A batalha entre os poderes em Brasília ganhou um novo front nesta quarta-feira. Quase no início da madrugada, o deputado bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ) foi preso pela Polícia Federal em sua casa, por instrução do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Horas antes, o deputado havia publicado em suas redes um vídeo com ataques aos ministros da Corte, que foi considerado "conduta criminosa" por Moraes e configurou, de acordo com o ministro, o "flagrante delito” necessário para prendê-lo no âmbito do polêmico inquérito das fake news, aberto pelo próprio STF para investigar ameaças ao Supremo. Silveira é um dos investigados. A ordem de prisão terá de ser submetida à Câmara, presidida agora por Arthur Lira (PP-AL), um aliado do presidente Jair Bolsonaro. Lira reagiu rapidamente, também via redes sociais, com uma mensagem mais branda. “Nesta hora de grande apreensão, quero tranquilizar a todos e reiterar que irei conduzir o atual episódio com serenidade e consciência de minhas responsabilidades para com a Instituição e a Democracia”, afirmou. Somente no primeiro um mês e meio de 2021, o Estado do Amazonas —palco da catastrófica falta de oxigênio medicinal nos hospitais— teve quase o dobro de óbitos causados pela covid-19 do que o registrado durante todo o ano de 2020. Embora a corrida pelo insumo medicinal tenha sido freada, a situação ainda não é estável, com hospitais lotados e a disseminação de uma nova cepa do coronavírus. No entanto, o Governo do Estado cedeu a pressões de setores econômicos e anunciou a flexibilização das restrições à circulação, enquanto a vacinação segue à conta-gotas e 227 pacientes estão nas filas de espera por um leito para o tratamento da covid-19. A reportagem de Steffanie Schmidt retrata a situação do Estado e conta como as mortes e o caos na saúde impactaram a saúde mental dos amazonenses. Assim como aconteceu em Manaus, a expansão descontrolada da pandemia está facilitando a aparição de novas variantes do coronavírus, e a vacinação — que segue a passos lentos na maior parte dos países—, começa a mostrar vulnerabilidades ante às mutações do vírus. Na França, um caso de reinfecção grave por uma variante acendeu o alerta da comunidade científica internacional, que acreditava que os 100 milhões de recuperados e 175 milhões de vacinados estariam protegidos ante novas infecções. Enquanto isso, o México, que ficou um mês sem o abastecimento de vacinas, protesta contra a concentração de vacinas nos países desenvolvidos. O presidente Andrés Manuel López Obrador afirma que denunciará no Conselho de Segurança da ONU o monopólio do imunizante contra a covid-19 entre as nações mais ricas —a OMS calcula que mais de três quartos das vacinas existentes foram aplicadas em apenas 10 países. A | |||||
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário