terça-feira, 2 de março de 2021

Governadores pró-vacina e anti-Bolsonaro

 


Um ano depois do primeiro registro de covid-19, o Brasil se encontra no pior momento da pandemia. Atônito, o país mira o caos numa situação política igualmente instável: o presidente Jair Bolsonaro segue firme em seu boicote às medidas de distanciamento. A explosão dos contágios da última semana, que levou ao esgotamento de leitos e colocou os sistemas sanitários de norte a sul do país à beira do colapso, levou os secretários estaduais de Saúde a divulgarem uma carta que dá conta do mal-estar com o Planalto. “A ausência de uma condução nacional unificada e coerente dificultou a adoção e implementação de medidas qualificadas para reduzir as interações sociais”, escreveram. Além disso, Felipe Betim conta que 17 governadores —tanto de partidos de oposição, quanto de aliados—  assinaram uma carta aberta afirmando que o governo promove a "má informação”e o "conflito".

Enquanto isso, as decisões erráticas do Planalto fazem a campanha de vacinação  avançar em um ritmo lento. Diante da ínfima proporção da população vacinada, prefeituras do país formaram um consórcio para adquirir imunizantes. Na Europa, a aprovação da vacina da Janssen, pode fazer com que a imunização ganhe velocidade de cruzeiro. Isso porque, o imunizante só precisa de uma dose para ativar o sistema imunológico contra a doença, o que pode trazer uma grande vantagem logística. Além disso, a vacina da Janssen foi testada em pessoas idosas e se mostrou segura, o que é um ponto favorável em comparação à vacina da Astra Zeneca — que chegou a ser desacreditada no continente.

No meio artístico latino-americano, dezenas de atrizes e diretoras de diferentes países se uniram em uma campanha para denunciar a violência psicológica. Camila Osorio e Joana Oliveira escrevem sobre o movimento Respeito em Cena, iniciado pela diretora brasileira Luciana Sérvulo. Em poucas semanas, 100 mulheres já haviam se unido ao projeto, relatando ataques recorrentes a seu corpo, suas capacidades e seu talento. “É uma constante, essa perfuração, esse martelo, que você não é boa o suficiente, que é melhor calar a boca”, recorda a atriz nicaraguense Camila Selser.

De forma híbrida — presencial e virtual—, dividido entre dois palcos e centenas de lares, assim foi celebrado o Globo de Ouro de 2021. A premiação — realizada em formato inédito devido às regras de isolamento social impostas pela pandemia — contou com falhas de conexão, moletons e alta costura, no que Guillermo Alonso qualificou como uma mistura de realeza hollywoodiana e roteiro de ‘reality show’. Ganhadora de seis dos 11 prêmios de televisão, a Netflix selou um de seus anos mais prósperos. Natalia Marcos escreve que os prêmios entregues na madrugada de segunda-feira não reservaram qualquer surpresa para o espectador, devolvendo a coroa a The crown e entregando estatuetas para a aclamada O gambito da rainha.


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