CAPA – Manchete principal: *”Ignorado pela Índia, Brasil apela à China para receber vacina”* EDITORIAL DA FOLHA - *”Pazuello e as Forças”*: Desgastadas após 21 anos de gestão ditatorial com término em ruína, as Forças Armadas brasileiras se recolheram aos quartéis em 1985. Não foi processo simples, nem sem intercorrências, mas pode-se dizer que bem-sucedido ao fim. Novas gerações de oficiais se formaram sob a égide da Constituição de 1988 e de sua missão de defendê-la, não contra inimigos imaginários convenientes a ardis políticos num país com não poucas quarteladas em seu passado. Podem-se detectar sinais de abalo nesse cenário nas jornadas de 2013, quando veio à tona, em proporções imprevisíveis, a insatisfação popular com o establishment. A onda antipolítica ganharia força com os escândalos revelados pela Lava Jato e o desgaste terminal do governo Dilma Rousseff (PT), e em 2018 venceria as eleições, com a bênção tácita da cúpula do serviço ativo, um capitão reformado famoso por sua indisciplina. Já se notava maior presença e influência de militares no breve governo de Michel Temer (MDB). Já sob Jair Bolsonaro, a ocupação se conta em milhares de cargos civis comissionados e 9, entre 23, ministros oriundos desse meio. Tal demasia hoje representa embaraço para as próprias Forças Armadas. O fiasco na pandemia agravou esse quadro. O incômodo mais óbvio se dá com um general da ativa, Eduardo Pazuello, colocado na pasta da Saúde por servilismo à ignorância truculenta do mandatário —à qual acrescenta sua completa incompetência para a função. Questionado quanto a sua omissão na tragédia da falta de oxigênio em Manaus, flagrado em declaração falsa sobre a posse de vacinas, sócio da incúria bolsonarista no combate ao coronavírus, Pazuello, conforme se noticia, gera preocupação entre militares de alta patente com a imagem do Exército. Como se não bastasse, Bolsonaro voltou a encenar o papel de vivandeira-mor da nação, ao afirmar que “quem decide se um povo vai viver na democracia ou na ditadura são as Forças Armadas”. Trata-se de distorção recorrente e grosseira do artigo 142 da Constituição, que simplesmente menciona a missão de garantir a lei e a ordem. São exemplos de sobra a demonstrar a conveniência de estabelecer limites à participação de fardados em postos civis da administração pública. Como já defendeu esta Folha, deve haver veto quase integral em se tratando de militares da ativa, admitindo-se reservistas com notória qualificação para o cargo. Seria um desejável aperfeiçoamento institucional, compatível com as melhores práticas democráticas. As Forças Armadas são entes de Estado, cujas atribuições constitucionais —as verdadeiras— não se confundem com os interesses do governo de turno. RUY CASTRO - *”Lambanças de Bolsonaro e Pazuello”*: Se Jair Bolsonaro fosse presidente durante a 2ª Guerra e Eduardo Pazuello seu chefe do Estado Maior, os pracinhas mandados pelo Brasil para lutar na Itália teriam ido parar no Congo Belga. Ou a FEB só desembarcaria no famoso teatro de operações depois de a peça terminada —com o que, sob Bolsonaro e Pazuello, o Brasil teria sido protagonista de uma ópera-bufa, não de uma saga de que os militares tanto se orgulham. É como combatem a pandemia. Mas não são só as trapalhadas. Bolsonaro e Pazuello não gostam de máscaras, e com razão. Elas são desconfortáveis para seus narizes de Pinóquio, mais compridos do que as pernas —suas mentiras têm pernas tão curtas que, todo dia, eles são obrigados a desdizer-se e a negar não só as frases da véspera como suas próprias negações. O que, para eles, não é difícil, porque, sendo Pinocchio um boneco de pau, o nariz e a cara também são. Como a inteligência militar é binária —uns mandam, outros obedecem, segundo o categórico Pazuello—, é natural que as Forças Armadas assistam sem tugir ou mugir às grandes lambanças em curso pelo seu chefe supremo e pelo mamulengo que ele nomeou para um cargo-chave. Mas, neste momento, é irresistível perguntar o que estarão achando de Bolsonaro agarrar-se desesperadamente a um produto que ele não queria, repudiou e quase proibiu —a vacina, e logo a do Butantan—, e de depender da condescendência da China, país que ele e seus dementes levaram dois anos agredindo. Bolsonaro e Pazuello deixam muito mal o conceito que os militares fazem de si mesmos —conceito que, aos olhos deles, os torna tão superiores a nós, paisanos, em competência e lealdade. Com aqueles dois como modelo, como sustentar tal ilusão? A competência é essa que está aí. Quanto à lealdade, logo veremos Bolsonaro passar sua culpa adiante e jogar o patético Pazuello na fogueira. É rapidinho. PAINEL - *”Após novas falhas do governo Bolsonaro, governadores se articulam para ter vacina por conta própria”*: As sucessivas falhas do governo Jair Bolsonaro no planejamento nacional de vacinação contra o coronavírus fizeram governadores retomar articulações para buscar saídas que não dependam do governo federal. Querem saber por escrito de Eduardo Pazuello (Saúde) qual é o teto de vacinas que pretende comprar, dando liberdade para que possam correr por fora. Nos bastidores, governadores negociam diretamente com laboratórios, mas não conseguem concretizar as aquisições. No ano passado, a postura negacionista do governo já tinha levado estados a buscar alternativas. Em outubro, no entanto, Pazuello apareceu e deu declaração assertiva de que o ministério compraria todas as vacinas que fossem aprovadas pela Anvisa, o que deu certa tranquilidade aos gestores. O fracasso do voo para a Índia, as promessas em vão e os problemas diplomáticos com a China tiraram de novo as esperanças. Nos bastidores, governadores relatam que têm tentado fazer as compras, mas os fornecedores estão cobrando valores muito altos ou querendo vender em quantidades muito grandes, inviabilizando as aquisições, por ora. A ideia de ter por escrito o número máximo de vacinas que o governo