quarta-feira, 3 de março de 2021

Por falar em Petrobras…

 Após a intervenção de Jair Bolsonaro para trocar o comando da Petrobras, quatro membros do Conselho de Administração da estatal indicados pelo governo deixaram os seus cargos. Eles chegaram a serem convidados para a recondução de seus postos, mas recusaram. Um dos conselheiros, Osmar Carneiro, saiu atirando. Em carta à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ele disse que “A mudança proposta pelo acionista majoritário (o governo), embora amparado nos preceitos societários, não se coaduna com as melhores práticas de gestão, nas quais procuro guiar minha trajetória empresarial.” (Globo)

Por falar em Petrobras… Com a interferência de Bolsonaro no comando, as ações da estatal derreteram na semana passada. Mas nem todo mundo saiu perdendo. A CVM vai abrir investigação para apurar quem lucrou milhões nas transações com opções de venda de ações da estatal. Segundo a coluna de Malu Gaspar, as negociações foram feitas pouco antes da live em que Bolsonaro anunciou que “alguma coisa” iria acontecer na petroleira. Os papéis foram comprados por R$ 160 mil e podem ter rendido a quem vendeu até R$ 18 milhões. (Globo)




Em mais um golpe na Lava-Jato, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) voltou atrás e arquivou por 3 votos a 2 uma denúncia da Procuradoria-Geral da República já aceita contra o hoje presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e outros três políticos do partido, acusados de participar de desvios na Petrobras. Votaram contra o arquivamento o relator Edson Fachin e a ministra Cármen Lúcia. Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Nunes Marques deram os votos vencedores. Gilmar aproveitou para reiterar suas críticas à atuação dos procuradores da Lava-Jato. (G1)




Bela Megale: “A Polícia Federal finalizou o inquérito que apurou como o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) recebeu dois celulares quando estava preso na superintendência do órgão, no Rio de Janeiro. A investigação concluiu que os aparelhos foram entregues em audiências com o advogado e o assessor do parlamentar.” (Globo)

Deputado desde o início do ano passado, Silveira ainda recebe mensalmente um salário de R$ 33.763. Entretanto, sua mulher, a advogada Paola Daniel – que tem um cargo comissionado no Jardim Botânico –, recebeu pelo menos duas parcelas de R$ 300 do auxílio emergencial. Em vídeo numa rede social, ela diz que solicitou o auxílio antes de viver com o deputado e que não o cancelou porque seria “muito burocrático” e “bem complicadinho”. (Globo)




Além do imenso desgaste político para si mesmo e para o pai, a compra pelo senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) de uma mansão de quase R$ 6 milhões em Brasília traz detalhes, no mínimo, incomuns no mercado imobiliário. A prestação inicial do imóvel, R$ 18.744,16, é mais da metade da renda comprovada do senador e da mulher, a dentista Fernanda Bolsonaro, R$ 36.957,68. Para levantar um financiamento igual no Banco de Brasília (BRB), um ser humano normal precisaria ganhar pelo menos R$ 46.401,25. Mas é importante lembrar que o BRB é controlado pelo governo do Distrito Federal, comandado por Ibaneis Rocha (MDB), aliado do clã Bolsonaro. (Folha)

Entenda os negócios e as transações imobiliárias do Zero Um. (Folha)

E explore (em vídeo) a singela mansão do senador. (Poder360)




A disputa pelo rótulo de “candidatura da esquerda” para 2022 já está em pleno andamento. PT e PDT trocaram caneladas ontem após Fernando Haddad, pré-candidato petista, em entrevista a uma rádio do Amazonas, ter incluído o pedetista Ciro Gomes no rol dos candidatos de direita ao falar da fragmentação da esquerda. “A direita tem o Ciro, Moro, Mandetta, Huck, Doria, qual é o problema?”, indagou Haddad. Carlos Lupi, presidente do PDT, reagiu com ironia: “Ciro tem um projeto de nação consolidado, profundamente nacionalista, defendendo os trabalhadores e os direitos sociais. Se isso não é ser de esquerda, o que é?” (Globo)

Elio Gaspari: “A guinada de Ciro, com o brado de que ‘minha tarefa é necessariamente derrotar o PT no primeiro turno’ pode parecer exagero, mas pode ser também um aceno para um pedaço da esquerda e também para a turma da Faria Lima, avenida por onde passam os carrões dos banqueiros e também 28 linhas de ônibus com a turma do andar de baixo. Para usar uma imagem corrente que ainda não tem claro significado, ele seria um nome do centro.” (Globo e Folha)




Meio em vídeo. No Conversas com o Meio desta semana, o cientista político e diretor-executivo do Livres, Magno Karl, explica uma dúvida frequente: afinal, os liberais são de esquerda ou de direita? Ele também fala sobre meritocracia e desigualdade social no Brasil e comenta o posicionamento político do partido Novo e do governo de Jair Bolsonaro. Confira no Youtube.

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