O Brasil fecha março, o mês mais letal da pandemia até agora, com outro recorde de mortes causadas pelo coronavírus: foram 3.869 notificações nas últimas 24 horas. E, apesar da escalada da pandemia no país, o Governo Federal continua sem considerar um lockdown nacional enquanto unidades de saúde lidam com falta de estrutura e remédios. A repórter Beatriz Jucá explica que enquanto o Planalto e o novo ministro, Marcelo Queiroga, ignoram a emergência imediata, políticos se movimentam para retirar as amarras do setor privado na aquisição de vacinas para permitir que empresas privadas comprem imunizantes e possam aplicar em seus funcionários e familiares sem ter de entregar todas as doses ao SUS, como preconizam as leis atuais. Neste momento dramático da crise, o EL PAÍS estreia Diário do front, a coluna do neurocientista Miguel Nicolelis sobre a pandemia, agora em áudio. No episódio piloto, Nicolelis alerta: “Estamos a poucas semanas de um ponto de não retorno na crise do coronavírus no Brasil”, afirma ele, que prevê, caso não haja uma mudança de rota, um colapso funerário. O acesso à coluna Diário no Front é gratuito, como todas as notícias da pandemia no jornal. Compartilhe com seus amigos e familiares. Prefere o YouTube? Veja aqui o link. Também disponível no Instagram. Já em Brasília o mês se encerra com o Planalto tentando pôr água na fervura de uma turbulência que o próprio presidente Jair Bolsonaro criou. Nesta quarta, foram nomeados os três novos comandantes das Forças Armadas pelo novo ministro da Defesa, Walter Braga Netto. Afonso Benites conta que, apesar das especulações sobre a interferência política na escolha dos novos chefes, o presidente decidiu reduzir o atrito e adotar o critério de antiguidade —tradicionalmente utilizado para as promoções na carreira. Com a decisão, a nomeação do general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira para o comando do Exército foi uma surpresa. Oliveira é declaradamente a favor do distanciamento social e do uso de máscaras para a contenção dos contágios de coronavírus, na contramão do que prega o presidente. Também nesta edição, um especial sobre a era de chumbo brasileira e seus reflexos até os dias atuais. Aiuri Rebello conta que Átila Rohrsetzer, um aposentado que vive no litoral de Santa Catarina, pode ser o primeiro brasileiro condenado por crime da ditadura. Rohrsetzer deve ser julgado na justiça italiana até o final do mês, acusado de participar do desaparecimento do ítalo-argentino Lorenzo Ismael Viñas Gigli na noite de 26 de junho de 1980 na fronteira entre a Argentina e o Brasil. Dali, foi entregue à Argentina, em mais uma ação na Operação Condor, um pacto entre as ditaduras do continente para troca de prisioneiros políticos e intercâmbio de informações, que deixou um rastro de milhares de vítimas no continente sul-americano. “Quando o Lorenzo desapareceu me dividi em duas”, diz Claudia Allegrini, viúva do desaparecido, à repórter Mar Centenera. Já Eduardo Reina revela documento inédito que mostra que os Estados Unidos sabiam da tortura nos porões militares brasileiros e poderiam intervir caso tivessem interesse direto em um caso. Documento datado de dezembro de 1973 e escrito pelo vice-cônsul dos EUA no Rio para o embaixador norte-americano em Brasília na época, aponta o possível destino do militante Paulo Stuart Wright, sequestrado pela ditadura brasileira naquele ano. O texto diz que Wright, filho de missionários norte-americanos, estava em um centro da repressão no Rio e que, se Washington quisesse, poderia atuar para poupar "horas de tortura". Para desconectar, um pouco da vida e destinos das três irmãs de Van Gogh. Anna, Elisabeth e Willemien passaram quase despercebidas pela potência do legado fraterno. No entanto, o estudo das centenas de cartas conservadas no museu de Van Gogh, na Holanda, joga luz sobre as relações familiares do pintor. Fique em casa se puder. Ajude os mais vulneráveis se tiver chance. Se cuide! | ||||||||||
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