quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Vacinação vai durar 16 meses diz ministério

 


O Ministério da Saúde informou ao ministro Ricardo Lewandowski que a vacinação nacional contra a Covid-19 começará cinco dias após a Anvisa aprovar um imunizante. Primeiro aconteceriam quatro fases de vacinação de grupos prioritários com um mês cada. A imunização da população em geral viria em seguida e duraria 12 meses. No domingo, Lewandowski deu 48 horas para que a pasta informasse as datas de início e fim do programa de vacinação, omitidas do planejamento entregue ao Supremo na sexta-feira, mas o Ministério da Saúde alega que não tem como precisar um dia de início por depender dos pedidos de registro ou autorização emergencial das vacinas na Avisa. Nenhum laboratório fez o requerimento até o momento. (Poder360)

No mesmo dia em que as explicações do ministério foram enviadas, chegou ao STF uma carta da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) afirmando que o plano do governo traz, do ponto de vista técnico, “medidas parciais” e “equivocadas”. (G1)

O que também recebeu muitas críticas foi a declaração do presidente Jair Bolsonaro dizendo que as pessoas interessadas em se vacinar deveriam assinar um termo de responsabilidade. A ideia foi encampada pelo relator da MP que inclui o Brasil na aliança global por vacinas, deputado Geninho Zuliani (DEM-SP), mas o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) a descartou. Epidemiologistas criticaram duramente a iniciativa e disseram ter a impressão de que o presidente não quer que a vacinação aconteça. (G1)

Então... O Ministério da Saúde ignora há quase seis meses um pedido da Economia para que se manifeste sobre o interesse público na importação de seringas descartáveis da China. Há risco de que faltem. (Folha)

Painel: “Mesmo com a perspectiva de iniciar a vacinação contra a Covid-19, o governo de São Paulo prepara-se para um janeiro de estatísticas em alta na pandemia. Há uma avaliação de que a média diária de internações, hoje na casa de 1.400, pode chegar a 2.000 ao final da primeira quinzena do mês, superando até mesmo o pico de julho. Para fazer frente à escalada, estão sendo reabertos 2.000 leitos hospitalares que haviam sido fechados, trazendo o total novamente para 9.500.” (Folha)

Enquanto a vacina não chega, a prefeitura do Rio de Janeiro anunciou nesta terça-feira o cancelamento de todas as comemorações do Réveillon. O assunto já havia sido motivo de idas e vindas, com a ideia de shows de luzes em vez de queimas de fogos e de lives em pontos turísticos, iniciativas agora descartadas.

E o Brasil registrou ontem o maior número de mortes pela Covid-19 em mais de um mês. Foram 915 óbitos, o que elevou o total a 182.854. Em sete dias, a média móvel de mortes chegou a 667, a 12ª alta consecutiva.

No exterior, a FDA (equivalente à Anvisa nos EUA) divulgou relatório reconhecendo a eficácia e a segurança da vacina produzida pela Moderna, abrindo caminho para sua aprovação. O Canadá também começou seu programa de vacinação, mas teme problemas com a cadeia de suprimentos. E o estudo de uma publicação científica estima 25% da população mundial chegará à metade de 2022 sem uma vacina.




Pivô do suposto esquema das rachadinhas envolvendo o hoje senador Eduardo Bolsonaro (Republicanos-RJ), o ex-PM Fabrício Queiroz era “homem de confiança” e fez durante anos pagamentos pessoais do presidente e de seus familiares. A informação foi dada pelo próprio Jair Bolsonaro em entrevista à Bandeirantes. Para ele, Queiroz está sendo injustiçado e seu filho mais velho é tratado como “o maior bandido da face da Terra”. (Globo)

Na mesma entrevista, o presidente reafirmou que não pretende tomar qualquer vacina contra a Covid-19. “Não vou tomar, e ponto final. Se a minha vida está em risco, o problema é meu”, disse.

Aliás... O Gabinete de Segurança Institucional negou, em resposta ao Supremo, que tenha elaborado relatórios para ajudar na defesa do senador. É isto que afirma reportagem da revista Época.

E do STF vieram duas más notícias para o presidente. O ministro Alexandre Moraes prorrogou por 90 dias os inquéritos que apuram suposta interferência de Bolsonaro na PF e os atos antidemocráticos, que podem envolver pessoas próximas do Planalto. (G1)




Embora tivesse se passado mais de um mês da eleição nos EUA e já houvesse até uma equipe de transição de governo trabalhando, só ontem o presidente eleito Joe Biden recebeu os cumprimentos oficiais do Brasil, por meio de uma nota publicada pelo Itamaraty com trechos de postagens de Bolsonaro no Twitter. A maioria dos líderes do G-20 congratulou Biden já no dia 7 de novembro, quando as projeções davam como irreversível sua vitória. Bolsonaro foi o último do grupo a fazê-lo, um dia depois de Colégio Eleitoral americano reafirmar o resultado.

A demora teria sido orientada pelo embaixador brasileiro em Washington, Nestor Foster. Ele teria, por meio de mensagens, alimentado o Planalto com informações falsas e teorias conspiratórias que indicavam, sem provas, fraudes eleitorais contra Trump. (Estadão)




Num movimento incomum, o Senado rejeitou a indicação do diplomata Fábio Marzano para a delegação brasileira na ONU em Genebra. A senadora Kátia Abreu lhe perguntou sobre o impacto das questões ambientais num possível acordo comercial entre Mercosul e União Europeia e Marzano respondeu, corretamente, que o tema não estaria entre suas atribuições. Para a senadora o Itamaraty está se transformando em uma “casa de terrores” porque os “embaixadores não podem dar sua opinião”. O diplomata foi rejeitado para que os ruralistas enviassem seu recado ao Planalto. (G1)




A pesquisa do Datafolha que mostrou a estabilidade na avaliação positiva de Bolsonaro a despeito da crise da Covid-19 causou surpresa. Entretanto, ao se analisarem os detalhes do levantamento e compará-los com pesquisa semelhante de março de 2019, fica claro que, embora os números tenham inclusive melhorado, o perfil da base de apoio do presidente mudou. No ano passado, o apoio a Bolsonaro crescia conforme a renda e a escolaridade dos entrevistados. Agora, essa relação se inverteu, com esses grupos representando a maior rejeição. Também cresceram o apoio no Nordeste e a rejeição no Sul e no Sudeste. Para especialistas, esse novo perfil de apoio corresponde aos beneficiários do auxílio emergencial, e pode refluir com o fim do benefício, previsto para a virada do ano. (Globo)




Meio em vídeo. A corrupção sempre foi uma chaga brasileira, mas ela e os limites de seu combate entraram na ordem do dia nos últimos anos. No Conversas desta semana, Bruno Brandão, diretor-executivo da Transparência Internacional no Brasil, fala sobre o legado da Lava-Jato, o caso Flávio Bolsonaro, as desigualdades no acesso à Justiça e os caminhos para enfrentar os desvios sistêmicos na política. Assista.

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