A terça-feira foi também dia de vitória estratégica para o senador Flávio Bolsonaro. A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça decidiu anular a quebra de seu sigilo bancário e fiscal nas investigações do caso das "rachadinhas", argumentando que o pedido para acessar os dados não foi bem fundamentado. A movimentação financeira é parte crucial na denúncia contra o filho 01 do presidente, que é acusado de participar do esquema de corrupção e de ter movimentado pelo menos 2,7 milhões de reais. Agora, Flávio espera que o STJ julgue mais dois recursos de sua defesa que, se acatados, podem fazer com que um processo já lento volte à estaca zero. Enquanto isso, a pandemia do novo coronavírus segue avançando no Brasil. A Anvisa concedeu o registro definitivo à vacina da Pfizer —a primeira autorização desse tipo no Brasil para um imunizante contra a covid-19, já que até o momento a agência havia concedido apenas autorizações para uso emergencial. No entanto, o impasse entre o Governo Bolsonaro e a farmacêutica atrasam a compra das doses, o que pode fazer que a nova vacina chegue aos brasileiros por meio de Estados e municípios. O STF autorizou que governadores e prefeitos comprem doses dos imunizantes. Sem pode contar com a celeridade de seus representantes, os brasileiros vão se virando para enfrentar o vírus. Felipe Betim conta a história de um grupo de mulheres que sai de porta em porta para distribuir máscaras, kits de higiene, alimentos e informações sobre a prevenção da doença em um bairro da periferia de São Paulo. São as guardiãs do Jardim Lapena. O repórter conta que o grupo lida com demandas estruturais que vão além das informações corretas sobre a pandemia. “A minha vizinha da frente tem 17 filhos. Como esta mulher desempregada, sem marido, pagando aluguel, água e luz compra máscara para todo mundo?”, questiona uma das voluntárias. Já em Cuba, um grupo de música provoca a ira do Governo ao confrontar o lema castrista Pátria ou Morte com a canção de rap Patria y vida. Com uma clara alusão ao movimento San Isidro —que em novembro levou centenas de jovens às ruas para exigir liberdade de expressão na ilha, após a prisão do rapper Daniel Solís— a canção teve mais de um milhão e meio de visualizações em menos de uma semana. Camila Osorio escreve que o esforço do Governo da ilha para silenciar os rappers reforçou a música ao invés de censurá-la. “Esta situação reflete a fragilidade ou o estado de medo que tem o Governo cubano, que pode sentir que uma canção composta por seis ou sete músicos põe em perigo sua estabilidade política”, disse o escritor cubano Carlos Manuel Álvarez ao EL PAÍS. | |||||
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