pretende comprar é para os estados terem um documento para convencer as fornecedoras a fazerem vendas individuais. PAINEL - *”Bolsonaro e Ministério da Saúde mantêm apoio a remédios sem eficácia contra Covid-19”*: Bolsonaro e o Ministério da Saúde não recuaram no apoio a remédios sem eficácia, como hidroxicloroquina e ivermectina. O presidente mantém nas redes sociais fotos e vídeos em apoio ao que chama de “tratamento precoce”, ao passo que a página oficial do Ministério da Saúde não apagou seu guia de tratamento de pacientes com coronavírus, que inclui esses fármacos. PAINEL - *”CBF adota silêncio após polêmica de Bolsonaro com Enem e futebol feminino”*: A CBF decidiu não se pronunciar sobre a declaração de Bolsonaro, que chamou de “ridícula” a questão do Enem sobre diferença salarial de Neymar e Marta porque, segundo ele, o “futebol feminino ainda não é uma realidade no Brasil.” Procurada pelo Painel, a ex-jogadora Aline Pellegrino, coordenadora de competições femininas da entidade, encaminhou a solicitação para a assessoria, que, por sua vez, disse que não se manifestaria. PAINEL - *”FHC diz a tucanos que voto em Lira significa adeus às expectativas de ganhar as próximas eleições”*: O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deu puxão de orelha nos deputados do PSDB que têm manifestado intenção de votar em Arthur Lira (PP-AL), candidato de Jair Bolsonaro, nas eleições para a presidência da Câmara. O partido faz parte do bloco de apoio a Baleia Rossi (MDB-SP), lançado por Rodrigo Maia (DEM-RJ), mas parte da bancada de 33 parlamentares tem indicado que pode não seguir a decisão partidária. Fernando Henrique pediu a um ex-deputado que postasse sua mensagem no grupo de WhatsApp dos parlamentares tucanos, o que foi feito. "Transmita à bancada meu sentimento: ou mostramos força e independência apoiando claramente o Baleia ou adeus às expectativas de sermos capazes de obter alianças e ganhar as próximas eleições. Se há algo que ainda marca o PSDB é a confiança que ele é capaz de manter e expressar. Quem segue a vida política estará olhando, que ninguém se iluda". PAINEL - *”Ex-ministro de FHC, Barjas Negri será subsecretário de gestão Doria”* PAINEL - *”Alvo de impeachment em 1992, Collor ironiza nas redes sociais: 'Sensação incrível'”*: O senador Fernando Collor (Pros-AL) entrou na onda do perguntas e respostas do Instagram e recebeu questões sobre sua passagem pela presidência. Sobre ter sido alvo de impeachment, disse ironicamente que foi “muito bom. Sensação incrível”. Questionado a respeito de uma compra da qual se arrependeu, respondeu: “Um Fiat Elba.” *”Fracasso na guerra da vacina faz até centrão falar de impeachment de Bolsonaro”* - A debacle do governo Jair Bolsonaro na chamada "guerra da vacina" contra o governador João Doria (PSDB-SP) fez com que a palavra impeachment deixasse de ser uma exclusividade de discursos públicos da oposição. Líderes de partidos centristas, inclusive do centrão que sustenta o presidente no Congresso, passaram a discutir com desenvoltura o tema. O "isso não tem chance de acontecer" deu lugar a um cauteloso "olha, depende" nas conversas. Nos últimos dias, a Folha ouviu uma dezena de políticos de diversas colorações centristas, privilegiando nomes associados ao governo Bolsonaro. Apoiadores de Doria, tucanos históricos com horror a Lira ou oposicionistas puro-sangue, por exemplo, ficaram de fora da enquete informal. Obviamente isso não significa que o presidente está sob risco imediato, mas o horizonte que havia desanuviado para ele a partir da prisão de Fabrício Queiroz em 18 de junho de 2020 voltou a ter nuvens carregadas. Naquele momento, a tensão institucional promovida por Bolsonaro contra o Supremo e o Congresso havia chegado a um paroxismo, mas a prisão do ex-assessor de sua família o fez mudar o cálculo: retraiu-se um tanto e compôs abertamente com o centrão e outros partidos das redondezas. Se Bolsonaro já voltou a ser Bolsonaro em suas declarações, sua aliança com o centrão está guiando sua batalha para tomar o controle da Câmara, após cinco anos de reinado de Rodrigo Maia (DEM-RJ). A disputa lá é mais central do que no Senado, onde emerge com força Rodrigo Pacheco (DEM-MG), pela prerrogativa de abertura de processos de impeachment do presidente da Câmara. Um aliado pontual que deixa a cadeira semana que vem como inimigo, Maia tenta emplacar Baleia Rossi (MDB-SP) em seu lugar. Bolsonaro aposta tudo em Arthur Lira (PP-AL). O senso comum de que Lira barraria qualquer tentativa de remover o presidente predomina, mas três presidentes de partidos de centro (um deles do centrão) optam por uma tese contraintuitiva. Segundo eles, o que vale é o "olha, depende". No caso, da evolução do azedume popular contra Bolsonaro por sua gestão considerada desastrosa mesmo entre aliados próximos na pandemia. Apoiadores de Baleia Rossi dizem que isso é apenas um jogo de palavras para ganhar votos de deputados tentados a trair a orientação de seus partidos. Hoje, ambos os lados contabilizam cerca de 200 votos para cada lado. Um presidente de sigla centrista faz uma aposta sobre traições: prevê que o PT dará 20 dos seus 52 votos a Lira, o PSB, 20 de 30 e o DEM, 20 de 29. Isso fora os 36 nomes do PSL que já disseram que vão de Lira. Se tudo isso acontecer, o bolsonarista levaria com quase 300 votos, bem acima dos 257 necessários. Mas isso não é um jogo jogado. Para um líder de bancada do centrão, Baleia é tão perigoso ou inofensivo para Bolsonaro quanto Lira. Ele se ampara no fato de que o emedebista sofre influência direta do ex-presidente Michel Temer (MDB), que edificou uma relação próxima com o seu sucessor. Ele afirma, portanto, que qualquer um dos dois não irá pautar um impeachment exceto que haja uma virada brutal de popularidade contra Bolsonaro. Ninguém impede alguém com 35% de aprovação, argumenta. A lógica inversa, contudo, segue valendo: um derretimento