A semana promete grandes debates no mundo e não só os relativos à covid-19. A Cúpula do Clima, liderada pelo presidente Joe Biden, vai colocar na mesa a política ambiental de 40 países, especialmente a do Brasil, capturada por negacionistas, como escreve Carlos Bocuhy, presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Proam). Em carta a Biden, o presidente Jair Bolsonaro se comprometeu a manter o Brasil dentro dos esforços internacionais de preservação do meio ambiente e no combate à mudança do clima. Mas as palavras do seu Governo não tem correspondido aos fatos, com o aumento do desmatamento em março, e um ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, altamente identificado por alianças com os que pretendem avançar no desmatamento da Amazônia. Um momento difícil para Bolsonaro, que será afrontado pela política econômica voltada à sustentabilidade por parte de Biden. O presidente do Brasil também começa a ver sua administração na saúde —ou a falta de— questionada diante da CPI da Pandemia no Senado, que já escolheu seus integrantes. O repórter Afonso Benites conta que o presidente escolhido para a Comissão, o senador Omar Aziz (PSD-AM), avisa que esta não será “uma CPI abstrata, na qual a pessoa olha para um político na TV e diz: ‘ah, são todos bandidos’. A CPI estará dentro da casa de cada brasileiro. Porque vamos tratar da morte de centenas de milhares de pessoas, não de crimes de corrupção. E todos os brasileiros conhecem alguém que morreu de coronavírus”. Para além do vírus, o momento pede urgência para encontrar soluções e consensos globais, quando a fome avança de forma avassaladora. Já perdemos mais de uma década na luta para sua redução, lamenta Máximo Torero, economista-chefe da Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO) das Nações Unidas. “Agora temos 690 milhões de pessoas com problemas de desnutrição crônica. A covid-19 vai aumentar esse número em 132 milhões. Estamos falando da vida de 822 milhões de seres humanos”, diz Torero em entrevista a Miguel Angel Vega. E por falar em soluções, uma reportagem de Regiane Oliveira ouve quem mais importa no debate sobre o fechamento das escolas: os alunos. “Os adultos deveriam ouvir as opiniões das crianças, porque na escola corremos risco de nos contaminar. E se isso acontecer, não é possível ficar internado, porque os leitos de UTI estão cheios, o oxigênio está acabando para quem precisa. É melhor que as crianças fiquem em casa”, diz Isis Samantha dos Santos Viana, de 11 anos. A ONU também foi atrás desse público para definir como a Convenção sobre os Direitos da Criança e do Adolescente se aplica ao ambiente digital. Mais de 709 crianças de 29 países foram ouvidas. | |||||
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