Nesta terça-feira a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal decidirá se mantém —ou não— o direito da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de acessar as mensagens trocadas entre os integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato e juízes pelo Telegram —o compartilhamento foi autorizado por decisão solitária de Ricardo Lewandowski. É o começo de uma jornada legal com poder para mudar o status político de Lula e a história da própria Lava Jato. Em reportagem nesta edição, Regiane Oliveira conta que a defesa do petista contratou um investigador para fazer uma radiografia nas comunicações e produzir pareceres para minar, uma a uma, as acusações contra o ex-presidente, e não somente anular as decisões de Sérgio Moro nos processos do petista. Os advogados de Lula desejam provar, com base nas mensagens, que os procuradores usaram consultas clandestinas em órgão como a Receita Federal para pescarem indícios contra os investigados. No mundo político, é a desintegração do DEM que agita a ressaca da eleição do novo comando do Congresso. Afonso Benites explica que a divisão interna no partido liderado por ACM Neto ameaça o ensaio de união da centro-direita —DEM-PSDB-MDB-Cidadania — para a eleição de 2022. Rodrigo Maia e Luiz Henrique Mandetta devem se desligar da legenda, mas enfrentam o desafio de conseguir uma nova sigla em meio ao xadrez dos aliados e inimigos em seus bastiões políticos, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul. A crise do coronavírus está prestes a completar um ano no Brasil e o aniversário também marca uma tendência trabalhista: desde fevereiro passado, o país tem assistido a um aumento da contratação de trabalhadores temporários, por conta das incertezas do mercado em meio à pandemia, relata Heloísa Mendonça. Já a colunista Monica de Bolle reflete sobre o que o Brasil tem a aprender com Índia, Rússia e China em termos de organização econômica diante desta nova realidade, e como é possível aproveitar as oportunidades que ela oferece. "Os três países reorganizaram sua economia com centro na saúde pública, e isso faz sentido por motivos diversos: da segurança nacional à proteção social, da ordenação dos gastos públicos ao meio ambiente”, escreve. Ainda nesta edição a bolha tóxica dos gamers, exposta por meio de uma onda de denúncias. O repórter Breiller Pires revela que a indústria, que movimenta mais de 1 bilhão de dólares por ano no Brasil, camufla um grupo habituado a normalizar assédios, atitudes sexistas, objetificação de mulheres e racismo. Por outro lado, no futebol, onde comportamentos tóxicos estão disseminados, o machismo sofreu mais uma derrota. A brasileira Edina Alves foi a primeira árbitra escolhida pela FIFA para apitar uma partida em um campeonato internacional masculino, o Mundial de Clubes, que está sendo disputado no Catar. “Se fosse para pensar na minha carreira, claro, é uma conquista única, mas comigo estão milhares de mulheres que lutam para vencer na vida, nas suas profissões”, disse a árbitra pouco antes de embarcar para o país árabe.
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