do presidente não teria nem em Lira, nem Baleia um porto seguro contra um processo. A perda da primazia sobre a vacina, simbolizada no fato de que foi obrigado a usar a Coronavac promovida por Doria como única opção para iniciar a campanha de imunização do país, coroou a tragédia sanitária. Mas a corrosão apontada por esses aliados é ainda mais grave devido ao caos na saúde em Manaus, que periga ser repetido em outros estados, com sinais claros de omissão federal. Crianças sob risco, como disse sem ironia visível um tucano simpático ao governo, ninguém tolera. A tudo isso se soma a incerteza acerca da economia, já que o fim do auxílio emergencial em 31 de dezembro não foi preenchido por nada, e a sensação de inação por parte do Ministério da Economia é citada por todos os entrevistados. Sem a ajuda, pessoas irão voltar a procurar trabalho, provavelmente elevando as estatísticas de desemprego. É, nas palavras de um cacique do Republicanos, um caldo tóxico. A decoração do prato vem na forma da crise dupla vivida na área externa, com a queda em desgraça do ídolo de Bolsonaro, o americano Donald Trump, e a sensação de que a China produtora de insumos das vacinas a serem usadas no Brasil não vai esquecer tão cedo as grosserias da família Bolsonaro. São apenas os dois maiores parceiros comerciais do país, de quebra, com governos hostis ao Planalto. Os primeiros sinais de perda de vitalidade na popularidade em redes sociais já são visíveis, com a previsível ascensão de Doria. Na vida real, pesquisas internas de partidos também apontam um aumento do mau humor com o governo, principalmente em centros urbanos. No Palácio do Planalto, auxiliares do presidente já precificaram essa queda nos próximos meses. Mas apostam que o eventual sucesso do programa de imunização acabará se revertendo na conta de Bolsonaro, pois no Brasil quase tudo volta para o Executivo federal. Ainda assim, a ordem lá é fazer de tudo para eleger Lira, que consideram mais confiável que Baleia. O emedebista, em que pese seu laço com Temer, teve o nome fomentado desde o ano passado pro Maia e Doria, numa triangulação que passou pela inserção do MDB na vice de Bruno Covas em São Paulo, entre outros movimentos. *”'Não vou dizer que sou excelente presidente', diz Bolsonaro, sob pressão de vacina e de ofensiva pró-impeachment”* - Em meio a críticas sobre a atuação do governo federal na pandemia da Covid-19 e após o governador João Doria (PSDB) ter protagonizado o início da vacinação no Brasil, Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira (19) não poder dizer que é um "excelente presidente", mas fez uma contraposição com administrações anteriores. "Não vou dizer que sou um excelente presidente, mas tem muita gente querendo voltar o que eram os anteriores, reparou? É impressionante, estão com saudades de uma [...]", disse o presidente, em conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada. A fala do presidente foi transmitida por um site bolsonarista e ocorre também em meio a uma ofensiva de campanhas de opositores a favor do impeachment de Bolsonaro, impulsionadas pelo colapso da saúde em Manaus e pela reação negativa em relação ao início da vacinação no país. Diante do desgaste do governo, Bolsonaro acenou para sua base ideológica na segunda (18) dizendo que “quem decide se um povo vai viver na democracia ou na ditadura são as suas Forças Armadas”. Nesta terça, na breve interação com apoiadores, Bolsonaro também disse estar "cumprindo missão" à frente do governo. O presidente está sob forte pressão com o avanço do coronavírus no Brasil e a eclosão, na semana passada, de uma situação crítica em Manaus após o esgotamento dos estoques de oxigênio. Bolsonaro ainda sofreu uma derrota política no fim de semana, após ver fracassar a tentativa do governo federal de importar um lote de 2 milhões de vacinas da Oxford/AstraZeneca na Índia. Com isso, o pontapé da imunização no Brasil foi protagonizada por Doria, visto como adversário político pelo Palácio do Planalto e provável adversário em 2022. Além de Doria ter protagonizado o ato simbólico de vacinação da primeira brasileira, o Ministério da Saúde só tem no momento doses da Coronavac para distribuir aos estados. Desenvolvida por uma farmacêutica chinesa em parceria com o Instituto Butantan, a Coronavac esteve no centro da chamada "guerra da vacina" entre Doria e Bolsonaro. Bolsonaro já se referiu ao imunizante como "vacina chinesa" e prometeu que ela não seria comprada pelo Ministério da Saúde. A pasta acabou firmando contrato para a compra de 100 milhões de doses da vacina do Butantan. Nos últimos dias, movimentos como o Vem Pra Rua e o MBL (Movimento Brasil Livre), que encabeçaram as manifestações pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), reforçaram pressão pela saída de Bolsonaro. Nomes da política à direita e à esquerda, como João Amoêdo (Novo) e Fernando Haddad (PT), também aderiram à campanha pelo impeachment nas redes sociais. Ainda nesta terça (19), o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, comentou declarações de Bolsonaro do dia anterior, quando condicionou a democracia a uma vontade dos militares. Mourão afirmou que as Forças Armadas no Brasil estão totalmente despolitizadas e "não comprometidas com nenhum projeto ideológico." "O presidente [Bolsonaro] já tocou nesse assunto várias vezes, é óbvio .Se você tiver Forças Armadas indisciplinadas ou comprometidas com projetos ideológicos, a democracia fica comprometida. Não é o caso aqui no Brasil, obviamente. Mas nós temos o nosso vizinho aí, a Venezuela, que vive uma situação dessas", disse. *”Bolsonaro, que apoia Lira, pregava independência do governo quando concorreu ao comando da Câmara”* *”Tebet se alinha a Baleia e adota discurso anti-Bolsonaro para MDB tentar conquistar Senado e Câmara”* *”Lira amplia apoio no PSL, e Maia tenta reverter desembarque do partido do bloco de Baleia”* CONRADO HÜBNER MENDES - *”Impeachment Pró-Vida”* *”Presidente da Assembleia de Santa Catarina é preso em operação da PF”* - O presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, deputado Julio Garcia (PSD), foi preso nesta terça-feira (19) na segunda fase da Operação Alcatraz, que apura desvios de verbas em contratos de gestões anteriores do governo estadual. Segundo a assessoria do parlamentar, ele foi levado pela Polícia Federal para prestar esclarecimentos, quando teve a prisão decretada. Como ele tem mais de 70 anos, a prisão foi convertida em domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica. Ainda de acordo com a assessoria, o advogado do deputado só vai se pronunciar quando tiver completo acesso aos autos e aos motivos da detenção. Nesta fase da operação, denominada Hemorragia, a Justiça Federal emitiu, ao todo, 11 mandados de prisão preventiva, nove de prisão temporária, além de 34 mandados de busca e apreensão, nas cidades de Florianópolis, Joinville, Biguaçu e Xanxerê. O Ministério Público Federal, que conduz as investigações juntamente com a PF, não confirmou os nomes dos envolvidos. Segundo o órgão, a Justiça também autorizou o bloqueio de valores e imóveis de 17 investigados e 14 empresas supostamente envolvidas nas fraudes e desvios. Outros 14 veículos, vários classificados como de luxo, foram apreendidos. A Justiça determinou ainda o sequestro de sete imóveis, entre apartamentos, terrenos, casas e vagas em garagem, que estavam em nome de familiares ou empresas relacionadas a um dos suspeitos e de dois veículos por ele utilizados. A investigação teve início em julho de 2018, a partir da constatação de sonegação de impostos com indícios de desvios de verbas públicas apontados pela Receita Federal. O MPF afirma que este “representa o maior esforço de combate à corrupção já ocorrido” em Santa Catarina. As suspeitas envolvem principalmente a empresa responsável pela gestão do plano de saúde dos servidores estaduais e empresas da área de tecnologia da informação. Por meio de nota, a Secretaria de Administração de Santa Catarina informou que enviou ofício à PF solicitando mais informações sobre os processos em curso e que outras medidas “somente poderão ser adotadas após ciência concreta da situação”. A investigação apura supostos desvios em contratos de gestões anteriores do governo estadual, entre os anos de 2006 e 2018, firmados por diversas secretarias, principalmente pela pasta da saúde, empresas estatais (Casan, Celesc e Epagri) e pela Assembleia Legislativa. Em oito anos, entre 2011 e 2019, os contratos da área da saúde envolveram cerca de R$ 400 milhões. Deste valor, segundo o MPF, ao menos R$ 66,5 milhões foram desviados e pagos em propina para agentes públicos. Já uma das empresas de tecnologia da informação recebeu aproximadamente R$ 76,4 milhões em dez anos, entre 2009 e 2019, e teria desviado ao menos R$ 26 milhões para pagar propina. As licitações e contratos foram analisados por técnicos do Ministério Público de Contas de Santa Catarina, que cruzaram os dados com elementos obtidos pela Operação Alcatraz. O esquema, conforme o apurado, envolvida fraude e direcionamento de licitações para as empresas previamente escolhidas. As contratações também eram prorrogadas indevidamente, segundo o MPF, beneficiando os investigados. Os agentes políticos lideravam o esquema, de acordo com o MPF, ou indicavam servidores públicos e/ou apadrinhados para cargos estratégicos para poder interferir nas licitações. O desvio de verbas era acobertado por meio de empresas de fachada, contratações fictícias e “volumosos” saques de dinheiro em espécie, segundo a investigação. Segundo Rodrigo Muller, chefe da Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros da Polícia Federal de Santa Catarina, integrantes do primeiro escalão de governos anteriores atuavam no esquema. Este é o quinto mandato de Garcia na Assembleia catarinense. Ele também já foi conselheiro do Tribunal de Contas do estado. Em setembro do ano passado, ele e outras cinco pessoas foram denunciadas pelo MPF por lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Alcatraz. Na ocasião, a defesa dele afirmou “que a denúncia é especulativa e baseada em suposições”. ELIO GASPARI - *”Se o governo brasileiro seguir na sua realidade paralela, ficará falando sozinho”* *”Parceria da Folha e do Google indexa 2,5 milhões de fotografias”* HUMANOS DA FOLHA - *”Apaixonado por cinema, seu Issa foi um precursor dos anúncios de filme no jornal”* *”Biden toma posse como presidente dos EUA em meio a crises sanitária e de segurança”* *”Veja como será a cerimônia de posse de Joe Biden e Kamala Harris nos EUA”* *”Remoção de 12 agentes da posse de Biden expõe tensão aguda em torno de cerimônia”* *”Biden lidará com Congresso mais diverso e mais polarizado dentro dos partidos”* *”Quem é quem no alto escalão do gabinete indicado por Joe Biden”* *”Na véspera da posse, Biden homenageia vítimas de Covid e fala em 'curar o país'”* ANÁLISE - *”Biden assume com oposição inédita de mídia conservadora e extremista”* TODA MÍDIA - *”EUA de Biden começam a se ajustar à ascensão da China”* *”Em discurso de despedida, Trump projeta avanço do 'movimento que iniciamos'”* *”Líder republicano do Senado dos EUA diz que Trump provocou invasão do Congresso”* *”Em audiência de confirmação, nome de Biden para secretaria de Estado reafirma discurso anti-China”* *”Erros, inovação e gestos espontâneos marcam história das posses nos EUA”* *”Equipe econômica teme avanço da Covid, mas avalia que atual cenário não exige auxílio emergencial”* *”Piora na pandemia prejudica retomada do setor de serviços”* PAINEL S.A. - *”Comércio Brasil-EUA cai em 2020, e recuperação depende de efeito da vacinação”* PAINEL S.A. - *”Belém prevê renda de até R$ 450 para mais vulneráveis a partir de março”*: A prefeitura de Belém prevê iniciar o pagamento da renda mensal de até R$ 450 ao mês para famílias vulneráveis a partir de março. Inicialmente, serão atendidas 9 mil famílias monoparentais chefiadas por mulheres e que não tenham outros auxílios. A iniciativa foi uma promessa da campanha do prefeito Edmilson Rodrigues (PSOL) e será realizada com o governo estadual do Pará. PAINEL S.A. - *”Centrais sindicais vão apoiar socorro venezuelano a Manaus”*: Centrais Sindicais fecharam acordo nesta terça-feira (19) com o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, para apoiar o envio de oxigênio do país vizinho a Manaus. Os trabalhadores ofereceram mão de obra e peças de reposição para caminhões. A manutenção dos veículos desafia os venezuelanos em razão da escassez de produtos no mercado local. A iniciativa é encabeçada pela CUT e pela Força Sindical.
