Brasil decreta seu ‘novo normal’ apesar dos riscos da delta

 

Ainda que continue registrando, diariamente, altos números de novos infectados pela covid-19, o Brasil já vive um clima de fim de pandemia. O Rio planeja para o mês de setembro um megaevento de celebração, com festas na orla e campeonatos de futebol amador, enquanto o Ceará já autoriza festas para até 100 pessoas —ainda que só os anfitriões possam tirar a máscara e seja proibido dançar. O clima de otimismo, que contagia boa parte da população, vai na contramão dos alertas feitos por especialistas: ainda é necessário manter a cautela e as restrições, pois a nova variante do vírus, a delta, é mais contagiosa do que as anteriores. Um risco em um país em que apenas 23% da população está completamente vacinada. Os sinais de alerta se elevaram nesta quinta-feira, quando vazou um documento interno do CDC, órgão que baliza as políticas de saúde norte-americanas. Ele alerta que a quantidade de vírus em uma pessoa contaminada com a delta é 1.000 vezes maior do que nas afetadas pela cepa original. "A guerra mudou", afirma o documento, que alerta para a necessidade de se acelerar a vacinação, eficaz contra as formas graves da doença e capaz de diminuir a transmissibilidade. Muitos países, inclusive, já começaram a tomar medidas contra os que não querem se vacinar, que vão da suspensão de salários a obrigatoriedade de testes semanais de covid-19, explica Pablo Linde. Mas enquanto diversos locais voltam atrás nas medidas menos restritivas que haviam tomado diante do aumento no número de casos causado pela delta, o Reino Unido quebra a cabeça para tentar explicar como a quantidade de infectados pela doença segue em queda, mesmo diante da eliminação de todas as restrições. No Peru, o presidente recém-empossado, Pedro Castillo enfrenta sua primeira crise. Ele nomeou como primeiro-ministro o deputado de esquerda Guido Bellido, um político homofóbico e radical, sem experiência em gestão, o que desencadeou uma onda de críticas. Já no Equador, um roteiro inusitado acende o alerta para os danos que a exploração de petróleo causa ao meio ambiente: chamado de Toxic Tour, o passeio guiado pela região amazônica em meio a folhagens tingidas de óleo tenta aliar turismo e conscientização. Confira a galeria de fotos sobre o roteiro preparada pelo EL PAÍS. E para começar o clima de final de semana, destacamos a épica medalha de bronze da dupla Laura Pigossi e Luisa Stefani, que conquistou numa virada o inédito pódio para o Brasil no tênis em Tóquio. Siga a cobertura completa dos Jogos Olímpicos no EL PAÍS. E mais, contamos a novela que se esconde nos bastidores da saga Bond: um negócio familiar que envolve brócolis, espiões e milhões.

Brasil decreta ‘novo normal’ apesar de riscos da variante delta Cepa da covid-19, mais transmissível que as anteriores, eleva temores com medidas menos restritivas adotadas por governos