incerto, mesmo quando a vacinação parece querer engrenar. Por que numa das mais sérias crises da humanidade, quando a vida ou a morte podem depender de uma vacina, há brasileiros que não voltam para tomar a segunda dose? A repórter Beatriz Jucá conta as razões pelas quais ao menos 6% dos brasileiros que tomaram a primeira dose da vacina não receberam a segunda. Para relaxar, a lista de indicados ao Oscar 2021, de onde se sobressai o vigor do gênero documental e seu afã político de denunciar desde o racismo à solidão e o abandono aos quais a sociedade condena seus velhos. Na reta final antes da premiação, que acontece em 25 de abril com comentários em tempo real do EL PAÍS, Joana Oliveira prepara uma lista de quais títulos assistir para inspirar a maratona até domingo. | ||||||||||
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terça-feira, 20 de abril de 2021
Biden quer enterrar a era do neoliberalismo
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