PAINEL S.A. - *”Entregadores de aplicativo querem nova paralisação em março”* PAINEL S.A. - *”Oferta de ovos foi a mais afetada nos supermercados em 2020”* ENTREVISTA - *”Com vacina, consumidor vai voltar a fazer compra por impulso, diz presidente da Mondial”* *”Serviços de voos fretados com UTI têm fila de espera de dois dias em Manaus”* *”Todas as marcas e fábricas terão chance, diz presidente da Stellantis”* *”Parcerias e aportes em startups fomentam setor de veículos elétricos e autônomos”* - Duas startups de carros elétricos receberam grandes aportes nesta terça-feira (19). A startup norte-americana de carregamento de veículos elétricos Volta anunciou ter levantado US$ 125 milhões (R$ 670 milhões) de investidores, o que elevou o financiamento total para a empresa para mais de US$ 200 milhões (R$ 1,07 bilhão). Além dela, a Rivian, startup de veículos elétricos apoiada pela Amazon e pela Forde anunciou uma rodada de investimentos de US$ 2,65 bilhões (R$ 14 bilhões) liderada pela T. Rowe Price. A Volta está aproveitando o entusiasmo dos investidores por veículos elétricos e negócios relacionados. A onda impulsionou o valor da líder do setor, Tesla, para perto de US$ 800 bilhões (R$ 4,2 trilhões) e da recém-chegada chinesa Nio para quase US$ 90 bilhões (R$ 481 bilhões). Fundada em 2010, a Volta foi financiada por uma ampla gama de investidores privados e corporativos, incluindo SK Innovation, da Coreia do Sul, e o grupo petrolífero francês Total. Entre os principais concorrentes da startup está a ChargePoint, que captou quase US$ 1 bilhão (R$ 5,35 bilhões) e aceitou abrir o capital numa fusão reversa com a Switchback Energy Acquisition. Os investidores da Chargepoint incluem Daimler, Chevron e Siemens. Já a Rivian, que pretende iniciar a produção de uma picape elétrica e um SUV ainda neste ano, disse que captou US$ 8 bilhões (R$ 42,81 bilhões) desde o início de 2019. A nova avaliação da empresa da Califórnia com este último investimento é de US$ 27,6 bilhões (R$ 147 bilhões), de acordo com uma pessoa familiarizada com as finanças da startup. "Este é um ano crítico para nós, pois estamos lançando a R1T (picape), o R1S (SUV) e os veículos comerciais de entrega da Amazon", disse o presidente-executivo R.J. Scaringe em comunicado. "O apoio e a confiança de nossos investidores nos permitem manter o foco nesses lançamentos e, ao mesmo tempo, expandir nossos negócios para o próximo estágio de crescimento." A Rivian disse que as entregas de picapes começarão em junho, enquanto as de SUVs começarão em agosto. As edições de lançamento dos veículos custam de US$ 75 mil (R$ 401 mil) a US$ 77.500 (R$ 414 mil), respectivamente, com autonomia de 480 quilômetros para ambos. A Amazon encomendou 100 mil vans elétricas da Rivian. Os primeiros veículos entram em produção na fábrica da Rivian em Illinois no final de 2021, com todas as entregas a serem concluídas até 2024. A rodada de financiamento também incluiu investimentos da Fidelity Management, do Climate Pledge Fund da Amazon, da Coatue e da D1 Capital Partners. Vários outros investidores existentes e novos também participaram. Outros investidores anteriores na Rivian incluem o Soros Fund Management, a BlackRock e a distribuidora automotiva saudita Abdul Latif Jameel. Também nesta terça, a montadora de veículos autônomos Cruise e sua acionista majoritária General Motors disseram que formarão uma parceria com a Microsoft para acelerar a comercialização de veículos sem motorista. A Microsoft se juntará à GM, Honda Motor e investidores institucionais num investimento de mais de US$ 2 bilhões (R$ 10,7 bilhões) na Cruise, elevando a avaliação da startup para US$ 30 bilhões (R$ 160,5). As ações da GM continuaram seu recente movimento de alta, subindo 8,2% logo após a abertura dos mercados dos EUA.O novo investimento coloca a Cruise na vanguarda das empresas que desenvolvem tecnologia e veículos autônomos. A Waymo, a empresa autônoma controlada pela Alphabet, é avaliada em pouco mais de US$ 30 bilhões (R$ 160,5), de acordo com o site de investidores PitchBook. A Argo AI, startup autônoma apoiada pela Ford e pela Volkswagen AG, tem avaliação de US$ 7,25 bilhões (R$ 38,8 bilhões). A Cruise usará a Azure, plataforma de computação em nuvem da Microsoft, para seus veículos autônomos. Outras montadoras, incluindo Volkswagen e Toyota Motor, usam a Azure para outras operações e serviços. A GM trabalhará com a Microsoft para acelerar iniciativas de digitalização da montadora, incluindo inteligência artificial, e explorar oportunidades para agilizar as operações em cadeias de suprimentos digitais e lançar mais serviços como robotáxis e entregas de última milha. *”Banco Inter lidera reclamações no país, diz BC”* HELIO BELTRÃO - *”Todas as vacinas importam”* *”Alvejada por Trump, OMC deve ter alívio simbólico com Biden”* *”Futura secretária do Tesouro dos EUA defende mais gastos; dívida terá que esperar”* *”Netflix ultrapassa marca de 200 milhões de assinantes”* *”Investimento em startups bate recordes e venture capital se consolida como opção”* *”Auxiliares de Bolsonaro bombardeiam Ernesto por impasses com China e Índia”* - O atraso na operação de envio de um avião para recolher vacinas na Índia e o risco de adiamento da produção de imunizantes no Brasil diante de travas impostas pela China para a exportação de insumos desencadearam um bombardeio de críticas ao chanceler Ernesto Araújo, que tem sido apontado por auxiliares do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como corresponsável por episódios considerados vexames diplomáticos para o Brasil. Segundo auxiliares de Bolsonaro, que falaram sob condição de anonimato, a área de relações exteriores contribuiu para a derrota política de peso sofrida pelo Palácio do Planalto no fim de semana: o protagonismo praticamente isolado do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), no início da vacinação no Brasil. O governo vinha tentando antecipar desde dezembro um lote de 2 milhões de doses da vacina Oxford/AstraZeneca produzidas em um laboratório indiano. O objetivo era que as doses fossem usadas para dar o pontapé na campanha de vacinação no Brasil. Uma cerimônia no Planalto estava sendo preparada para a ocasião. Ao longo de semanas, Araújo coordenou esforços para conseguir a liberação da carga a tempo de garantir o cronograma desejado pelo Planalto, mas não houve êxito e, até o momento, não há prazo para que isso ocorra. Em uma entrevista na segunda-feira (18), o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, chegou a mencionar o fuso horário como uma das dificuldades diplomáticas –Nova Déli está oito horas e meia à frente do Brasil. Foram várias as gestões diplomáticas. Bolsonaro enviou uma carta ao premiê Narendra Modi em 8 de janeiro pedindo urgência na concessão da autorização e, dias depois, Araújo telefonou para seu contraparte no país asiático, Subrahmanyam Jaishankar. Na segunda (18), Bolsonaro recebeu no Palácio do Planalto o embaixador da Índia, Suresh Reddy, em novo apelo, mas, segundo Pazuello, a previsão seguia em um inconclusivo "deverá ser resolvido nos próximos dias desta semana". A principal crítica contra Araújo é que ele deveria ter sido claro sobre as dificuldades políticas para que a Índia desse luz verde para a venda, uma vez que Nova Déli não quis possibilitar a venda antes de iniciar a sua própria campanha de vacinação —algo que ocorreu no sábado (16). Além do mais, os indianos estabeleceram um plano que prevê o envio de doses primeiro para nações vizinhas (Butão, Maldivas, Bangladesh, Nepal, Mianmar e Seychelles). O comunicado divulgado pela chancelaria indiana não cita o Brasil. Interlocutores no Itamaraty próximos a Araújo defendem o chanceler das críticas e dizem que todas as informações foram prestadas. Eles afirmam ainda que o ministério mobilizou esforços, em Brasília e na embaixada em Nova Déli, para tentar viabilizar a entrega. Também alegam que o chanceler sempre defendeu que as conversas com os indianos ocorresse de forma discreta. Pessoas que acompanharam as conversas ressaltaram que a ampla publicidade dada pelo governo —que chegou a adesivar o avião que realizaria a viagem— foram um obstáculo adicional nas negociações. O chanceler de Bolsonaro também virou alvo de queixas diante do risco de o país ver atrasada a produção de vacinas sem a chegada de matéria prima proveniente da China. Tanto o Butantan quanto a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) estão em alerta pelo represamento de insumos para os fármacos promovido pelo governo chinês. Ligado ao governo de São Paulo, o Butantan produz no Brasil a Coronavac, enquanto que a Fiocruz será a responsável por fabricar a Oxford/AstraZeneca. Pazuello e Doria já comentaram publicamente os atrasos e pediram sua liberação. A possibilidade de um impasse que atrase a vacinação no Brasil, particularmente o cronograma da Fiocruz, é visto no Palácio do Planalto como uma nova ameaça de revés para o governo Bolsonaro. E Araújo também virou vidraça de membros do governo que advogam por uma menor carga ideológica na condução da política externa do país. Eles se queixam que os constantes embates com a China criaram dificuldades de interlocução num momento em que o país depende da boa vontade de Pequim. O problema é que a retórica anti-China no governo vai além do chanceler: foi adotada pelo filho do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), e pelo próprio mandatário. O ano passado foi marcado por embates entre autoridades do governo Bolsonaro, entre elas Araújo e o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub e o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming. Numa das trocas de críticas públicas entre o embaixador e Eduardo, Araújo saiu em defesa do filho de Bolsonaro e classificou a reação do chinês como desproporcional. Interlocutores consultados pela Folha dizem que a relação de Araújo com o embaixador chinês é péssima e que o diálogo do Itamaraty com a missão diplomática em Brasília está interditado. Outros membros do governo, como a ministra Tereza Cristina (Agricultura) e o vice-presidente Hamilton Mourão, têm bom trânsito com os representantes da China no Brasil, mas a falta de um canal desobstruído com o ministério das Relações Exteriores é considerado um fator que dificulta a comunicação. