terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Classe média sai da quarentena para os braços da covid-19 e lota hospitais

 


A história se repete. O coronavírus, que chegou ao Brasil trazido por turistas de classe média que voltavam das férias na Europa, volta a atacar as classes A e B. Privilegiada pela possibilidade do home office e enfadada após meses de isolamento social, essa faixa da população tomou as ruas do país, explodindo o número de casos de covid-19. O repórter Gil Alessi conversou com especialistas sobre o aumento dos contágios, que pressionam o sistema hospitalar brasileiro, e aponta para o temor por parte das autoridades de que, com as festas de fim de ano, os casos no país aumentem ainda mais. Apesar disso, a guerra política travada em torno da vacina entre o Governo federal e os estaduais não dá sinais de trégua. Beatriz Jucá explica que, nesta segunda-feira, o governador paulista, João Doria, dobrou a aposta sobre a Coronavac, encurralando o Ministério da Saúde, que lida com a pressão dos demais governadores estaduais para a elaboração de um plano de vacinação nacional.

Outro problema à vista são os casos de reinfecção por covid-19, que põem ainda mais dúvida sobre a imunização, encarada por muitos como a solução para a pandemia. Até o momento, apenas um caso de reinfecção foi confirmado oficialmente no Brasil e, ao que parece, eles ainda são raros ao redor do mundo. No entanto, como conta Heloísa Mendonça, a possibilidade de contrair a doença novamente eleva as incertezas. "A gente começa a questionar a vacina, a gente não sabe nada ou muito pouco desse vírus”, diz a obstetra Debora Januzzi, que se infectou com a covid-19 duas vezes. Com dúvidas ou não, nos Estados Unidos a vacinação começou nesta segunda-feira em um hospital de Nova York. Muito antes de a primeira cidadã receber a injeção, o presidente Donald Trump se parabenizou pela notícia em uma última tentativa de obter parte do mérito após negar reiteradamente a existência da pandemia. O republicano teve pouco tempo para celebrar, contudo, porque horas depois o Colégio Eleitoral norte-americano consolidaria sua derrota nas eleições presidenciais de 3 de novembro. De Washington, a correspondente Amanda Mars conta que a resolução divulgada nesta segunda marca o golpe de misericórdia na cruzada que Trump e seus aliados embarcaram para tentar conservar a Casa Branca.



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