sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Com quase 180 mil mortos, Bolsonaro vê 'finalzinho da pandemia'

 


Há, no mínimo, uma discrepância entre a visão do governo federal em relação à Covid-19 e os números da doença. Ontem, em visita ao Rio Grande do Sul, o presidente Jair Bolsonaro disse que o Brasil está vivendo “um finalzinho de pandemia” e afirmou que seu governo, “levando-se em conta outros países do mundo, foi aquele que melhor se saiu” no enfrentamento à Covid-19. No mesmo dia, o país registrou 769 mortes pela doença, elevando o total a 179.801. A média móvel de óbitos subiu no Distrito Federal e em 21 estados, inclusive o Rio Grande do Sul. Sete capitais brasileiras estão com mais de 90% dos leitos de UTI para Covid ocupados. Segundo o PoderData, 71% dos brasileiros são a favor do distanciamento social.

Em São Paulo, o governador João Doria anunciou que o Instituto Butantan começou a produzir a CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês SinoVac. Entretanto, a vacina ainda não foi aprovada pela Anvisa nem teve divulgados os resultados da fase 3 de testes. A expectativa é que os dados sejam enviados à agência até o dia 15. Mesmo assim, cinco estados já confirmaram interesse em comprar o imunizante: Acre, Ceará, Espírito Santo, Maranhão e Paraíba.

Com a vacinação cada vez mais politizada pela briga entre Bolsonaro e João Doria, os funcionários da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgaram uma carta aberta em defesa da instituição. No documento, os técnicos enfatizam “o caráter técnico e independente dos trabalhos e das atividades desenvolvidos pelos servidores da agência na promoção e na proteção da saúde da população”. Eles afirmam estarem “trabalhado incansavelmente, por meio de avaliação técnica criteriosa” para aprovar vacinas “seguras, eficazes e produzidas com qualidade”. (Folha)

Mais cedo, em reunião, a diretoria da Anvisa decidiu dispensar temporariamente de análise de impacto regulatório e de consulta pública a autorização emergencial para o uso de vacinas, o que facilita a liberação dos imunizantes.

Já nos EUA, o comitê de especialistas que assessora a FDA (Agência de Medicamentos e Alimentos, equivalente à Anvisa) recomentou a liberação para uso emergencial da vacina produzida pela Pfizer, que já está em uso no Reino Unido e foi aprovada no Canadá e no Bahrein. Não significa aprovação imediata, mas facilita o processo.

E o MEC homologou a decisão do Conselho Nacional de Educação (CNE) mantendo a autorização para ensino remoto em escolas públicas e particulares enquanto durar a pandemia. (Estadão)




Enquanto Arthur Lira (PP-AL) já está em campanha aberta pela presidência da Câmara, com o apoio do Planalto, o grupo do atual ocupante do cargo, Rodrigo Maia (DEM-RJ), parece cada vez mais dividido. Como ninguém quer abrir mão da própria candidatura, o cenário mais provável é a divisão em até três nomes, com um deles disputando o segundo turno contra Lira. (Veja)

Thomas Traumann: “Como todo candidato, Lira é um camaleão. A Bolsonaro, prometeu colocar para votar as pautas conservadoras (liberação de armas, menos punições a policiais envolvidos em casos de morte, Escola Sem Partido e novas restrições ao aborto). Aos ruralistas, a lei que legaliza as terras griladas na Amazônia. A Paulo Guedes, aprovar a nova CPMF. À turma do mercado financeiro, a reforma tributária e administrativa. Ao PSB, a manutenção da lei eleitoral que limita número de partidos. Ao PT, mudanças na Lei de Ficha Limpa para permitir a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva em 2022. É óbvio que ele está mentindo para alguém.” (Veja)




Aos 82 anos, Joseph Safra morreu ontem, em São Paulo, de causas naturais. O banqueiro e fundador do grupo Safra era o homem mais rico do Brasil. Ele sofria de mal de Parkinson e morava nos últimos anos na Suíça. Nascido no Líbano, Safra era da quarta geração de uma tradicional família judaica de banqueiros e veio ao Brasil com os seus familiares na década de 1950. Com um perfil conservador, construíu uma instituição com uma imagem de resistente à crises e, ao mesmo tempo, mais cautelosa pra se ajustar às inovações do mercado. Junto com outros nomes, como Walther Moreira Salles, do Unibanco, e Olavo Setúbal, do Itaú, fez parte da era dos grandes banqueiros que deram projeção ao setor financeiro nacional e buscaram a internacionalização. Durante sua vida, também se destacou pelo seu lado filantropo. Foi um dos maiores doadores dos hospitais Albert Einstein e Sírio Libanês, por exemplo. (Estadão)

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