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tem encontro com o diplomata chinês nesta quarta-feira (20) para tentar desembaraçar as negociações. Diplomatas ouvidos pela reportagem disseram que não é possível determinar se as dificuldades para a autorização dos insumos são uma resposta às declarações anti-China do governo Bolsonaro. Mas destacaram que é inquestionável que o atual clima político “no mínimo” não ajuda nas conversas. Pessoas próximas ao chanceler rebatem as críticas e afirmam que a situação com a matéria prima das vacinas é uma questão comercial, de excesso de demanda. Dizem que a situação política não interfere nas conversas e que o Itamaraty trabalha para garantir os insumos tanto para o Butantan quanto para a Fiocruz. No Planalto, a avaliação é que a derrota política de Bolsonaro para Doria será ainda maior caso o governo de São Paulo consiga agilizar o envio dos insumos para a produção da Coronavac e a Fiocruz continue enfrentando dificuldades. Esse cenário, dizem, tende a aumentar o protagonismo de Doria no processo de vacinação no Brasil. Nesta terça, em Ribeirão Preto (SP), o tucano não poupou críticas ao governo Bolsonaro. Ele atacou o fato de Bolsonaro ter colocado em dúvida a qualidade e a eficácia da Coronavac e lembrou que, até o momento, esta é a única vacina disponível no Brasil contra a Covid-19. “Onde estão as outras vacinas? Será que mais uma vez, além de falta de seringas, agulhas, falta de logística, testes desperdiçados com prazo vencido... Até quando vamos ter a incompetência do governo federal diante de uma pandemia que já levou a vida de mais de 215 mil brasileiros?", questionou. *”Índia anuncia exportação de vacina para 6 países; Brasil fica de fora”* *”Pandemia em 2021 pode ser pior do que em 2020, diz dirigente do Instituto Butantan”* - O diretor do Instituto do Butantan, Dimas Covas, vê a possibilidade de a pandemia ser pior em 2021 do que foi em 2020, caso não sejam empregadas medidas para reduzir os casos e aumente a compra de vacinas o quanto antes. Covas também disse ver como inevitável a mudança para a bandeira vermelha em São Paulo, que tem medidas mais drásticas de isolamento social. Ele criticou a atuação do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) no combate ao coronavírus. Segundo Covas, o Ministério da Saúde não comprou doses suficientes da Coronavac. As afirmações foram ditas em transmissão fechada da XP Investimentos na manhã desta terça-feira (19). O evento foi destinado a clientes institucionais da XP, como bancos, gestoras e corretoras e faz parte de uma série de lives que a corretora organiza regularmente com temas que afetam o mercado financeiro. Segundo pessoas do mercado, Covas também disse que vê como inevitável a mudança para bandeira vermelha em São Paulo, que representa risco alto para Covid-19. O governo paulista criou cinco fases para classificar o nível de quarentena dentro da estratégia para conter a disseminação do coronavírus. A vermelha é a mais rígida, seguida de laranja, amarela, verde e azul, nesta ordem. As falas de Covas teriam preocupado os ouvintes. Um aumento nas restrições é temido pelo mercado, pois teria um grande impacto na economia, especialmente no setor de serviços, que responde por cerca de 70% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. De acordo com o último balanço estadual, feito na sexta(15), a região metropolitana de São Paulo está na fase amarela do Plano São Paulo e a única região na fase vermelha é Marília. As declarações de Covas foram antecipadas pelo Valor Econômico e confirmadas pela Folha. Procurada, a XP não quis comentar. *”Fiocruz diz que só deve entregar primeiras doses da vacina em março”* *”Empresário bolsonarista Luciano Hang tem diagnóstico de Covid-19 e se interna em hospital de SP”* ENTREVISTA - *”Anvisa não fará retrabalho ao avaliar novo pedido de mais doses do Butantan, diz gerente”* ESPER KALLÁS - *”Tratamento precoce da Covid-19?”* *”Após primeira foto de vacinação, Doria faz turnê da Coronavac pelo interior de SP”* *”Vacinação para idosos acima de 75 anos só deve começar em 23 de março, diz prefeitura de SP”* *”Cidades do oeste do Pará, divisa com o Amazonas, sofrem com falta de oxigênio”* *”STJ vê possíveis 'ilegalidades' em uso de verbas federais e dá 48 h para autoridades do AM explicarem colapso”* JAIRO MARQUES - *”Prepare o coração, depois o braço”* *”Força Nacional do SUS detectou oxigênio na reserva, leitos fechados por falta do insumo e previu colapso em Manaus”* - A Força Nacional do SUS, convocada pelo ministro da Saúde para atuar em Manaus, detectou dia após dia a evolução da crise de escassez de oxigênio na cidade e registrou em relatórios oficiais o que constatava nos hospitais. Documentos dos dias 8, 9, 11, 12 e 13 registram com detalhes o tamanho do problema, inclusive com previsão exata de quando ocorreria o colapso. Mesmo assim, o Ministério da Saúde providenciou o transporte a Manaus de quantidades bem inferiores de oxigênio, insuficientes para evitar o caos da rede de atendimento a pacientes com Covid-19 no último dia 14. Pessoas morreram asfixiadas nos hospitais. Os relatórios da Força Nacional do SUS constatam o momento em que o oxigênio foi para a reserva nos hospitais; a prática de equipes médicas de não fazerem a medição da saturação de pacientes, para que não se detectasse a necessidade de suprimento de oxigênio, já escasso naquele momento; e o impedimento de abertura de novos leitos no hospital universitário federal por falta do insumo. O ministro da Saúde, o general da ativa Eduardo Pazuello, tem 15 dias para explicar à PGR (Procuradoria-Geral da República) por que houve omissão diante da constatação prévia do problema. Pazuello foi alertado, pelo menos desde o dia 8, em diferentes frentes: pelo governo do Amazonas; pela empresa fornecedora, a White Martins; e até mesmo por uma cunhada em Manaus. Os relatórios da Força Nacional do SUS mostram que o ministro também estava municiado com informações detalhadas de um grupo de técnicos, convocados para atuar em caráter de urgência. Eles percorriam diariamente as unidades de saúde. A Força Nacional existe desde 2011. O decreto que a instituiu diz que o próprio ministro a convoca, para situações de epidemia, por exemplo. O primeiro relatório formulado pela equipe do SUS é do dia 7. No documento seguinte, do dia 8, já há uma anotação sobre a crise do oxigênio. “Foi mudado o foco da reunião, pois foi relatado um colapso dos hospitais e falta da rede de oxigênio”, cita o relatório. O mesmo documento anota que “existe um problema na rede de gás do município que prejudica a pressurização de oxigênio