terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Sim, há luz no fim do túnel depois do maldito 2020

 


Sim, há luz no fim do túnel depois do maldito 2020, tanto para vislumbrar um mundo sem covid=19 como para retomar a economia global, a ponto de o caos que levou milhões ao desemprego ficar para trás. A chegada das vacinas é a materialização dessa esperança, na voz de economistas e cientistas. David Fernández analisa as otimistas (ainda que titubeantes) previsões do mercado para o próximo ano. Chegar à saída pode ser questão de meses, diz Karen Ward, estrategista-chefe do J.P. Morgan Asset Management. Ward acredita que no segundo semestre do ano que vem, “poderia haver uma retomada significativa da atividade, depois que as vacinas forem fornecidas, que a demanda reprimida for liberada e a vida começar a voltar à normalidade”.

Essa é a mesma data prevista pela bioquímica húngara Katalin Karikó para que a vida “provavelmente volte ao normal” no planeta. Considerada a mãe da vacina contra a covid-19, Karikó desenvolveu por décadas avanços-chave para os imunizantes elaborados agora pela Moderna e pela BioNTech. Ela conta sua história a Nuño Dominguez direto de casa, nos arredores da Filadélfia, nos Estados Unidos: "Recebia uma carta de rejeição atrás da outra de instituições e empresas farmacêuticas quando lhes pedia dinheiro para desenvolver essa ideia”.

Depois de um ano tão caótico, 2021 só poderia começar com uma mensagem de otimismo, mas o ano que chega vem também carregado de alertas. “As coisas não voltarão a ser como antes. Começamos a ter consciência de que foi a civilização que criou e espalhou o vírus: os aviões e os carros, as concentrações multitudinárias e os estádios de futebol”, diz o neuropsiquiatra Boris Cyrulnik, um dos 10 especialistas de áreas variadas ouvidos por Marc Bassets para tentar projetar o futuro. “Se restabelecermos as mesmas condições de consumo e de transporte, em dois ou três anos haverá outro vírus e será preciso recomeçar”, alerta Cyrulnik.

Mas 2020 nos deixa lições importantes e trouxe alguns alentos. A repórter Beatriz Jucá listou boas notícias – sim, houve algumas — do ano da covid-19. O próprio fortalecimento da ciência é uma delas, assim como as correntes de solidariedade que minoraram o sofrimento de um ano que trouxe tanta dor para o mundo.

 

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