O sistema de saúde do Brasil está à beira do colapso generalizado. Com a pandemia de coronavírus em ascensão e os leitos hospitalares sobrecarregados, Estados de norte a sul do país tentam adotar medidas mais restritivas, enquanto buscam alternativas para ampliar a assistência médica. No Sul do país, a crítica taxa de ocupação das UTI’s —que supera os 90% nos três Estados— levou os governadores a colocarem em prática neste final de semana lockdowns de diferentes formatos para conter o avanço da pandemia, explica a repórter Isadora Rupp. No Paraná, cujo governador Ratinho Jr. é aliado do presidente Jair Bolsonaro, surpreendeu ao adotar medidas mais rígidas. A polícia chegou a utilizar bombas de gás neste sábado para dispersar grupos que desrespeitavam o toque de recolher. São Paulo, que adotou uma restrição mais branda apesar do colapso hospitalar que se avizinha, antecipou para o sábado o início da campanha de vacinação de idosos entre 80 e 84 anos prevista para iniciar nesta semana. A medida provocou uma corrida aos postos de saúde e drive-thrus que aplicavam a imunização, sobrecarregando os locais com filas de ao menos três horas. A iminente falta de leitos em diversos Estados é gravíssima porque deve ocorrer ao mesmo tempo em todos os cantos do Brasil, dificultando que um local possa ajudar o outro no caso de uma emergência sanitária, como ocorreu em Manaus. Durante semanas, 16 Estados brasileiros cederam leitos clínicos para auxiliar o Amazonas, o primeiro a ver seu sistema de saúde colapsar em 2021. A repórter Beatriz Jucá conversou com o médico Paulo Mendonça, que viajou de norte a sul do país, levando os pacientes com covid-19 em um avião da Força Área Brasileira. “A minha maior dor foi ter que dizer não a quem estava mais grave porque tinha algo que podia complicar no avião”, contou ele. Além de provocar uma crise sanitária, a pandemia de coronavírus impactou diretamente o setor econômico. Com a população dentro de casa, milhões de pequenos negócios se esforçaram para digitalizar seus empreendimentos, aumentando a demanda por serviços de delivery como os da Rappi. Gil Alessi conta que a multinacional colombiana foi autuada por fiscais do trabalho, por uma série de fraudes e violações trabalhistas. O relatório produzido pelos fiscais aponta que a tecnologia permite que a Rappi imponha uma série de mecanismos de punição e recompensas aos entregadores e que use o celular como "um novo relógio de ponto".
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