nos hospitais estaduais”. E aponta uma “dificuldade crítica nos respiradores (oxigênio)” dos hospitais que atendem pacientes com Covid-19. A Força Aérea Brasileira já fazia transporte de cilindros, mas em quantidades bem inferiores ao necessário. O material era proveniente de Belém. No dia 9, a Força Nacional do SUS visitou alas do Hospital 28 de Agosto e constatou a dificuldade de fornecedores garantirem o abastecimento de oxigênio. A equipe fez a seguinte anotação: “Estão preferindo não medir a saturação dos pacientes na sala rosa 1, pois, ao medir, vários pacientes precisarão de oxigênio e não terão como suprir a demanda.” O relatório de dois dias depois cita uma reunião em Manaus cuja abertura foi feita pelo ministro da Saúde. “Reunião no CICC (Centro Integrado de Comando e Controle) com abertura do ministro Pazuello, orientando objetividade e resolubilidade da comissão.” O general ficou na cidade até o dia 13. No relatório daquele dia 11, já há o registro de colapso da rede de saúde. E a informação de “exaustão nos hospitais, alas clínicas com superlotação e fornecimento do oxigênio em reserva em todos os hospitais da rede”. A Força Nacional propôs a criação de usinas de oxigênio com urgência. O consumo do insumo já atingia 50 mil m3 naquele dia, segundo o relatório da equipe de profissionais. A quantidade era o dobro da capacidade de produção da empresa fornecedora, a White Martins. Naquele momento, ela já havia avisado o Ministério da Saúde, três dias antes, dessa realidade. “Necessidade de transporte de balas de oxigênio por via aérea, terrestre e fluvial”, foi uma das sugestões de encaminhamento feitas pela Força Nacional do SUS no dia 11. O pico de consumo chegaria ainda a 76 mil m3. No dia 12, o governo passou a culpar a empresa fornecedora. O relatório da Força Nacional registra uma intenção da pasta nesse sentido, manifestada pelo secretário de atenção especializada em saúde do ministério, coronel Luiz Otavio Franco Duarte. Após uma visita ao Hospital Universitário Getúlio Vargas, uma unidade de saúde federal, o secretário teria apontado a “necessidade urgente de autuar a White Martins pela negligência quanto ao abastecimento de oxigênio no estado do AM”. A empresa sempre negou ter sido negligente e disse ter avisado com antecedência tanto o Ministério da Saúde quanto a Secretaria de Saúde do Amazonas. No email que enviou aos dois órgãos, a White Martins chegou a sugerir o nome de uma segunda fornecedora, que poderia ajudar a suprir a demanda, sem que isso significasse uma quebra de contrato, conforme a empresa. O governo ainda discutia, no dia 12, como seria possível fazer chegar mais oxigênio à capital do Amazonas. Uma balsa de Belém a Manaus, por exemplo, levaria seis dias. No dia 13, véspera do colapso dos hospitais, quando pacientes morreram asfixiados, o relatório da Força Nacional do SUS registra a necessidade de 70 mil m3 de oxigênio por dia. “Ainda é necessário contabilizar os novos leitos para atualizar a necessidade diária.” O documento cita que o Ministério da Saúde havia providenciado o transporte de 6 mil m3 por voo, e que seria necessário o deslocamento diário de balsas, e não somente em dias alternados. Dez usinas geradoras só seriam instaladas em quatro dias. “Prioridade ZERO do Estado do Amazonas é a falta de oxigênio. Nível muito crítico”, apontam os técnicos no relatório, em relação ao hospital universitário federal na cidade. Eles previam a necessidade de uma nota técnica, a ser elaborada pela White Martins e pelo estado, para justificar o colapso e a “situação de calamidade”. “O colapso vai acontecer na madrugada de hoje. Não existe O2 para repor durante a madrugada. Todas as médias de projeção foram quebradas hoje durante o dia”, registra o relatório da Força Nacional do SUS. E assim ocorreu, a partir da madrugada do dia 14. MÔNICA BERGAMO - *”Governo Bolsonaro tenta limitar desentendimento com a China a embaixador”*: O governo de Jair Bolsonaro tentava, nesta semana, delimitar seu desentendimento com a China à embaixada do país asiático em Brasília. O argumento, disseminado por ministros do governo, é o de que Bolsonaro tem bom relacionamento com o presidente chinês Xi Jinping. E nada contra a China. Os desentendimentos seriam exclusivamente com o embaixador Yang Wanming. O diplomata é responsabilizado por ter feito postagens duras depois que o filho do presidente, Eduardo Bolsonaro, criticou a China —o que teria azedado a relação com o presidente. Por esse raciocínio, Eduardo, que é deputado federal, tem opinião própria —e irrelevante, já que não fala pelo pai. Deveria ser, portanto, ignorado, e um bom diplomata teria que saber disso. Outro problema: os corpos diplomáticos teriam se aproximado demais de João Doria, irritando Bolsonaro. O governador paulista é hoje um dos principais adversários do presidente. Interlocutores próximos à embaixada da China dizem que os argumentos de auxiliares do presidente beiram a infantilidade. E que o embaixador Yang Wanming é um quadro chinês de primeira linha, forte e prestigiado em seu país. Bolsonaro tem urgência em reestabelecer boas relações com a China —é do país que vêm os insumos para as duas únicas vacinas contra a Covid-19 até agora disponíveis para o Brasil. MÔNICA BERGAMO - *”Escolas particulares de SP preparam para volta às aulas com ensino presencial e virtual”* MÔNICA BERGAMO - *”Movimento Livres consulta associados para decidir se pede impeachment de Bolsonaro”* MÔNICA BERGAMO - *”Editora lança edição de 'Quarup' com textos de apresentação feitos por escritores indígenas”* MÔNICA BERGAMO - *”Maioria de moradores de municípios turísticos de SP diz que atividade beneficia a sua cidade, aponta estudo”* MÔNICA BERGAMO - *”Presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa oferece instalações da instituição para postos de vacinação contra Covid-19”* |
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