O Reino Unido se tornou nesta quarta-feira o primeiro país do mundo a autorizar o uso das vacinas de Pfizer e BioNTech, à frente dos Estados Unidos e da União Europeia. A agência reguladora de medicamentos do país garantiu que a imunização, que segundo seus criadores tem 95% de eficácia contra a covid-19, possa começar a ser fornecida em todo o país a partir da próxima semana. O Governo Boris Johnson já encomendou 40 milhões de doses, que chegarão a 20 milhões de cidadãos. Enquanto isso, o Ministério da Saúde brasileiro anunciou nesta terça a estratégia preliminar do Governo para a vacinação. O plano terá quatro fases e priorizará equipes de saúde, idosos e indígenas na imunização. A divulgação da proposta, mesmo que provisória e à espera da aprovação das vacinas pela Anvisa, era um cobrança de especialistas do setor, temerosos de que Governo acabe subaproveitando a expertise do SUS e impedindo o debate público do tema. A repórter Beatriz Jucá explica que a ameaça de falta de coordenação nacional, como tem acontecido na pandemia, segue preocupando e pode levar Estados a desenvolverem planos próprios de imunização. “Sem coordenação, pode gerar muito tumulto na busca pela vacina e dessa forma faltar vacina pra quem precisa”, alerta Julio Croda, ex-diretor do Departamento de Imunizações e Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde e pesquisador da Fiocruz. Há exatamente um ano, em um baile funk em Paraisópolis, em São Paulo, uma ação policial desastrosa culminou na morte de nove jovens por asfixia mecânica e, nesta terça, moradores da comunidade voltaram a protestar pela tragédia. Em artigo ao EL PAÍS, a defensora pública Fernanda Penteado Balera e as advogadas Ana Paula Freitas e Priscila Pamela dos Santos, que defendem as famílias, cobram responsabilização imediata do Estado e dos agentes envolvidos. "A polícia tem protocolos para atuar em multidões como era o caso do Baile da DZ7, mas a escolha de segui-los depende muito da cor, classe social e origem de quem, supostamente, precisaria ser dispersado”, escrevem. Para reflexão em meio ao recrudescimento da pandemia, um texto do psiquiatra David Dorenbaum sobre os impactos das restrições impostas pelo vírus sobre os vícios. A mistura de adversidade e estresse contribui para a perda de motivação e do autocontrole, levando a comportamentos aditivos. No entanto, é possível evitar que a adição se transforme em dependência. "O passo decisivo consiste em que, mesmo que as coisas não estejam como gostaríamos, seja possível agir com autonomia e por iniciativa própria e, mais do que nada, aceitar que o sentimento de uma carência fundamental é inerente à existência”, escreve. | |||||
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