Enquanto o mundo observa a alta dos preços dos combustíveis derivados do petróleo, no Brasil, a semana que começa promete refletir a tensão do mercado com as ações e declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre Petrobras. O presidente brasileiro, que se elegeu dizendo aderir às teses liberais e pró-mercado, na sexta-feira indicou o general Joaquim Silva e Luna, ex-ministro da Defesa e atual diretor-geral da hidrelétrica Itaipu Binacional, para substituir Roberto Castello Branco no comando da estatal. A decisão, que precisa ser chancelada pelo conselho de administração empresa na terça-feira, veio depois de dias de críticas do presidente à política de preços dos combustíveis da empresa, atualmente atrelados à variação mundial. Reportagem de Luis Doncel e Flávia Marreiro mostra que a apreensão em torno da gigante petrolífera brasileira contrasta com o cenário internacional, que faz com que analistas discutam se há risco de uma nova bolha na bonança global. A indicação de um general para comandar a Petrobras ocorreu um dia antes de o presidente afirmar, em um evento militar, que não é favorável à democracia —que adiciona mais pólvora ao clima de apreensão político e econômico, como comenta Juan Arias. "Que Bolsonaro adora um regime ditatorial, sem ter que contar com o estorvo das outras instituições para governar, é algo que já havia revelado quando era um simples deputado. A grande incógnita hoje é se as forças democráticas, as empresas e até as Igrejas se deixarão subjugar pelo capitão e o deixarão irresponsavelmente continuar preparando, agora à luz do dia e sem necessidade de escondê-los, seus planos para acabar com a democracia do país contando com a cumplicidade de todas as forças militares", escreve o colunista. | |||||
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