Como resposta ao sinal vermelho levantado pela carta pesadamente crítica de empresários e economistas, o governo Bolsonaro promoveu um encontro com parte do PIB em busca de realinhamento. Muitos dos presentes no jantar de ontem à noite eram homens que em momento algum romperam com o Planalto — chegaram a aplaudir entusiasticamente o presidente. O encontro contou com nomes como Rubens Ometto, da Cosan, Claudio Lottenberg, presidente da Conib (Confederação Israelita do Brasil), André Esteves, do BTG Pactual, Alberto Saraiva, do Habib's, e João Camargo, do grupo Alpha. Já Bolsonaro levou um time de ministros, tendo à frente Paulo Guedes (Economia) e Marcelo Queiroga (Saúde). Segundo participantes, o clima foi de otimismo, com o presidente dizendo estar fazendo o máximo para vacinar a população. (Folha)
Veja a lista dos presentes. (Poder 360)
Os empresários gostaram da postura de Bolsoanro no encontro. “Foi uma conversa boa, eu gostei, me deu tranquilidade”, disse Rubens Menin, dono de MRV, Banco Inter e da CNN Brasil. Não é praxe que empresários de jornalismo manifestem publicamente simpatia por governos. Segundo o dono da CNN Brasil, Bolsonaro se comprometeu com a austeridade fiscal e com as reformas, que são outras demandas do setor produtivo. (Estadão)
Numa sessão virtual e tensa, o Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar ontem se estados e municípios podem ou não proibir cerimônias religiosas presenciais durante a pandemia. Gilmar Mendes, que concedeu liminar contra o funcionamento de templos e levou o caso ao Plenário, manteve o entendimento. Ele classificou a pandemia como “maior crise epidemiológica dos últimos 100 anos” e criticou “agenda política negacionista, que se revela, em toda a dimensão contrária à fraternidade tão ínsita ao exercício da religiosidade”. Após o voto de Gilmar, a sessão foi interrompida e será retomada hoje para decidir entre a posição de Gilmar e a do ministro Nunes Marques, que concedeu liminar em favor das igrejas. (G1)
Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro sugeriu que algum ministro pedisse vistas para interromper o julgamento, o que foi interpretado como um recado a Nunes Marques, nomeado por ele. (Estadão)
Recém devolvido à Advocacia-Geral da União e cotado para ser o ministro “terrivelmente evangélico” que Bolsonaro promete indicar ao STF, André Mendonça fez uma defesa exaltada do direito às igrejas funcionarem durante o auge na pandemia. Segundo ele, “os verdadeiros cristãos estão sempre dispostos a morrer para garantir a liberdade de religião e de culto”. Ele também questionou a aglomeração em ônibus e trens, que continuam em circulação. (Poder360)
A fala de Mendonça foi rebatida com a sutileza típica de Gilmar. Segundo relator, o advogado-geral o advogado “teria vindo agora de uma viagem a Marte e que estava descolado de qualquer responsabilidade institucional”, apesar de ter sido ministro da Justiça há até poucos dias. Gilmar também não poupou o procurador-geral da República, Augusto Aras. Para o ministro, Aras atuou “com deslealdade processual” ao tentar passar a ação dele para Nunes Marques. (UOL)
E um advogado do PTB provocou irritação do presidente da Corte, Luiz Fux, no início do julgamento. Luiz Gustavo Pereira da Cunha criticou os ministros que defendem o fechamento temporário dos templos citando Lucas 23:34: “Pai, perdoa-lhe, porque eles não sabem o que fazem”. Após as manifestações da PGR e da AGU, Fux tomou a palavra e reagiu: “Essa misericórdia divina é destinada aos que se omitem diante dos males, e o STF, ao revés, não se omitiu, foi pronto e célere numa demanda que se iniciou há poucos dias atrás”, afirmou. (Estadão)
Alexandre Ramagem, diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), divulgou ontem um vídeo em que nega a acusação de a instituição tenha produzido relatórios para ajuda a defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) no caso das rachadinhas na Alerj. Segundo ele, um servidor, cujo nome não foi divulgado, estava sendo processado por dar “suporte básico de veracidade para construção de mentiras na imprensa”. (Poder360)
Radar: “Incluídos na pauta do Senado desta quinta-feira, projetos que visam derrubar decretos de armas do presidente Jair Bolsonaro viraram alvo de pressões dentro da Casa. Relator das propostas, o senador Marcos do Val (Podemos-ES), que é instrutor de tiro, já avisou que vai recomendar a manutenção dos decretos, editados em fevereiro. A oposição, que conseguiu marcar a votação para esta semana em reunião de líderes na segunda, está confiante que vai conseguir derrotá-lo. Ciente das condições desfavoráveis, o senador tenta convencer o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), a retirar os projetos de pauta, e busca o apoio da base aliada do governo.” (Veja)
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