quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Daniel Silveira, o ‘pit bull’ bolsonarista que atenta contra a democracia

 


A prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), o pit bull bolsonarista sem papas na língua, por ameaçar ministros do STF, atacar a Corte e defender o AI-5, tem chance de ser revertida pela Câmara por uma brecha na denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR). O repórter Afonso Benites explica que os parlamentares não sabem se concordam com a decisão do STF ou se abraçam o corporativismo, já que, pela Constituição, cabe a eles decidir se um colega pode ou não ser preso. A votação foi adiada e, ao que tudo indica, Silveira deve acabar solto. A PGR não solicitou a prisão preventiva do deputado, apesar das quatro acusações que fez contra Silveira na denúncia apresentada nesta quarta-feira. O parlamentar terá de ser monitorado eletronicamente por meio de uma tornozeleira, mas não há pedido de manutenção da sua prisão, conta nosso correspondente em Brasília.

O ataque do bolsonarista —e sua midiática prisão— intensifica a combustão de uma semana recheada de arroubos autoritários, vistos como cortina de fumaça para outros problemas sérios do Governo, como a gestão da pandemia. Pouco menos de um mês após o início da vacinação no Brasil, a escassez de doses disponíveis fez algumas cidades ―de capitais a centros menores― anunciarem a interrupção temporária de sua aplicação. Para contornar a situação, a pasta ―já pressionada por uma CPI no Senado para escrutinar a gestão da pandemia― anunciou a assinatura de contratos para a compra das vacinas da Rússia e da Índia, ainda não autorizadas pela Anvisa, e prometeu, até julho, a distribuição de 230 milhões de doses, como conta a repórter Beatriz Jucá.

Com a pandemia longe de mostrar sinais de arrefecimento e uma campanha de vacinação caótica, o presidente Jair Bolsonaro anunciou que solicitará à Anvisa que aprove com urgência o aerossol EXO-CD24, um spray israelense que se propõe a tratar dos sintomas respiratórios da covid-19 “com quase 100% de eficácia”. No entanto, o medicamento, chamado de “milagroso” pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ainda não existe na prática, já que se encontra em fases de testes nos laboratórios de Israel, explica o correspondente em Jerusalém, Juan Carlos Sanz.

A nota cultural do dia fica com Madalena Schwartz, a dama que retratou os travestis no Brasil dos anos 70, que tem sua obra exposta em São Paulo na mostra As Metamorfoses. Naiara Galarraga Gortazár conta que além dos 112 retratos de Schwartz, a mostra do Instituto Moreira Salles inclui dezenas de revistas, filmes e cartazes que documentam o universo dos travestis de meio século atrás em vários países da América Latina. Não deixe de conferir a galeria de fotos da exposição, que tem entrada gratuita, mediante agendamento prévio.


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