O Governo Bolsonaro está na mira do Senado na CPI da Pandemia. A criação da comissão, por decisão liminar do Supremo Tribunal Federal, é o primeiro passo das instituições brasileiras para investigar o presidente e, possivelmente, responsabilizá-lo pelo excesso de danos causados pela pandemia. O caminho, no entanto, é longo. Como esperado, a base governista entrou em campo para tentar impedir ou ao menos atrasar os trabalhos da CPI, gerando um imbróglio que deixou pendentes a definição da formação da comissão e quando de fato ela começará os trabalhos, explica Aiuri Rebello. O tema, aliás, deve voltar à pauta do Supremo nesta quarta, num momento agudo da crise sanitária. De 7 a 13 de abril, o Brasil registrou uma média de 3.068 mortos diários por covid-19. Um recorde que sinaliza o agravamento do quadro no país quando o próprio ministro da Saúde reconhece que, por falta de doses, já não há mais um prazo para completar a imunização dos grupos prioritários no Brasil. Se, para o controle da pandemia, a vacinação em massa da população é a única solução consensual, tudo segue sob intenso escrutínio e vigilância. Nos EUA, as autoridades sanitárias recomendaram a interrupção da aplicação da vacina da Janssen —já recebida por sete milhões de pessoas no país e também autorizada para uso no Brasil— após relatos de casos de trombose em seis mulheres. De Nova York, María Antonia Sánchez-Vallejo conta que os casos de coágulo registrados corresponderiam a 0,0008% das pessoas imunizadas, um percentual muito baixo, fazendo da suspensão uma mera medida de precaução. Mas, afinal, qual é a melhor vacina? Pablo Linde e Rodolfo Borges explicam as principais diferenças entre os imunizantes contra a covid-19 e contam as razões pelas quais as quatro vacinas aprovadas pela Anvisa para uso no Brasil são boas e seguras. Com as aulas suspensas desde meados de março de 2020, a crise sanitária empurrou milhares de meninas e adolescentes da periferia a cumprir um papel que historicamente coube às mulheres: o de dona de casa. Felipe Betim foi até o Jardim Lapena, em São Paulo, de onde escreve sobre como a pandemia, somada à exclusão digital a que estas jovens são submetidas, as forçou a deixar os estudos e sonhos para se dedicarem ao trabalho doméstico. “Não estudo nada há um ano. Fico em casa o dia todo limpando e cozinhando”, diz Stephany Rejane, de 20 anos e aluna do ensino médio. Leite, pão e meio quilo de amor, por favor. Nesta edição, Diana Aller escreve sobre as nuances do consumismo que hoje transbordam para as relações interpessoais e como a busca pelo amor se transformou em um grande paralelo da procura por liquidações: sempre em prol do melhor custo benefício. Com isso, ela diz, sujeitamos nossos afetos ao absurdo da lógica capitalista vigente. "Me dá a sensação de que esse sistema afetivo está entrando em colapso. Quantas pandemias teremos que viver para entender como os abraços são necessários?”, afirma. | ||||||||||
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