Não foi surpresa, mas um constrangimento. Apenas um dia depois do segundo turno das eleições municipais e dos discursos de Bruno Covas (PSDB) de que a pandemia era estável na cidade, o governador de São Paulo, João Doria, recuou no plano de retomada das atividades econômicas e sociais e determinou que todo o Estado retorne para a fase amarela de contenção contra a covid-19, incluindo a capital. A decisão de impor mais restrições é motivada pela piora nos indicadores do novo coronavírus no Estado, com a elevação de 12% nos óbitos e de 7% nas internações. Enquanto mais cidades brasileiras se preparam para a segunda onda da covid-19, as esperanças se voltam para a vacina. Nesta segunda, o laboratório Moderna pediu autorização para vender a sua, após anunciar a eficácia de 100% contra a covid-19 grave. O problema é que o Brasil pode perder mais esse bonde. Reportagem de Beatriz Jucá mostra como o país está atrasado na formulação de uma estratégia de imunização nacional. Nesta terça-feira está prevista uma reunião para discutir uma primeira versão de um plano de vacinação para a covid-19. “O Ministério da Saúde está devendo esse planejamento. Espero que estejam planejando e só não tenham comunicado ainda à população. Pensar que não há um plano é desastroso”, afirma a microbiologista Natalia Pasternak. Um dia após o desfecho nas urnas das eleições municipais, o mundo político faz seu balanço eleitoral de olho em 2022. Ao EL PAÍS o cientista político Fernando Abrucio diz que a pandemia “pegou Jair Bolsonaro de calças curtas” e evidenciou a necessidade de pautas concretas como emprego, saúde e educação, muito além dos discursos sobre costumes, que são a base do bolsonarismo, ou da aposta na polarização política. "É uma onda muito forte essa. À direita e à esquerda, quem quiser ir bem nas eleições vai ter que modular o discurso e as ações de acordo com essa conjuntura toda que é uma novidade”, disse ele, que se fia na análise de entrevistas em profundidade feitas com eleitores. Também nesta edição, reportagem analisa o encolhimento do PT nas urnas, o pior desempenho desde a democratização. Em São Paulo, o Beco do Batman, ponto turístico da Vila Madalena famoso por seus grafites coloridos, foi tingido de preto para protestar contra o assassinato do artista NegoVila no último sábado no bairro. O artista negro foi morto a tiros por um policial à paisana, que está preso. Artistas como OsGêmeos e Lino & Guru também prestaram suas homenagens. | |||||
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário