segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Brasil espera dias de turbulência por Petrobras


Enquanto o mundo observa a alta dos preços dos combustíveis derivados do petróleo, no Brasil, a semana que começa promete refletir a tensão do mercado com as ações e declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre Petrobras. O presidente brasileiro, que se elegeu dizendo aderir às teses liberais e pró-mercado, na sexta-feira indicou o general Joaquim Silva e Luna, ex-ministro da Defesa e atual diretor-geral da hidrelétrica Itaipu Binacional, para substituir Roberto Castello Branco no comando da estatal. A decisão, que precisa ser chancelada pelo conselho de administração empresa na terça-feira, veio depois de dias de críticas do presidente à política de preços dos combustíveis da empresa, atualmente atrelados à variação mundial. Reportagem de Luis Doncel e Flávia Marreiro mostra que a apreensão em torno da gigante petrolífera brasileira contrasta com o cenário internacional, que faz com que analistas discutam se há risco de uma nova bolha na bonança global.

A indicação de um general para comandar a Petrobras ocorreu um dia antes de o presidente afirmar, em um evento militar, que não é favorável à democracia —que adiciona mais pólvora ao clima de apreensão político e econômico, como comenta Juan Arias. "Que Bolsonaro adora um regime ditatorial, sem ter que contar com o estorvo das outras instituições para governar, é algo que já havia revelado quando era um simples deputado. A grande incógnita hoje é se as forças democráticas, as empresas e até as Igrejas se deixarão subjugar pelo capitão e o deixarão irresponsavelmente continuar preparando, agora à luz do dia e sem necessidade de escondê-los, seus planos para acabar com a democracia do país contando com a cumplicidade de todas as forças militares", escreve o colunista.


Brasil se prepara para turbulência puxada por Petrobras enquanto mercados globais acumulam alta
Brasil se prepara para turbulência puxada por Petrobras enquanto mercados globais acumulam alta
Nas bolsas mundiais, petróleo atinge as maiores cotações nos últimos doze meses e analistas discutem risco de bolha. Bolsonaro injeta incerteza sobre estatal e fala em “meter o dedo” no setor de energia

 

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