sexta-feira, 16 de abril de 2021

Via livre para Lula em 2022

 


Cinco anos depois e após um terremoto político que levou à prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por 580 dias, o Supremo Tribunal Federal (STF) deu razão —por 8 votos a favor e 3 contrários— à defesa do petista e ratificou a anulação das condenações do ex-presidente no âmbito da Operação Lava Jato em Curitiba. Desta maneira, Lula, vetado na corrida de 2018, fica com via livre para ser candidato a presidente em 2022. Regiane Oliveira explica que o julgamento ainda não acabou. Além de decidir para qual lugar vão as denúncias contra o petista, sua defesa pede ainda que plenário volte a analisar a questão da suspeição do ex-juiz Sergio Moro. O objetivo do ex-presidente é estender os efeitos da parcialidade de Sergio Moro no caso do triplex do Guarujá —declarada pela Segunda Turma do STF— para anular por completo os demais processos. O tema deve esquentar o debate na corte na próxima quinta-feira.

De um lado, o presidente Jair Bolsonaro enviava uma carta de sete páginas a Joe Biden onde prometia acabar com o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030. Do outro, o superintendente da Polícia Federal no Amazonas, delegado Alexandre Saraiva, mandava uma notícia-crime ao STF pedindo a investigação do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, por atrapalhar os trabalhos de fiscalização ambiental na região. Na quinta-feira —um dia após à ação de Saraiva —o delegado foi substituído. Aiuri Rebello conta que os atritos, que começaram após a maior apreensão da história de madeira ilegal na Amazônia em dezembro de 2020, provocam um escândalo em um mau momento para o Governo. A contradição entre a carta de intenções de Bolsonaro a Biden e a realidade de sua Administração fica gritante a pouco mais de uma semana da cúpula climática liderada pela nova Casa Branca. É lá que será decidido se o norte-americano está disposto a dar um voto de confiança ao brasileiro ou não.

Também nesta edição, reportagem exclusiva da Agência Pública, publicada pelo EL PAÍS, conta as acusações de crimes sexuais contra o fundador das Casas Bahia, Samuel Klein, morto em 2014. Na esteira das investigações contra o filho do patriarca Saúl Klein, a reportagem ouviu 35 fontes, entre mulheres que o acusam de crimes sexuais, advogados e ex-funcionários da Casas Bahia e da família, e analisou documentos, fotos e vídeos que indicam que, ao menos entre o início de 1989 e 2010, Samuel Klein teria sustentado uma rotina de exploração sexual de meninas entre 9 e 17 anos na própria sede da Casas Bahia, em São Caetano do Sul, e em imóveis de sua propriedade situados na Baixada Santista e no município de Angra dos Reis (RJ). “A gente ficava contente que tinha ganhado um tênis. Não tínhamos noção dessa situação de violência”, avalia Karina, que tinha 9 anos quando foi chamada ao escritório do patriarca. A assessoria da família Klein diz que os processos correm em segredo de Justiça e que as decisões serão acatadas.

A 100 dias da abertura das Olimpíadas de Tóquio, as vagas para o badminton ainda não estão definidas. As chances da premiada piauiense Jaqueline Lima e de sua parceira de garantirem um lugar na disputa do Japão estavam, justamente, em um bom desempenho no torneio da modalidade que ocorre neste mês na Guatemala. No entanto, isso não vai acontecer. A confederação brasileira deste esporte decidiu que a atleta não disputará a competição. O motivo? Jaqueline teve uma filha no fim do ano passado e “permaneceu em inatividade por um longo período”, diz a entidade, sem ter realizado qualquer avaliação física na atleta. “Preconceito pela região de onde vim, por ser mulher e mãe”, critica Jaqueline em conversa com Diogo Magri.


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