Sim, há luz no fim do túnel depois do maldito 2020, tanto para vislumbrar um mundo sem covid=19 como para retomar a economia global, a ponto de o caos que levou milhões ao desemprego ficar para trás. A chegada das vacinas é a materialização dessa esperança, na voz de economistas e cientistas. David Fernández analisa as otimistas (ainda que titubeantes) previsões do mercado para o próximo ano. Chegar à saída pode ser questão de meses, diz Karen Ward, estrategista-chefe do J.P. Morgan Asset Management. Ward acredita que no segundo semestre do ano que vem, “poderia haver uma retomada significativa da atividade, depois que as vacinas forem fornecidas, que a demanda reprimida for liberada e a vida começar a voltar à normalidade”. Essa é a mesma data prevista pela bioquímica húngara Katalin Karikó para que a vida “provavelmente volte ao normal” no planeta. Considerada a mãe da vacina contra a covid-19, Karikó desenvolveu por décadas avanços-chave para os imunizantes elaborados agora pela Moderna e pela BioNTech. Ela conta sua história a Nuño Dominguez direto de casa, nos arredores da Filadélfia, nos Estados Unidos: "Recebia uma carta de rejeição atrás da outra de instituições e empresas farmacêuticas quando lhes pedia dinheiro para desenvolver essa ideia”. Depois de um ano tão caótico, 2021 só poderia começar com uma mensagem de otimismo, mas o ano que chega vem também carregado de alertas. “As coisas não voltarão a ser como antes. Começamos a ter consciência de que foi a civilização que criou e espalhou o vírus: os aviões e os carros, as concentrações multitudinárias e os estádios de futebol”, diz o neuropsiquiatra Boris Cyrulnik, um dos 10 especialistas de áreas variadas ouvidos por Marc Bassets para tentar projetar o futuro. “Se restabelecermos as mesmas condições de consumo e de transporte, em dois ou três anos haverá outro vírus e será preciso recomeçar”, alerta Cyrulnik. Mas 2020 nos deixa lições importantes e trouxe alguns alentos. A repórter Beatriz Jucá listou boas notícias – sim, houve algumas — do ano da covid-19. O próprio fortalecimento da ciência é uma delas, assim como as correntes de solidariedade que minoraram o sofrimento de um ano que trouxe tanta dor para o mundo.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário