Há duas semanas, uma nova geração de peruanos desencadeou a queda do presidente Manuel Merino, mergulhando o país em uma espiral de crise e insatisfação popular. O país andino é a mais recente arena latino-americana onde os jovens promoveram uma luta contra um sistema que consideram injusto. No último ano e meio, houve protestos no Chile, Colômbia e Equador, onde os cidadãos de 18 a 30 anos tiveram um papel importante em obter mudanças profundas nas suas democracias. As reivindicações são muito variadas e respondem às urgências de cada país. Às vezes respaldam a pauta de outros grupos, como a dos povos indígenas no Equador. Entretanto, há um denominador comum: o fator geracional, acompanhado das ferramentas e códigos de comunicação habituais entre os jovens. Por exemplo, o uso das redes sociais, agora, o Tiktok. Lorena Arroyo e Francisco Manetto contam como, de Santiago a Bogotá, movimentos estudantis transformam a agenda de seus países. No Brasil, a semana foi marcada por uma escalada na disputa ideológica que contaminou a corrida para obter uma vacina contra a covid-19. O governador de São Paulo, João Doria, promete anunciar na segunda-feira um programa de vacinação estadual para o imunizante que a chinesa Sinovac desenvolve com o Instituto Butantan. A questão é que ainda faltam muitas peças neste xadrez científico e geopolítico da vacina, e não só no Brasil. A própria China ainda corre para anunciar nas próximas semanas que já estão prontas para uso os quatro fármacos que desenvolve, entre elas a da Sinovac, em meio às revelações de que a empresa já pagou propina no passado para acelerar o processo de licenciamento dos fármacos. Enquanto isso, o laboratório Pfizer e a empresa alemã BioNTech anunciaram nesta quinta-feira que reduzirão pela metade a sua produção de vacinas contra a covid-19 neste mês por falta de insumos. Em Brasília, os holofotes se voltam ao Supremo Tribunal Federal, que começou a julgar nesta sexta-feira a possibilidade de autorizar candidaturas de Rodrigo Maia e de Davi Alcolumbre à reeleição para o comando da Câmara dos Deputados e do Senado, respectivamente. Já há o voto de quatro ministros para deixar a via livre a Maia e Alcolumbre, uma manobra com efeitos políticos sobre o destino do final do mandato de Jair Bolsonaro. Para ler com calma, uma crônica da colunista Rosa Montero sobre agendas e tempo desperdiçado. "É muito difícil, eu sei, mas em travessias ruins, como esta, temos que tentar fazer de cada dia uma obra de arte", escreve. A escritora e jornalista espanhola lança no Brasil o livro 'Nós, mulheres' (Todavia), sobre mulheres que tiveram seus talentos sufocados e menosprezados ao longo da história. Leia a introdução da obra.
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