sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Um bolsonarista cuidando dos casos Marielle e Queiroz?

 


Nesta sexta, os quase 1.000 membros do Ministério Público do Rio de Janeiro votam na eleição que definirá o novo procurador-geral da instituição. O repórter Felipe Betim conta que o pleito ocorre sob um clima de apreensão, já que entre os cinco candidatos está o procurador de Justiça Marcelo Rocha Monteiro, um bolsonarista convicto, próximo do senador Flávio Bolsonaro e do governador afastado Wilson WItzel. Além disso, a eleição aponta uma lista tríplice, e nem Monteiro nem Cláudio Castro (PSC), governador interino do Rio, se comprometeram a aderir à candidatura mais votada da lista. Caso seja o escolhido para chefiar o órgão, Monteiro terá em suas mãos as investigações dos casos Marielle Franco e Fabrício Queiroz.

Enquanto o Governo Bolsonaro se complica para botar de pé um plano de vacinação, o Brasil confirmou seu primeiro caso de reinfecção por covid-19, e os Estados Unidos se preparam para iniciar a imunização de sua população. Um painel de especialistas da FDA deu sinal verde para a vacina da Pfizer-BioNtech. A aprovação, que ocorre no momento em que o país passa pelo pior momento da pandemia, também se dá em razão das pressões de Trump, desejoso para acrescentar essa “vitória” a seu mandato. Esse também é o contexto de um giro drástico na política externa norte-americana: o Governo do republicano reconheceu, nesta quinta, a soberania do Marrocos sobre o Saara Ocidental, tornando os EUA o único país ocidental a adotar tal posição. Em troca, o reino árabe deverá estabelecer relações diplomáticas com Israel.

Mais ao sul do continente americano, Alberto Fernández completou um ano de presidência na Argentina. O peronista assumiu o cargo com a esperança de livrar o país da recessão e da inflação recorde, além de terminar com o default da dívida externa. Mas a pandemia frustrou todas as expectativas e previsões, inclusive as mais pessimistas. De Buenos Aires, o correspondente Federico Rivas Molina explica os percalços da gestão de Fernández. O presidente tenta recuperar a iniciativa política, com reformas no Congresso, como o debate na Câmara sobre um projeto de lei sobre aborto legal, que foi aprovado na manhã desta sexta com 131 votos a favor e 117 contra e agora segue para o Senado. “O dilema que devemos superar é se os abortos são praticados na clandestinidade ou no sistema de saúde argentino”, salientou o presidente ao anunciar o envio do projeto ao Congresso, em meados de novembro.

Por último, para ler —e ouvir— com calma, a biblioteca sonora sobre Clarice Lispector, na voz de Chico Buarque. Naiara Galarraga Gortázar conversou com os promotores da iniciativa, que explicam que o fragmento foi escolhido por sua relação com a poesia do cantor e compositor brasileiro.


Eleição pode levar bolsonarista ao comando do MP do Rio de Janeiro
Eleição pode levar bolsonarista ao comando do MP do Rio de Janeiro
Promotoria vota nesta sexta. Um dos candidatos é Marcelo Rocha Monteiro, próximo de Flávio Bolsonaro. Órgão cuida dos casos Marielle e Queiroz

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