quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Trump parte para o tudo ou nada

 



Donald Trump deu um passo além na guerra para se manter presidente — soltou ontem um discurso à nação em tom grave, com todas as regalias de pronunciamento oficial. De dentro da Casa Branca, com a bandeira americana e a presidencial, o pódio oficial, terno e gravata nas cores nacionais. “Este é o discurso mais importante que jamais farei”, afirmou. “Esta eleição foi fraudada e todos o sabem”, declarou. “É estatisticamente impossível que eu tenha perdido.” Repetiu, um por um, os argumentos que seus advogados têm feito perante os tribunais, e como eles não apresentou uma única prova. No dia anterior, seu próprio ministro da Justiça William Barr havia declarado que sua equipe não encontrou qualquer indício de irregularidade eleitoral. A escalada no conflito tem agora o objetivo de levar apoiadores às ruas e pressionar parlamentares republicanos em estados como Michigan e Geórgia para que intervenham no processo, ignorem o resultado da eleição, e nomeiem para o Colégio Eleitoral gente que indique Trump e não o presidente eleito Joe Biden para mais quatro anos. (Washington Post)

Assista ao discurso na íntegra. (Facebook)

Enquanto isso... A tensão, no Partido Republicano da Geórgia, só aumenta. Lá, duas eleições de segundo turno definirão que legenda terá maioria no Senado nos próximos dois anos. O governo estadual, que é republicano, vem resistindo à pressão de Trump para ignorar o resultado eleitoral. Mas há temor de que os eleitores moderados se virem e elejam os candidatos democratas, entregando a Biden maioria no Congresso. (New York Times)


Enquanto o STF não decide se Rodrigo Maia (DEM-RJ) pode ser candidato à reeleição, a disputa pela presidência da Câmara esquenta graças a uma denúncia. Segundo o MP federal, Arthur Lira (PP-AL), candidato do Planalto e do Centrão, integrou um esquema de rachadinhas, quando assessores devolvem ao parlamentar parte do salário, e funcionários fantasmas no tempo em que era deputado estadual em Alagoas. Lira teria movimentado R$ 9,5 milhões entre 2001 e 2007. Ele tem uma condenação por improbidade administrativa que aguarda há quatro anos despacho do TJ alagoano para chegar o STJ. Procurado, Lira não comentou as acusações. (Estadão)

Painel: “No cenário provável de o STF autorizar a reeleição dos presidentes da Câmara e do Senado, haverá questões em aberto sobre como se viabilizaria a possível recondução de Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre. Defensores da dupla dizem que não seria necessário fazer mais nada, apenas convocar a eleição. Já parlamentares que se opõem à tese ou fazem parte do centrão veem necessidade de alterar pelo menos o regimento da Câmara dos Deputados, que veda explicitamente a possibilidade.” (Folha)




O MP Eleitoral pediu ao TSE a quebra dos sigilos bancário e fiscal do empresário Luciano Hang, dono da rede Havan, e de quatro empresas. Ele é suspeito de ter financiado o disparo em massa de mensagens em redes sociais para beneficiar Jair Bolsonaro nas eleições de 2018. As quatro empresas investigadas teriam operacionalizado o disparo. A defesa de Hang nega. O objetivo do MPE é descobrir se houve abuso de poder econômico, se o dinheiro usado nessa operação foi contabilizado ou era caixa 2 e se houve impacto no resultado do pleito.

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