terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Herdeiras de Marielle Franco na mira da violência política

 


Nesta terça-feira completam-se 1.000 dias do assassinato de Marielle Franco. O crime, que tornou a vereadora negra em símbolo da esquerda, segue rodeado de incógnitas e põe na mira suas sucessoras políticas. A hostilidade e as ameaças se multiplicaram com o aumento da visibilidade de mulheres negras e representantes de minorias nas eleições municipais, não importando sua orientação política. A repórter Naiara Galarraga Gortázar conversou com Pedro Abramovay, diretor da Open Society para a América Latina, que explica que os algozes de Marielle tinham um segundo objetivo com sua morte, o de enviar uma mensagem a qualquer um que quisesse seguir seus passos. "É o racismo estrutural que existe na política brasileira, que não aceita que essas mulheres possam estar em posições de poder", lamenta Abramovay.

No jogo de forças da política brasileira que ronda a vacina contra a covid-19, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), desferiu mais um ataque contra o Planalto. Nesta segunda-feira, Doria anunciou que o programa estadual de imunização terá início em 25 de janeiro, mesmo sem ter uma vacina registrada na Anvisa. Gil Alessi escreve que o pronunciamento do tucano joga pressão sobre a agência federal, cuja transparência foi colocada em xeque pelos movimentos recentes do presidente Jair Bolsonaro. “Não estamos virando as costas para o plano nacional de imunização [que deve começar em março], mas precisamos ser mais ágeis”, afirmou o Doria.

De Wuhan, na China, a correspondente Macarena Vidal Liy narra a aparente normalidade no local que, um ano atrás, foi o foco inicial da pandemia de covid-19. Na cidade, que não registra nenhum caso da doença desde maio, o coronavírus já parece ser apenas um pesadelo distante, mas as cicatrizes da pandemia continuam presentes. “Na China não podemos debater sobre as coisas. Agora o vírus passou e demos esse capítulo por encerrado, nos dizem que tudo correu muito bem, mas realmente não sabemos, porque não se pode falar disso”, lamenta uma cidadã.

 


1.000 dias do assassinato de Marielle. Herdeiras políticas entram na mira
1.000 dias do assassinato de Marielle. Herdeiras políticas entram na mira
Mulheres que assumiram a luta da vereadora assassinada no Rio sofrem ameaças. “Tenho que ser escoltada até a padaria”, diz deputada Talíria Petrone

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