sábado, 6 de fevereiro de 2021

"As redes sociais não são boas para alcançar Justiça"

 


A urgência por vacinar contra a covid-19 finalmente tornou-se prioridade em Brasília. Com o retorno das atividades do Congresso Nacional, a pressão sobre a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para aprovar o uso emergencial de imunizantes escalou. Nesta semana, os parlamentares aprovaram uma Medida Provisória, ainda pendente de sanção ou veto do presidente Jair Bolsonaro, que obriga a Anvisa a dar aval a vacinas aprovadas em outros nove países e parece desenhada para acelerar a autorização para o uso emergencial da vacina russa Sputnik V no Brasil. A repórter Beatriz Jucá explica que a movimentação tem gerado desconforto até mesmo entre antigos aliados de Bolsonaro, como o presidente da Anvisa, Barros Torres. Especialistas ouvidos pelo EL PAÍS avaliam que seria inconstitucional retirar esta prerrogativa da agência.

O imbróglio das vacinas não se desenrola apenas no Brasil. Aumenta a cada dia a tensão entre a União Europeia e a AstraZeneca, laboratório britânico que desenvolveu um imunizante para a covid-19 em parceria com a Universidade de Oxford. Uma redução nos suprimentos prometidos pela empresa na primeira entrega e dúvidas em torno da eficácia entre maiores de 65 anos colocaram a equipe que desenvolveu o imunizante no meio de uma disputa política. Andrew J. Pollard, que lidera o Grupo de Vacinas da Universidade de Oxford e é o pesquisador-chefe da equipe de cientistas, conversou com o EL PAÍS sobre a vacina que também é a maior aposta do Governo Bolsonaro para a proteção contra o coronavírus. "Não existe nenhuma dúvida sobre a segurança. É uma pura questão de tempo, de irmos acumulando os dados suficientes sobre a eficácia."

Para ler com calma, conversamos com a atriz, dramaturga, diretora e apresentadora Regina Casé, sobre sua carreira e, especialmente, sobre Lurdes, de Amor de mãe, que volta ao ar na TV Globo em 1º de março, após quase um ano de interrupção devido à pandemia. Ao EL PAÍS ela contou que não queria ser mãe nem artista, mas contrariou-se em ambas escolhas. Ela diz, no entanto, que é “quase um prêmio” poder interpretar mulheres pobres. “Graças à educação que eu tive, ao meu trabalho, pelo fato de eu nunca ter feito lifting [gargalha], eu pude ir fazendo uma mulher pobre atrás da outra e mostrando como cada uma é diferente da outra”, disse ela à repórter Joana Oliveira.

Também nesta edição, uma entrevista com o pesquisador James Williams, que trabalhou por uma década no Google, até 2016, e depois passou a se dedicar à academia, pesquisando as transformações que o modelo de negócios de seus antigos empregadores está provocando no mundo. "Quanto mais as tecnologias tentam capturar e direcionar nossa atenção, menos capacidade temos para esse espaço e para pensar sobre quem somos, o que queremos fazer", diz ele, que explicou como tenta educar o filho de três para o uso da tecnologia. "A gente improvisa: estamos construindo a canoa enquanto nadamos."



Vacinas viram urgência no Congresso e neoaliados do Governo cobram Anvisa
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Centrão, formalizado como aliado do Planalto, ajudou na aprovação de MP para obrigar agência a acelerar autorização para uso emergencial dos imunizantes

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