O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) pediu ontem, em carta aberta ao Ministério da Saúde, a decretação de um toque de recolher nacional e o fechamento de bares e praias, entre outras medidas. Os secretários afirmam, com base em dados, que o país vive o pior momento da pandemia e cobraram “condução nacional unificada e coerente”. Eles querem também a suspensão das aulas presenciais e de eventos, incluindo atividades religiosas. É um texto duro. “A ausência de uma condução nacional unificada e coerente dificultou a adoção e implementação de medidas qualificadas para reduzir as interações sociais”, acusam os secretários. “Entendemos que o conjunto de medidas propostas somente poderá ser executado pelos governadores e prefeitos se for estabelecido no Brasil um ‘Pacto Nacional pela Vida’ que reúna todos os poderes, a sociedade civil, representantes da indústria e do comércio, das grandes instituições religiosas e acadêmicas do País, mediante explícita autorização e determinação legislativa do Congresso Nacional.” (G1)
Também ontem, o governador paulista João Doria assinou decreto que torna cultos em igrejas atividades essenciais. (G1)
Porém... A situação é realmente grave. Em oito estados, as mortes em janeiro e fevereiro foram mais que o dobro das registradas no último bimestre de 2020. Mas a chance de o pleito dos secretários ser atendido é praticamente zero. O ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, respondeu à carta dizendo que os estados e municípios “têm autonomia” para decidir suas medidas contra a Covid-19. (Globo)
Falando a apoiadores ontem, o presidente Jair Bolsonaro foi além: “Não errei nenhuma desde março do ano passado.” E acrescentou: “E não precisa ser inteligente para entender isso. Tem que ter um mínimo de caráter.” De março passado para cá, o presidente chamou a Covid-19 de “gripezinha”, pregou o uso da cloroquina, que não tem eficiência comprovada, disse que estávamos no “finzinho da pandemia”, e ainda esses dias atacava o uso de máscaras. (Folha)
Para Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, “a tragédia entrará na conta dos negacionistas”. A instituição foi a primeira do Brasil a fazer um acordo para comprar e produzir vacinas, a CoronaVac chinesa. (Poder360)
E o negacionismo já rompeu a barreira da violência. Nas redes sociais, o infectologista José Eduardo Panini denunciou ter sido agredido a socos e pontapés ao defender a decretação de lockdown no Paraná. (Época)
Já presente em vários países — são seis casos no Reino Unido, por exemplo —, a P.1, variante brasileira do coronavírus pode ser capaz de driblar o sistema imune dos pacientes e reinfectar quem já teve Covid-19. Segundo estudo da USP e da Universidade de Oxford, a P.1 é até 2,2 vezes mais transmissível que o Sars-Cov-2 comum e pode infectar novamente até 61% das pessoas que já tiveram a doença. (UOL)
Não é só o vírus que muda. O perfil dos pacientes também. O governo de São Paulo identificou que tem crescido o número de pacientes entre 30 e 50 anos, sem doença prévia. Hoje eles ocupam cerca de 60% dos leitos de UTI no estado e passam mais tempo internados. (Estadão)
Março começou com terceiro dia consecutivo com a maior média móvel de mortes por Covid-19 em uma semana, 1.223. Ontem foram registrados 818 óbitos, elevando o total a 255.836. (UOL)
Pois o Twitter resolveu se engajar na luta contra notícias falsas na pandemia. A rede adotou um sistema que vai desativar as contas que violarem cinco vezes as regras contra desinformação sobre a Covid-19, com punições já a partir da segunda violação. (G1)
Meio em vídeo. O Brasil tem 3% da população mundial e 10% das mortes por Covid. O presidente Jair Bolsonaro? Ele mente, mente sem qualquer indício de vergonha, e assim se implantou o caos no Brasil. Não há regra geral, as locais ninguém entende com clareza, sobrou o caos. Os governantes, acovardados. Bolsonaro está ganhando. Confira no Ponto de Partida, no YouTube.
Entre 1940 e 1945 os nazistas despejaram sobre o Reino Unido 74 mil toneladas de bombas, incluindo o míssil V2. O problema, além da destruição causada na época, é que nem todas explodiram. Por diversos motivos, alguns desses artefatos ficaram inertes, mas ainda perigosos, sob escombros em cima dos quais ruas e prédios foram reconstruídos. Uma dessas bombas, um petardo de uma tonelada, foi encontrada num canteiro de obras perto da Universidade de Exeter, no sul da Inglaterra. Cerca de 12 mil pessoas foram retiradas da área para que especialistas a detonassem com segurança. O vídeo da explosão mostra o potencial de destruição da bomba. (G1)
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