A derrota na eleição municipal, quando elegeu apenas dois dos 11 candidatos que apoiou publicamente, reforçou a necessidade de o presidente Jair Bolsonaro contar com uma estrutura partidária. A dispersão por várias legendas é apontada como um dos fatores principais da derrota. A ala ideológica quer que ele volte para o PSL, pelo qual se elegeu em 2018, mas de onde saiu após perder a briga pelo controle do partido. Mas PSD, PP (ao qual Bolsonaro já foi filiado) e PTB também estão na disputa. Qualquer movimento mais sério, porém, vai aguardar a eleição para as presidências da Câmara e do Senado. (Globo)
No Congresso, as siglas se articulam para permitir a reeleição de Davi Alcolumbre (DEM-AP) no Senado, mas barrar a de Rodrigo Maia (DEM-RJ) na Câmara.
Elio Gaspari: “No meio de uma pandemia e de uma recessão, o Brasil ficou com um presidente sem partido, sem projeto e sem aliados. Para quem não gosta dele, pode ser motivo de alegria, mas daqui a pouco vai se perceber como é perigosa essa situação. A crise sanitária, os números da economia e o resultado das urnas mostraram que o negacionismo de Bolsonaro foi além das derrotas. Ele saiu de moda, mas ficará no Planalto, sem rumo.” (Globo e Folha)
Meio em vídeo. Especialista em ideologias, o cientista político Christian Lynch (IESP-Uerj) lança um olhar sobre a eleição municipal fora do eixo esquerda-direita. Para ele, o desempenho de Guilherme Boulos (PSOL) e Manuela D’Ávila (PCdoB) aponta para as eleições presidenciais em seis ou dez anos. E o fracasso do bolsonarismo pode tirar o presidente do Planalto até 2022. Assista.
O governo francês e o setor agrícola local anunciaram ontem um plano de 100 milhões de euros para aumentar em 40% a área de plantio de soja no país até 2023. O objetivo é reduzir (ou acabar com) a dependência de importações, especialmente do Brasil. O presidente francês, Emmanuel Macron, é um dos mais enfáticos críticos à política ambiental brasileira. (Veja)
Bela Megale: “Integrantes da cúpula do governo articularam, há cerca de um mês, a saída do ministro Ricardo Salles da pasta do Meio Ambiente. Três opções chegaram a ser cogitadas: colocá-lo em um cargo de assessor especial ligado à Presidência, realocá-lo na Secretaria-Geral da Presidência ou ainda nomeá-lo para a Secretaria de Governo, hoje ocupada por Luiz Eduardo Ramos. Seria uma maneira de tirá-lo do foco das críticas pela condução da área ambiental e recompensá-lo por ter sido um ‘bom soldado’ na defesa das pautas do governo Bolsonaro. Salles, porém, mostrou resistência em sair do Meio Ambiente.” (Globo)
Com o fim de seu governo cada vez mais próximo, o presidente Donald Trump estaria discutindo formas de proteger seus filhos de punições por crimes cometidos no governo. Uma delas a concessão de um raro mas não inédito perdão presidencial prévio para seus três filhos mais velhos (Donald Jr., Eric e Ivanka), seu genro e assessor Jared Kushner e para seu principal advogado, Rudolph Giuliani, que comanda a campanha para desacreditar o resultado das eleições. (New York Times)
Nas últimas semanas o presidente vem distribuindo com liberalidade perdão a ex-assessores condenados. Embora a praxe seja o perdão a pessoas que já foram consideradas culpadas ou estejam sob investigação avançada, a anistia preventiva já aconteceu antes. Após a renúncia de Richard Nixon, em 1974, seu sucessor, Gerald Ford, o perdoou por todos os crimes que ele tivesse cometido durante o mandato, mesmo que ainda não tivessem sido descobertos. (New York Times)
E Trump, por mais que continue resistindo publicamente, sabe que seus dias na Casa Branca estão contados. O procurador-geral (equivalente a ministro da Justiça) William Barr, um de seus mais fiéis aliados, disse que não foram encontrados indícios de fraude que invalidassem a eleição de Joe Biden.
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