Um Ministério da Saúde encurralado amplia tensão nos bastidores

 

O cerco contra as ações do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, durante a pandemia de coronavírus se fechou ainda mais nesta segunda-feira, após a autorização do ministro do STF Ricardo Lewandowski para que a Polícia Federal realize diligências para apurar possíveis omissões do general da ativa durante o colapso do sistema de saúde de Manaus. A repórter Beatriz Jucá conta que a pasta, encurralada ainda pela iminência de uma CPI no Senado, tem realizado missões sem planejamento para os Estados da região Norte, com o intuito de mostrar ações proativas e consolidar uma estratégia de defesa diante das investigações. "Há um óbvio tensionamento no ar para que o ministro consiga justificar no inquérito que ele tomou as decisões que deveria. Está usando a estrutura do ministério de forma atabalhoada para dar conta de construir alguma justificativa plausível”, diz um funcionário que atua há mais de 10 anos no ministério. Quase um ano depois da confirmação do primeiro caso de covid-19 no Brasil, o país viu silenciar sua maior festa popular. Pela primeira vez, o sambódromo do Rio de Janeiro não receberá passistas ou carros alegóricos durante o Carnaval. Em seu lugar, os octogenários tomaram o espaço para receber a vacina contra o coronavírus. A correspondente Naiara Galarraga Gortázar explica que o cancelamento da festa gerou um prejuízo de oito bilhões de reais em todo o país, levando inúmeros trabalhadores a buscarem alternativas para garantir seu sustento diante da falta de perspectiva de retomada da normalidade. E o reagendamento da festividade se torna uma realidade cada vez mais distante diante da dificuldade do Brasil em gerenciar a crise. A prefeitura do Rio, por exemplo, anunciou que suspenderá, a partir de segunda-feira, a aplicação de vacinas por falta de doses do imunizante. Ainda nesta edição, trazemos um retrato dos 90 anos do multiartista brasileiro Augusto de Campos. Nomes de peso como Tom Zé e Caetano Veloso se somam ao lançamento de eventos, poemas e traduções inéditas para celebrar o aniversário do vanguardista radical, cada vez mais recluso e avesso a entrevistas e aparições públicas. Em uma espécie de desabafo ao EL PAÍS, Campos justifica seu aparente silêncio. "Não me sinto disposto a comemorar o que quer que seja, vendo o meu país entregue a incompetentes, oportunistas e reacionários de toda a sorte, num conluio paramilitar." E em uma entrevista exclusiva, o bilionário e filantropo  Bill Gates, fundador da Microsoft, que acaba de lançar seu livro Como evitar um desastre climático – As soluções que temos e as inovações climáticas, reflete sobre os rumos da humanidade no pós-pandemia, a expansão dos movimentos antivacinas, suas esperanças com o Governo de Joe Biden e os efeitos da mudança climática, que “serão muito piores que a pandemia.”

Um Ministério da Saúde encurralado amplia tensão nos bastidores Pazuello tenta provar que não demorou a agir na crise de Manaus. Técnicos reclamam que estão sendo enviados à cidade sem missão definida